Ilton Teitelbaum (Foto: Bernardo Speck | PUCRS)
Ilton Teitelbaum
é bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e
Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS, e mestre em Administração, com ênfase em Marketing pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Atualmente leciona na
PUCRS.
“Estamos diante de mais uma geração de brasileiros que talvez não veja o
Brasil dar certo. Essa é a questão, estamos indo para mais uma
geração: a
X já não viu, a
Y não está vendo e a
Z
começa a não ver. É esse o desencanto que leva as pessoas a baixar a
guarda. Eles olham para trás e veem que a coisa não vai dar certo;
portanto,
Nelson Rodrigues tinha razão”, diz
Ilton Teitelbaum, coordenador da pesquisa “
O jovem brasileiro e o futuro do país”, que entrevistou 1.700 jovens brasileiros com idade entre 18 e 34 anos, das classes B e C.
Segundo
Teitelbaum, as respostas dos jovens à pesquisa refletem a desilusão e o desencanto que eles sentem em relação ao
futuro do país, e as
crises política e econômica
são “o fator gerador” desse sentimento. “Esses jovens nasceram em uma
época sem inflação, na era digital e por isso sonhavam que o Brasil
poderia ser uma potência mundial. Como isso não aconteceu, gerou um
impacto no pensamento deles, de tal modo que muitos pensam que em 10
anos não gostariam mais de estar no país”, diz. Esse sentimento, pontua,
não é apenas geracional, mas diz respeito ao modo como várias gerações
têm se sentido em relação à falta de perspectiva no Brasil, e “o fato é
que há pouco orgulho em ser brasileiro, muito em função dessas questões
políticas e econômicas, dessa instabilidade que sempre nos persegue”,
lamenta.
Um dos dados que tem chamado a atenção na pesquisa é que 36% dos entrevistados gostariam de mudar para o exterior.
Estados Unidos e
Inglaterra destacam-se como os “destinos tradicionais”, mas a novidade “é o fato de os jovens terem interesse pela
Alemanha, por ser a
Europa que dá certo, e pelo
Canadá,
por esse ser, talvez, a versão light dos Estados Unidos, uma América
menos América, uma América mais europeia”, informa o pesquisador na
entrevista a seguir, concedida por telefone à
IHU On-Line.
Apesar
do desapontamento com o futuro, os jovens entrevistados destacam as
políticas sociais como algo positivo feito no país nos últimos anos.
“Estamos diante de uma geração que cresceu sob as benesses ou a boa
influência de políticas de
distribuição de renda. Não esqueçamos:
Minha Casa Minha Vida,
Fies ou
ProUni
fizeram com que muita gente estudasse. Nesse momento em que a discussão
sobre livre mercado saltita para todos os lados, não podemos esquecer
que a base da pirâmide foi beneficiada, sim, pelo período que agora se
tenta denegrir”, pontua.
Ao comentar o resultado da pesquisa,
Teitelbaum
frisa que a pergunta que se coloca é: “Será que os jovens mudam o
sistema ou o sistema que mudará os jovens? Também terminamos a pesquisa
perguntando para onde vamos”. E acrescenta: “Acredita-se que um esforço
coletivo é o que levará o
Brasil para frente, mas
ninguém confia em ninguém. O fato é que ou começamos a trabalhar no
sentido de ser, efetivamente, uma nação, ou nosso futuro será muito
igual ao passado recente e ao passado mais passado, vamos repetir a
mesma coisa, porque o Brasil não consegue se planejar como um país e não
consegue se fazer uma nação”.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como foi realizada a pesquisa “O jovem
brasileiro e o futuro do país”? Qual é o perfil e a idade dos
entrevistados?
Ilton Teitelbaum – A pesquisa deste ano, que
corresponde à edição futuro, é mais uma edição de um projeto que vem
sendo realizado desde 2012, intitulado
Projeto 18-34. Iniciamos esse projeto na
grande Porto Alegre, a fim de compreender como os
jovens se relacionavam com o dinheiro. Na verdade, a origem do Projeto era pesquisar a
geração canguru,
aqueles jovens que moram com os pais versus aquelas gerações que
queriam sair de casa. A pesquisa acabou evoluindo e passou a comparar,
dentro da então
geração y, os jovens mais novos, que têm entre 18 e 24 anos, e os mais velhos, que têm entre 25 e 34 anos.
