Gilda Pulcherio*
Eis a questão! Dependência implica doença. E, neste caso, a doença implica tratamento médico e psicológico. Assim como muitos minimizam ou desconhecem o conceito de dependência. É um diagnóstico! Não se trata de amor ou ódio. Quando há doença clínica como hipertensão arterial ou diabetes, ninguém tem dúvida quanto à necessidade profissional. Mas, quando os problemas são de ordem psicológica ou psiquiátrica, ainda há muitas resistências. E muitas quando se trata do consumo de drogas que sempre vão existir. Os cuidados e a prevenção são eternos.
Neste momento, anuncia-se a chegada de novas drogas ao país. E, em alguns casos, com um alto preço a pagar. Até quando vamos nos deixar ficar passivamente à espera de desfechos nas situações acima? Hoje, todos sabemos dos riscos e conse-quências do consumo de substâncias psicoativas. Sabemos hoje o que não tínhamos ideia há décadas atrás. Atualmente estão mais “pesadas” do que há 20 anos. Mesmo assim, jovens e adultos continuam consumindo largamente drogas lícitas e ilícitas. As mulheres unem-se aos homens, até porque agora estão podendo. Mas as consequências para as mulheres podem ser mais nefastas do que para os homens. A síndrome alcoólica fetal é um legado feminino. E tudo com o conhecimento e a permissão da sociedade.
Embora já tenhamos lei que proíba a venda de alcoólicos para menores, eles continuam sendo vendidos e todos fazemos “vistas grossas”. Enquanto não nos preocuparmos com a prevenção, vamos ter que carregar as consequências. Alguns para o resto de suas vidas.
O emocional orienta nossas ações. Senão, seríamos meros robôs. Por isso é tão importante que estejamos abertos para o entendimento de que a vida nos traz muitos conflitos em seu pacote e que o tratamento, quando indicado, é importante para a vida, para nos ajudar a sermos pessoas melhores e satisfeitas com nossas escolhas.
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*Psiquiatra
Fonte: ZH online, 26/03/2014
imagem da Internet
A sociedade consumista, controlada pelos magnatas da produção que se utilizam à mídia, especialmente a TV, é hipócrita no que se refere às drogas.
ResponderExcluirA mesma sociedade que combate através da mídia o consumo de drogas ilegais como a maconha, a cocaína e o crack, induz, ao mesmo tempo, por esses mesmos meios de comunicação de massa, o consumo de drogas legais como o tabaco, a bebida alcoólica e “medicamentos. Para cada tipo de problema, por exemplo, dor de cabeça, de estômago, nervosismo, insônia, calvície, impotência sexual, obesidade, esquecimento, etc., uma propaganda de “receita infalível” .
Mas que determina o legal e o ilegal? É a droga legal não prejudicial e a ilícita sim? E exatamente ai que a sociedade revela toda sua hipocrisia.