A
advogada Renata Cruz, 44, não nega ombro às amigas e aos amigos. Fica a
postos 24 horas por dia, seja pessoalmente, por WhatsApp ou Skype (para
aqueles que moram longe). Quando eles mais precisam, está pronta para
ouvir e acolher suas lamúrias. Além disso, faz questão de acompanhar
cada caso e saber o desfecho. "Eu não dou conselhos genéricos. Estudo a
problemática e faço o possível para ajudar a resolver", afirma Renata,
com a segurança de quem é perita no assunto.
Renata atua como amiga profissional - ou "personal friend", como é chamado o serviço que oferece há duas décadas. "Era muito comum que as pessoas me abordassem em lugares públicos, como o ponto de ônibus ou o trem, para desabafar", conta ela, que morava em Portugal quando começou a oferecer o serviço. "Percebi que tem muita gente com necessidade de conversar e sem ninguém para ouvir e que eu poderia ajudar de maneira profissional. Hoje eu tenho formação de coach, o que aperfeiçoou meu atendimento". Os valores das sessões variam entre R$ 120 e R$ 170 reais por hora.
O "personal friend" é só um dos produtos e serviços disponíveis para quem vive sozinho. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em 2015, esse grupo já soma 10,4 milhões de pessoas. Trata-se de um aumento de 73,3% em relação à década anterior, mostrando que o Brasil segue uma tendência mundial, vivida sobretudo pelos países mais desenvolvidos.
Em 2016, o Canadá atingiu pela primeira vez em sua história um número maior de casas com uma só pessoa do que qualquer outro tipo de habitação. Segundo dados daquele ano, 28,2% dos domicílios tinham apenas um morador no país. Ainda assim, a porcentagem é significativamente menor que a de vários países europeus: Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Noruega, por exemplo, têm mais de 30% de suas casas com um só morador. A estimativa é que esse já seja o modelo adotado em 15% dos dois bilhões de residências que existem no mundo todo.
Renata atua como amiga profissional - ou "personal friend", como é chamado o serviço que oferece há duas décadas. "Era muito comum que as pessoas me abordassem em lugares públicos, como o ponto de ônibus ou o trem, para desabafar", conta ela, que morava em Portugal quando começou a oferecer o serviço. "Percebi que tem muita gente com necessidade de conversar e sem ninguém para ouvir e que eu poderia ajudar de maneira profissional. Hoje eu tenho formação de coach, o que aperfeiçoou meu atendimento". Os valores das sessões variam entre R$ 120 e R$ 170 reais por hora.
O "personal friend" é só um dos produtos e serviços disponíveis para quem vive sozinho. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em 2015, esse grupo já soma 10,4 milhões de pessoas. Trata-se de um aumento de 73,3% em relação à década anterior, mostrando que o Brasil segue uma tendência mundial, vivida sobretudo pelos países mais desenvolvidos.
Em 2016, o Canadá atingiu pela primeira vez em sua história um número maior de casas com uma só pessoa do que qualquer outro tipo de habitação. Segundo dados daquele ano, 28,2% dos domicílios tinham apenas um morador no país. Ainda assim, a porcentagem é significativamente menor que a de vários países europeus: Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Noruega, por exemplo, têm mais de 30% de suas casas com um só morador. A estimativa é que esse já seja o modelo adotado em 15% dos dois bilhões de residências que existem no mundo todo.
PRODUTO SOLIDÃO
Além
do amigo de aluguel, há uma variedade enorme de opções para atender a
essa turma. Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo, a capital
paulista teve em 2018 um crescimento de 91% nos lançamentos de unidades
residenciais com até 45 metros quadrados. Em 2017, 42,6% dos imóveis
lançados tinham esse tamanho. Nesses ninhos de um pássaro só, dá para
fazer de tudo sem colocar o pé para fora da porta ou estabelecer vínculo
com ninguém. Graças, principalmente, à tecnologia. Os aplicativos, por
exemplo, incrementaram os serviços de entrega em domicílio. Hoje é
possível ir ao supermercado, à farmácia, à papelaria e até sacar
dinheiro sem colocar o pé para fora da porta de casa. O silêncio
incomoda? Na internet, há áudios de horas ininterruptas com o som de
pessoas conversando, como se estivesse acontecendo uma festa em sua
casa. Isso sem falar no mundo do sexo virtual, que garante até a
experiência de estar dentro de uma casa de swing ou coisa do tipo.

