quinta-feira, 11 de abril de 2013

Ateísmo: em busca do profano

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 A.C. Grayling e Frans de Waal esperam injetar algum frescor 
à discussão sobre o ateísmo (Reprodução/Internet)

Ao lado de vampiros angustiados e “pornografia para mamães”, a impiedade deu uma contribuição confiável às listas de best-sellers. Dois livros novos, um de um filósofo e outro de um primatólogo, esperam injetar algum frescor à discussão.

“The God Argument”(O argumento divino, sem tradução em português), de A.C. Grayling, um filósofo britânico, está preocupado com o tom. Ele diz ter escrito o primeiro livro “A examinar minuciosa e calmamente todos os argumentos a favor das crenças religiosas”, sem o temperamento viciado que, tão frequentemente, caracteriza muitos desses debates. A análise dele é livre de paixões.

A primeira metade do seu livro ataca tanto a instituição humana da religião quanto a ideia intelectual de um Deus, ou de seres sobrenaturais em geral. Grayling é incisivo e faz um trabalho ágil em derrubar argumentos movimentados na esperança de provar a existência de uma deidade. A segunda metade do livro, na qual Greyling inicia a sua abordagem do sistema ético conhecido como humanismo, tem mais chances de conquistar fieis.

Os defensores da religião frequentemente argumentam que a moralidade entraria em colapso na ausência de um Deus para aplicá-la. Grayling não tem tempo para tais preocupações. Ele define o humanismo como uma abordagem da vida que se baseia em duas premissas – que não há seres sobrenaturais e que a ética deve, então, ser adquirida da experiência humana.

Se o livro de Graylong é excessivamente acadêmico, o de Frans de Waal é o oposto. Um primatólogo que passou a sua carreira estudando chimpanzés e bonobôs, dois dos parentes vivos mais próximos dos humanos, de Waal se baseia em uma vida inteira de pesquisa empírica. Seus dados oferecem bastante evidência de que a religião não é necessária para que os animais exibam algo que se pareça, surpreendentemente, vagamente com a moralidade humana.

Para de Waal, a religião é uma consequência natural da combinação dos comportamentos adquiridos de um primata inteligente, sociável, com uma estrutura hierárquica forte (sendo Deus, na leitura dele, o macho alfa supremo) e um cérebro estranhamente grande,  habilmente afinado para encontrar padrões e presumir relações de causa e efeito mesmo quando elas não existem de verdade.

De Waall tem o argumento mais convincente, mas Grayling tem a melhor retórica.
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*Texto adaptado e traduzido da Economist por Eduardo Sá
 http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/ateismo-em-busca-do-profano/

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