Em 2013, o foco da pesquisa foi investigar os sonhos e aspirações
desses jovens, e realizamos uma edição nacional da pesquisa sobre
consumo, hábitos e lazer dos jovens. As principais aspirações deles eram
viajar e conhecer o mundo, depois ser feliz no trabalho e, em terceiro
lugar, formar família. Dadas essas informações, ao final dessa pesquisa,
surgiu a questão: O que é família para eles? Com isso nasceu a edição
de 2015 da pesquisa, que foi o Projeto Família. Ao
final desse projeto, surgiu outra grande pergunta: O que será o Brasil
na mão dessas pessoas? Foi aí que se teve a ideia de pesquisar o futuro,
que é justamente a edição deste ano.
O perfil da pesquisa, portanto, é entrevistar jovens que têm entre 18
e 34 anos, de classes B e C. Trata-se de uma pesquisa de produção
regional, segundo o IBGE, e na edição deste ano foram analisados 1.700 questionários.
IHU On-Line - O senhor ficou surpreso com o resultado da
pesquisa, já que boa parte dos jovens pretende sair do país? Quais são
os dados mais relevantes da pesquisa deste ano?
Ilton Teitelbaum – São três os dados mais importantes: a política adquiriu uma importância para esse público, especialmente por conta da
crise política que estamos passando desde
2013; o segundo aspecto diz respeito ao
engajamento,
pois a grande maioria se sente engajada, mas desconfia do engajamento
alheio, desconfia que os outros são “engajados de sofá”, ou seja, só
participam pela internet; e o terceiro ponto foi que 40% dos jovens
pensam em ir embora do país.
O nosso complexo de vira-lata é endêmico, o
Brasil nunca conseguiu se livrar disso desde que o Nelson Rodrigues
inventou o termo, em 1950
O último dado está relacionado à desilusão, porque essa é a primeira crise para boa parte desses jovens que são da geração Z,
que têm entre 18 e 22 anos. Esses jovens nasceram em uma época sem
inflação, na era digital e por isso sonhavam que o Brasil poderia ser
uma potência mundial. Como isso não aconteceu, gerou um impacto no
pensamento deles, de tal modo que muitos pensam que em 10 anos não
gostariam mais de estar no país.
O nosso complexo de vira-lata é endêmico, o Brasil nunca conseguiu se livrar disso desde que o Nelson Rodrigues inventou o termo, em 1950, depois da derrota para o Uruguai na Copa do Mundo.
E o fato é que há pouco orgulho em ser brasileiro, muito em função
dessas questões políticas e econômicas, dessa instabilidade que sempre
nos persegue.
IHU On-Line – O senhor compreende esse desencanto e essa
desilusão como algo geracional ou momentâneo, por conta da atual
situação econômica e política do país, ou como algo que faz parte da
história do Brasil, porque não é a primeira vez que gerações sentem essa
desilusão? Diria que o resultado da pesquisa teria sido outro no
primeiro governo lula, onde havia uma euforia e inclusive uma
expectativa de melhoria de vida?
Ilton Teitelbaum – O problema não são as
gerações,
o problema é o país. Uma geração é um grupo de pessoas que sofre a
influência de um ambiente, por isso esses jovens são digitais, por isso
eles são ansiosos e por isso alguns deles têm dificuldades de
relacionamento. A
geração Z está muito mais parecida com a
X,
que é a minha: são focados em carreira, com alguma ambição, mas os
jovens de hoje são extremamente digitalizados e têm dificuldade de se
relacionar.