O
Japão, onde imóveis minúsculos e códigos rígidos de convívio fazem
parte da cultura, o atendimento a esse público chegou ao extremo. Lá,
estão se popularizando os "cuddle cafes", locais onde é possível pagar
para dormir de conchinha. Em 2012, foi inaugurado o primeiro, no
distrito de Akihabara, em Tóquio, chamado Soineya, que literalmente
significa "dormir juntos".
Os clientes, todos homens, precisam
pagar uma taxa para entrar no estabelecimento. Os preços variam de
acordo com o tempo gasto com o serviço: entre US$ 40 para vinte minutos,
e US$ 645 para uma noite completa de 10 horas. Para quem deseja ainda
mais calor humano, há pacotes opcionais que incluem itens como troca de
olhares. Inspirados na experiência oriental, empresários de Nova York e
Portland, nos Estados Unidos, e Vancouver, no Canadá, estão abrindo
negócios semelhantes, porém para atender também as mulheres.
O
surgimento de tantos produtos para este, digamos, mercado da solidão,
levanta algumas questões: estar só é uma escolha, uma busca do sujeito
pós-moderno, ou uma condição imposta pela vida contemporânea, marcada
pela fragilidade dos laços afetivos? Existe uma dose segura e
aconselhável de solidão? O historiador Leandro Karnal publicou em 2018
um livro com discussões semelhantes: "O dilema do porco espinho - como
encarar a solidão" (Ed. Planeta).
Já na introdução, ele nos expõe o
paradoxo por meio da metáfora do porco-espinho, usada pela primeira vez
pelo filósofo Arthur Schopenhauer: assim como aquele animal, precisamos
nos unir para nos proteger do frio. A proximidade, no entanto, espeta,
machuca. E, então, nos afastamos. A vida moderna, onde quase tudo é
possível, impõe o dilema: "Quero estar sozinho, quero companhia e
gostaria de controlar esses dois momentos de acordo com minha vontade.
Não é possível. A busca do equilíbrio tem sido um desafio constante para
estimular casamentos e divórcios", escreveu.
A SOLIDÃO COMO DOENÇA
A
busca pelo equilíbrio entre a liberdade de estar só e o convívio
saudável com outras pessoas parece estar desbalanceada. A solidão
extrema é, sim, considerada um mal moderno e tem sido tratada como
epidemia em alguns países. No início do ano passado, o Reino Unido, por
exemplo, anunciou a criação do Ministério da Solidão. Naquele país, a
preocupação é principalmente com os idosos, mas acomete cerca de nove
milhões de indivíduos de idades variadas.
"Para muitas pessoas, a solidão é a triste realidade da vida moderna", disse a primeira-ministra Theresa May, ao anunciar a medida. "Quero enfrentar esse desafio pela nossa sociedade e para que todos nós possamos agir para combater a solidão enfrentada pelos mais velhos, pelos cuidadores, por aqueles que perderam seus entes amados - pessoas que não têm ninguém para conversar ou compartilhar seus pensamentos e experiências", completou a premiê.
A apreensão inglesa tem justificativa. A solidão está na origem de uma série de patologias. "Causa irritação, isolamento, depressão e está associada a um aumento de 26% do risco de morte prematura", alerta o especialista no assunto John Cacioppo em artigo publicado recentemente na revista científica "The Lancet". "Solidão é uma condição particular na qual um indivíduo se percebe socialmente isolado mesmo quando está entre outras pessoas", escreveu Cacioppo.
"Para muitas pessoas, a solidão é a triste realidade da vida moderna", disse a primeira-ministra Theresa May, ao anunciar a medida. "Quero enfrentar esse desafio pela nossa sociedade e para que todos nós possamos agir para combater a solidão enfrentada pelos mais velhos, pelos cuidadores, por aqueles que perderam seus entes amados - pessoas que não têm ninguém para conversar ou compartilhar seus pensamentos e experiências", completou a premiê.
A apreensão inglesa tem justificativa. A solidão está na origem de uma série de patologias. "Causa irritação, isolamento, depressão e está associada a um aumento de 26% do risco de morte prematura", alerta o especialista no assunto John Cacioppo em artigo publicado recentemente na revista científica "The Lancet". "Solidão é uma condição particular na qual um indivíduo se percebe socialmente isolado mesmo quando está entre outras pessoas", escreveu Cacioppo.
