terça-feira, 15 de junho de 2010

Celular em sala de aula

“O segredo não é banir o celular, mas utilizá-lo”

Larry Johnson, diretor executivo do New Media ConsortiumDiretor executivo do New Media Consortium e um dos coordenadores do estudo, o norte-americano Larry Johnson defende que professores precisam adaptar o uso dos celulares para torná-lo produtivo nas salas de aula. Ele concedeu entrevista por e-mail a Zero Hora:

Zero Hora – Como os celulares podem ser úteis nas salas de aula?
Larry Johnson – Os telefones celulares, mesmo os mais simples e baratos, são pequenos dispositivos de captura multimídia essenciais. Fotografam, filmam, enviam mensagens e, obviamente, permitem ligações. São uma maneira fácil de criar um blog que possa receber entradas de telefones (textos, torpedos, vídeos e áudios). Então, um computador localizado em qualquer lugar pode expor aquela informação produzida para o mundo. Os aparelhos também têm calculadoras, o que possibilita que os alunos façam cálculos simples e analisem dados.

ZH – No Estado, professores têm problemas com os celulares, pois os alunos perdem a concentração. Então, o uso de celulares foi proibido. Como vê isso?
Johnson – Esse tipo de preocupação é baseada na questão de que os telefones podem ser utilizados para diversas atividades – e crianças deixadas à vontade se dispersam algumas vezes. O segredo não é banir o celular, mas utilizá-lo. A longo prazo, os aparelhos serão cada vez mais capacitados. O melhor de todos os modelos, por seu poder, já pode servir como um substituto dos laptops. As escolas devem procurar maneiras de usar os celulares e buscar compreender como transformá-los em ferramentas.

ZH – Como os professores podem fazer o uso educacional dos celulares? Como convencer os estudantes para isso?
Johnson – Os professores precisam reconhecer que os estudantes usam seus telefones como forma de aprendizagem o tempo todo – apenas não para os tipos de aprendizagem que os professores ordenam. Precisamos entender estes padrões naturais de uso e adaptá-los para ajudar as escolas a criar comunidades de estudos onde os alunos frequentemente mandem mensagens uns aos outros como forma de ajuda– e isto ser visto como uma boa atitude.

ZH – No Estado, apenas a minoria dos estudantes tem telefones celulares com acesso à internet. Isso é um limite?
Johnson – Inicialmente é, mas em todo o mundo metade das pessoas que se conectam à internet o fazem por conexões via celulares, não por conexões sem fios ou com fios. Em dois anos, 75% das pessoas irão utilizar seus telefones para se conectarem à internet. Redes de celulares estão substituindo a internet como a conhecemos.
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juliana.bublitz@zerohora.com.br
Reportagem: JULIANA BUBLITZ
Fonte: ZH online, 15/06/2010

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