Respondendo a tua pergunta, diria que não é um efeito geracional, mas talvez os jovens
de hoje sejam mais deprimidos, tenham mais ansiedade e, portanto, menos
resiliência, menos tolerância à frustração, porque vivem em um mundo em
que tudo é muito rápido e porque são filhos de gerações que tentaram
compensar uma série de coisas dando a eles o que não tiveram. Parte
desses jovens representam ¼ de primeiros universitários da família,
filhos de gente pobre, em que todo mundo se juntou para tentar fazer com
que esse cara estudasse.
Então, não é uma questão de efeito geracional, eles
estão tendo, nesse momento, o impacto do país em que se vive. Talvez,
por isso, a reação deles em um mundo globalizado, de fronteiras menores,
seja a de dizer: “Eu não quero mais ficar aqui”. A minha geração foi
para a rua pedir Diretas, a minha geração não foi para a rua com pautas, e eles foram para a rua protestar.
*Uma vez que não há consenso sobre os anos limítrofes de cada
geração, a tabela apresenta uma média simples das datas mais comuns,
exibindo na legenda concepções mais abrangentes e mais restritas de cada
caso. (Fonte: Wikipedia)
IHU On-Line - O senhor diria que o Brasil é um país que
oferece poucas condições para que haja melhoria de vida efetiva de
geração para geração?
Ilton Teitelbaum – Esse é um problema de países subdesenvolvidos. A Argentina e o Uruguai sofrem a mesma coisa, e basta ver que existem 30 milhões de mexicanos morando nos Estados Unidos,
e um Uruguai e meio morando fora do Uruguai. Nos momentos de crise, os
argentinos foram embora do seu país. Os argentinos não têm dinheiro
dentro do país, e o grande problema da Argentina é que o sistema
financeiro não existe, porque eles nunca acreditaram na moeda. O
problema, portanto, é de países que nunca conseguem dar certo, e o que
estamos vendo é um recorte, nesse momento, dessa geração dizendo: “Agora
o mundo está menor, eu estou vendo o problema pelas redes sociais e
quero ir para o mundo que dá certo, quero ir para o Canadá”.
IHU On-Line - Canadá, EUA, Reino Unido e Alemanha são os
destinos mais citados pelos jovens entrevistados. Eles comentam o que
diferencia esses países do Brasil e por quais razões gostariam de morar
neles?
Ilton Teitelbaum – Estados Unidos e Inglaterra são destinos absolutamente tradicionais. O que é novo na pesquisa é o fato de os jovens terem interesse pela Alemanha, por ser a Europa que dá certo, e pelo Canadá,
por esse ser, talvez, a versão light dos Estados Unidos, uma América
menos América, uma América mais europeia. Parece que não é tão fácil
assim entrar no Canadá, mas existe uma ilusão de que é mais fácil entrar
lá do que nos Estados Unidos.
Depois de tanto tempo estudando
gerações,
insisto: vivemos muito sob o efeito do ambiente, e as reações também
são típicas de quem acabou sendo criado dentro de um ambiente e até
preparado para que tudo desse certo. Claro que no primeiro
governo Lula,
se eu fizesse esse tipo de pesquisa, não daria esse tipo de resultado,
mas nós não estamos no primeiro governo Lula, estamos depois da metade
do segundo
governo da Dilma. Um período em que as
coisas não deram certo, que não se fez a transição do Bolsa Família para
o Bolsa Empreendedor, que não se investiu em estrutura, não se preparou
o Brasil para crescer e, mais do que isso, se descobriu, como diria
George Orwell,
que “ao fim e ao cabo os porcos todos foram caminhar em dois pés e
tomar whisky com os seres humanos”, ou seja, todos ficaram muito
parecidos, como mostra
A revolução dos bichos.
IHU On-Line – A partir da pesquisa é possível identificar que visão geral esses jovens têm do cenário político e econômico?
Ilton Teitelbaum – A última parte da pesquisa é
quantitativa e aparecem contradições: eles dizem que têm planos e que
vão arriscar e lutar por eles até o fim, eles acreditam no
empreendedorismo,
seja no sentido de ser dono do próprio negócio, seja por necessidade de
ser empreendedor na própria carreira. Por outro lado, existe um
desencanto e aí entra essa salvaguarda de dizer que, se nada der certo,
vão embora do país.