Sem
ninguém por perto com quem contar, adoecemos porque andamos na
contramão de nossa essência. Ficar muito só está para a alma assim como a
falta de água está para a pele. "Bebês não comem se não forem
alimentados, não se locomovem se não forem transportados", disse ao TAB
o psicanalista Armando Colognese Júnior, professor e supervisor do
Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
Nossa fisiologia é feita para buscar o convívio. O simples toque, como carícia, libera ocitocina (o chamado "hormônio do amor", do acolhimento, que promove calma e bem-estar). O olho no olho também deflagra uma cascata de reações químicas, em geral benéficas. Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul-Sartre, marido de Simone de Beauvoir, discorre sobre o processo de identidade em que o sujeito se descobre como indivíduo. Segundo ele, isso só acontece na presença (ou na experiência) do outro. Sobre isso, escreveu: "O Outro é mediador indispensável entre mim e mim mesmo (...) Reconheço que sou como o Outro me vê".
O pintor americano Edward Hopper (1882 - 1967) dedicou parte importante de sua obra para retratar cenas da solidão da vida moderna. Inspirado em algumas das mais emblemáticas, em 2013 o diretor de cinema Gustav Deutsch criou a história de Shirley, uma mulher que vive nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1960. No filme, as imagens de Hopper compõem uma narrativa única, ganhando movimento e som. Além da trilha sonora, ouvimos os pensamentos da personagem, que divaga sobre grandes fatos históricos: a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, o Macartismo... Trechos do longa ilustram este TAB.
Nossa fisiologia é feita para buscar o convívio. O simples toque, como carícia, libera ocitocina (o chamado "hormônio do amor", do acolhimento, que promove calma e bem-estar). O olho no olho também deflagra uma cascata de reações químicas, em geral benéficas. Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul-Sartre, marido de Simone de Beauvoir, discorre sobre o processo de identidade em que o sujeito se descobre como indivíduo. Segundo ele, isso só acontece na presença (ou na experiência) do outro. Sobre isso, escreveu: "O Outro é mediador indispensável entre mim e mim mesmo (...) Reconheço que sou como o Outro me vê".
O pintor americano Edward Hopper (1882 - 1967) dedicou parte importante de sua obra para retratar cenas da solidão da vida moderna. Inspirado em algumas das mais emblemáticas, em 2013 o diretor de cinema Gustav Deutsch criou a história de Shirley, uma mulher que vive nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1960. No filme, as imagens de Hopper compõem uma narrativa única, ganhando movimento e som. Além da trilha sonora, ouvimos os pensamentos da personagem, que divaga sobre grandes fatos históricos: a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, o Macartismo... Trechos do longa ilustram este TAB.

O CONVÍVIO COMO INCÔMODO
É
de Sartre também a célebre frase: "O inferno são os outros". Ora, como o
mesmo pensador discorre sobre a importância do outro para o indivíduo e
diz que ele é seu inferno? Na verdade, as afirmações são complementares
e fazem parte da teoria existencialista do francês. O que ele quer
dizer é que, ao convivermos, enxergamos no interlocutor aquilo que somos
e também o que não somos. O outro nos tira da ignorância sobre nós e
nos impõe um problema. Ele nos tolhe a liberdade, cria limites sociais. A
vergonha, por exemplo, só existe quando não estamos sozinhos. Escreveu
ele: " (...) a vergonha, em sua estrutura primeira, é vergonha diante de
alguém. Acabo de cometer um gesto desastrado ou vulgar: esse gesto
gruda em mim, não o julgo, nem o censuro, apenas vivencio (...) Mas, de
repente, levanto a cabeça: alguém estava ali e me viu. Constato
subitamente a vulgaridade de meu gesto e sinto vergonha".
Ou seja, se por um lado a solidão nos é fatal, a vida em comum nem sempre é pacífica. Viver junto requer concessões. É preciso abrir mão de vontades, de desejos pessoais em nome do outro sem deixar de reivindicar seu próprio espaço, proteger-se dos espinhos. Cansa, dá trabalho, desmotiva muitas vezes. Ao mesmo tempo, foi-se a época em que casar e formar família eram sinônimos de felicidade ou sucesso pessoal.
Hoje em dia, já é aceitável a escolha pela vida de solteiro em que as ambições sejam variadas e nada tenham a ver com família - uma carreira de sucesso, viagens, busca por transcendência espiritual, entre outras possibilidades. Viver só é uma facilidade. "Em nosso mundo de furiosa 'individualização', os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro", escreveu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) em "Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos".
Ou seja, se por um lado a solidão nos é fatal, a vida em comum nem sempre é pacífica. Viver junto requer concessões. É preciso abrir mão de vontades, de desejos pessoais em nome do outro sem deixar de reivindicar seu próprio espaço, proteger-se dos espinhos. Cansa, dá trabalho, desmotiva muitas vezes. Ao mesmo tempo, foi-se a época em que casar e formar família eram sinônimos de felicidade ou sucesso pessoal.
