quarta-feira, 16 de junho de 2010

'Ulysses' - James Joyce

Um dia para festejar 'Ulysses', de James Joyce

(James Joyce (1882-1941)
Já se tornou uma tradição que percorre o mundo: todo dia 16 de junho, admiradores do escritor irlandês James Joyce (1882- 1941) relembram a data que marca seu romance Ulysses, marco da literatura que narra a memorável caminhada de 18 horas do judeu-húngaro-irlandês Leopold Bloom pela cidade de Dublin, atravessada pelo Rio Liffey, justamente em 16 de junho de 1904. O enredo é festejado em diversas cidades do planeta e, no Brasil, a mais tradicional ocorre em São Paulo.

Habitualmente organizado pelo poeta e tradutor Marcelo Tápia, o Bloomsday paulistano (que acontece desde 1988) inclui palestras, exibições de filmes, apresentações musicais e leituras no bar Finnegan’s, local que habitualmente recebe o evento - no fim de semana passado, houve uma prévia na Casa das Rosas, que participa do Bloomsday desde 2005.

A programação começa às 19h30, com apresentação de música irlandesa tradicional, pelo grupo Irish Dreams. Em seguida, Tápia fará uma breve apresentação de Ulysses, que vai anteceder a leitura de fragmento do episódio Ítaca - o texto em inglês será narrado por John Milton, e em português, na tradução de Caetano Galindo, pelo próprio Tápia, joyciano confesso que, desde 1992, publica folhetos explicativos, como o programa e os textos do evento.

Publicado em 1922, o romance Ulysses apontou para um novo rumo literário ao revolucionar a forma e a estrutura do romance, influenciando decisivamente o desenvolvimento da "corrente da consciência" e impulsionando a linguagem e as experiências linguísticas aos limites da comunicação. À época de sua publicação, no entanto, em 1922, a obra foi considerada obscena e diversos exemplares foram queimados ou desapareceram. Logo, porém, os críticos observaram a radicalidade de sua revolução na linguagem, levada a níveis de complexidade incomuns. Em pouco tempo também, Joyce conquistou respeitados admiradores como o escritor alemão Thomas Mann, que se via próximo da escrita do irlandês, especialmente no gosto comum pela paródia como operação estilística.

O Dia de Bloom paulistano vai prosseguir com leituras do texto joyciano feitas por tradutores e escritores como Alípio Correia de Franca Neto e Alex Dias. O encerramento será marcado por uma apresentação musical de Alberto Marsicano (cítara), Cid Campos e Lúcio Agra, acompanhados por leitura de fragmentos de Ulysses e Finnegans Wake, em inglês, por John Milton.

Em Curitiba, o evento terá lugar na Universidade Federal do Paraná, a partir das 14 horas, enquanto em Belo Horizonte a comemoração vai ser no Museu Inimá de Paula, às 17 horas, com a exposição Alucinações, em que Adriana Peliano aproxima Joyce de Lewis Carroll. (Ubiratan Brasil)

Censura marca de novo a obra do irlandês

Ulysses, a obra-prima de James Joyce, não é considerado obsceno nos EUA desde que um juiz federal liberou a circulação do livro em 1933, mas esta semana ele voltou a incomodar os americanos. A Apple exigiu que Robert Berry, ilustrador de uma adaptação em quadrinhos feita para a web, removesse algumas páginas de Ulysses seen para que sua versão, destinada aos usuários do aplicativo Ipad, fosse aprovada. As páginas continham a imagem de uma mulher com os seios de fora e o desenhista sugeriu retificá-la, suavizando-a com uma folha, sugestão rejeitada pela Apple. Tanto o artista como o desenhista de produção, Josh Levitas, que trabalham na adaptação há dois anos, disseram ao New York Times que pretendem atingir o público estudantil com a versão. Hoje, em Nova York, Tony Roberts e outros atores participam de uma encenação que traça paralelos entre a obra e a Odisseia de Homero. (Antonio Gonçalves Filho)

Joyce é celebrado no Bloomsday paulistano desde 1988. Foto: Reprodução
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Reportagem:Ubiratan Brasil e Antonio Gonçalves Filho
Fonte: Estadão online, 16/06/2010

Um comentário:

  1. Pra mim é o maior e mais difícil romance da história.
    Acho que para entender Ulisses teriamos primeiro estudar a linguagem, os hábitos e costumes de Dublin em 1904, depois teriamos que ler a primeira edição do livro, pra daí sim termos uma noção da mensagem que James Joyce quis passar com o livro e assim podermos entender ele melhor, em fim acho que isso entender Ulisses seria um trabalho pra vida toda

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