A questão política e econômica, nesse caso, não é
comentada, ela é o fato gerador de tudo isso que estamos vendo. Mas
observamos, pelo que eles manifestaram, que o comportamento deles é
muito pautado por 2013. Foi quando, na avaliação deles, o país começou a
não dar certo, aí tiraram o governo, colocaram outro que eles nem
gostam tanto assim, e a leitura é a de que estamos mais uma vez diante
de mais uma geração de brasileiros que talvez não veja o Brasil dar certo. Essa é a questão, estamos indo para mais uma geração: a X já não viu, a Y não está vendo e a Z
começa a não ver. É esse o desencanto que leva as pessoas a baixar a
guarda. Eles olham para trás e veem que a coisa não vai dar certo;
portanto, Nelson Rodrigues tinha razão.
IHU On-Line – O senhor comentou que eles têm simpatia pelo
empreendedorismo. Essa é uma geração que apostaria mais no livre mercado
ou preferiria que houvesse uma intervenção estatal nos rumos da
economia, por exemplo?
Essa é uma geração que ainda é de esquerda e centro-esquerda; não estamos diante de uma geração de liberais
Ilton Teitelbaum - Essa é uma geração que ainda é de
esquerda e
centro-esquerda; não estamos diante de uma geração de
liberais.
Se olharmos – e perguntamos isso –, ainda tem uma grande maioria que
foi forjada em ser de esquerda e ser por esquerda. Tem uma
preponderância de mais de 50% de jovens que se consideram de esquerda e
centro-esquerda, principalmente por suas experiências de vida, e o
desencanto com o
PT,
não me parece, por enquanto, ter afetado a posição deles. Mas há uma
divisão entre eles, de aproximadamente 52% a 48%, que representa,
inclusive, a divisão que existe hoje no
Brasil.
IHU On-Line - Os jovens que querem sair do país são também de esquerda e centro-esquerda?
Ilton Teitelbaum - Esse cruzamento não foi feito.
Segundo os dados, 64% dos jovens dizem que não querem sair do país, mas
chama a atenção que 36% querem. Eles ainda estão esperando que as coisas
se resolvam, se dispõem a ajudar, mas também dizem que o governo tem
que ajudar.
IHU On-Line – Aparece na pesquisa, por exemplo, em relação ao
futuro, o que seria uma vida adequada para essa geração em termos de
trabalho e renda?
Ilton Teitelbaum – Não. Dessa vez não perguntamos
quanto eles querem ganhar. Mas a partir da análise dos dados das
edições, posso dizer que estamos diante de uma geração que não almeja
ficar rica, mas que quer ganhar o suficiente para ter acesso aos
pequenos luxos. O jovem de hoje não é um jovem
patrimonialista; ele é despojado, quer ter pequenos luxos ou prazeres e,
acima de tudo, poder viver e compartilhar experiências. Com isso, vem a
história de viajar e conhecer o mundo.
Alguns anos atrás, talvez hoje isso esteja um pouco mais amenizado, o
jovem se dispunha a abrir mão do emprego para poder passar um tempo
fora, mas naquela época tínhamos pleno emprego, diferente de hoje.
Alguns dizem – eu ainda não trabalhei em cima desses dados – que a geração Z puxa mais para o lado da X. Não sei se isso se confirma em relação ao patrimonialismo também, mas em relação à ambição e ao foco na carreira, sim.
IHU On-Line – Qual é o significado de morar fora do país, para eles?
Ilton Teitelbaum – Morar fora do país vem
como um todo, inclusive como oportunidade de continuar estudando. Um
dos jovens disse que gostaria de estudar fora do país porque teria mais
chances. Ele parou de estudar porque o pai não tinha mais como pagar a
faculdade de Direito.
Eles fazem uma comparação entre o que é bom lá e ruim aqui, ou seja,
lá eles têm mais distribuição de renda, mais estrutura e mais condições
humanas, e aqui só é bom porque o brasileiro é legal; e o melhor do
Brasil é o brasileiro. Por outro lado, um ponto destacado por eles são
as políticas sociais. Estamos diante de uma
geração que cresceu sob as benesses ou a boa influência de políticas de
distribuição de renda. Não esqueçamos:
Minha Casa Minha Vida,
Fies ou
ProUni fizeram com que muita gente estudasse. Nesse momento em que a
discussão sobre livre mercado
saltita para todos os lados, não podemos esquecer que a base da
pirâmide foi beneficiada, sim, pelo período que agora se tenta denegrir.
IHU On-Line - Qual a opinião dos jovens em relação ao ProUni?
Ilton Teitelbaum - Quando perguntamos o que tem de bom no Brasil, as políticas sociais
são um dos pontos destacados. Eu não sei se eles as veem como algo 100%
positivo ou como algo que ainda se salva; eles estão com uma visão
muito negativa do Brasil.
IHU On-Line - O que se pode
esperar em relação ao futuro do país a partir desses dados, em que boa
parte de jovens que poderiam contribuir para o país pensam em deixá-lo?
Ilton Teitelbaum – Terminamos a pesquisa com a
seguinte pergunta: será que os jovens mudam o sistema ou o sistema que
mudará os jovens? Também terminamos a pesquisa perguntando para onde
vamos. Acredita-se que um esforço coletivo é o que levará o Brasil
para frente, mas ninguém confia em ninguém. O fato é que ou começamos a
trabalhar no sentido de ser, efetivamente, uma nação, ou nosso futuro
será muito igual ao passado recente e ao passado mais passado; vamos
repetir a mesma coisa, porque o Brasil não consegue se planejar como um
país e não consegue se fazer uma nação. Estamos sempre divididos, sempre
temos o problema de uma elite que acha que o povo não sabe votar; de um
povo que desconfia de uma elite; de uma esquerda que não gosta da
direita, de uma direita que não gosta da esquerda. O Brasil faz carnaval
junto muito bem, mas temos demonstrado que somos um país em que, na
hora que deveríamos nos unir, sempre nos separamos.
IHU On-Line - O que seria fundamental para construir essa ideia de nação que não existe?
Todas as pessoas têm que acreditar um pouco
mais que vai dar certo, mas o problema é que ninguém mais está
conseguindo acreditar que dará certo
Ilton Teitelbaum – Temos uma
crise de confiança,
precisaríamos ter um governo que representasse, que demonstrasse um
plano, precisaríamos de um empresariado que parasse de achar que tudo
que não é ele que faz, está errado, especialmente aqui no
Rio Grande do Sul,
onde estamos na “república dos caranguejos”. Então, estamos sempre
generalizando tudo. O grande ponto seria começar a entender o mundo sob
os olhos dos outros, tendo um pouco mais de empatia. Fala-se, fala-se,
mas o que vemos é sempre o outro que não presta e eu sou o que faço
certo. Vemos os jovens reproduzindo isso.
Eu não tenho a solução, se tivesse, essa seria a resposta de 1 milhão
de dólares. Ter um futuro passa por conseguir congregar e ter uma ideia
de “pegarmos todos juntos”, só que para isso temos que acreditar no
país, no governo. Seja com Estado mínimo ou Estado máximo, o povo
precisa acreditar no governo que tem. Confesso, sinceramente, que não
sei se tem solução. Já fui muito mais otimista em relação a isso, já
peguei várias bandeiras nessa vida, mas cansei um pouco. O mais triste
não sou eu; estou olhando pelos olhos dos outros e estou vendo muita
gente “baixando o farol”. A expressão é antiga, mas cabe ser usada aqui:
uma agenda mais positiva talvez fosse necessária. Todas as pessoas têm
que acreditar um pouco mais que vai dar certo, mas o problema é que
ninguém mais está conseguindo acreditar que dará certo.
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Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/maisnoticias/noticias/159-entrevistas/561408-x-y-e-z-tres-geracoes-desiludidas-com-o-futuro-do-brasil-entrevista-especial-com-ilton-teitelbaum