Hoje em dia, já é aceitável a escolha pela vida de solteiro em que as ambições sejam variadas e nada tenham a ver com família - uma carreira de sucesso, viagens, busca por transcendência espiritual, entre outras possibilidades. Viver só é uma facilidade. "Em nosso mundo de furiosa 'individualização', os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro", escreveu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) em "Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos".
SOZINHA E MAIS FAMÍLIA
A SOLIDÃO COMO REMÉDIO
Há
mais de uma década, a professora de inglês Carolina Ferrari, 45, optou
por viver sozinha (assista à entrevista acima). Prestes a completar 30
anos, ela, que é a filha caçula, ainda vivia na casa dos pais. "Casar,
ter filhos, formar uma família clássica, nunca estiveram nos meus
planos, mas imagino que meus pais esperavam que eu só fosse embora
casada. Foi uma frustração para eles", afirma.
Com o passar do tempo, porém, Carolina percebeu que o relacionamento com a família melhorou. "Se antes eu vivia no meu quarto e mal encontrava meus pais, depois que saí de casa passei a visitá-los periodicamente, a organizar viagens e passeios juntos", diz ela, que vive com Luigi, seu cachorro, e nos momentos difíceis não hesita em procurar os amigos - sem precisar pagar por isso.
Por reconhecer o lado positivo da vida sozinho, Leandro Karnal faz uma ponderação em seu livro: "Precisamos fazer uma distinção possível, ainda que não aceita por todos, entre solidão e solitude. A primeira pode ser considerada negativa, independendo, inclusive, de estar isolado, apartado da sociedade, pois podemos nos sentir solitários na multidão. A solitude, por outro lado, tem caráter positivo, enseja ao ser a possibilidade de escuta de seu 'eu' e é condição imprescindível para qualquer forma de expressão estética.
São inúmeros os casos de escritores, artistas plásticos e músicos que precisam de reclusão para produzir. Uma das obras mais famosas da escritora inglesa Virginia Woolf, "Um teto só seu", trata da dificuldade que as mulheres de seu tempo, o início do século 20, enfrentavam para escrever. Entre outros problemas, elas não tinham a oportunidade de ficar sós. "Em primeiro lugar, ter um espaço próprio, que dirá um espaço silencioso ou à prova de som, estava fora de questão", escreveu. Treinada em redações barulhentas, a repórter que assina este TAB é capaz de escrever no meio da multidão. Ainda assim, só consegue pensar no que e em como será escrito realizando atividades solitárias, como tomar banho, caminhar, andar de bicicleta ou nadar.
Com o passar do tempo, porém, Carolina percebeu que o relacionamento com a família melhorou. "Se antes eu vivia no meu quarto e mal encontrava meus pais, depois que saí de casa passei a visitá-los periodicamente, a organizar viagens e passeios juntos", diz ela, que vive com Luigi, seu cachorro, e nos momentos difíceis não hesita em procurar os amigos - sem precisar pagar por isso.
Por reconhecer o lado positivo da vida sozinho, Leandro Karnal faz uma ponderação em seu livro: "Precisamos fazer uma distinção possível, ainda que não aceita por todos, entre solidão e solitude. A primeira pode ser considerada negativa, independendo, inclusive, de estar isolado, apartado da sociedade, pois podemos nos sentir solitários na multidão. A solitude, por outro lado, tem caráter positivo, enseja ao ser a possibilidade de escuta de seu 'eu' e é condição imprescindível para qualquer forma de expressão estética.
São inúmeros os casos de escritores, artistas plásticos e músicos que precisam de reclusão para produzir. Uma das obras mais famosas da escritora inglesa Virginia Woolf, "Um teto só seu", trata da dificuldade que as mulheres de seu tempo, o início do século 20, enfrentavam para escrever. Entre outros problemas, elas não tinham a oportunidade de ficar sós. "Em primeiro lugar, ter um espaço próprio, que dirá um espaço silencioso ou à prova de som, estava fora de questão", escreveu. Treinada em redações barulhentas, a repórter que assina este TAB é capaz de escrever no meio da multidão. Ainda assim, só consegue pensar no que e em como será escrito realizando atividades solitárias, como tomar banho, caminhar, andar de bicicleta ou nadar.
Ao
contrário da solidão patológica, a busca pela solitude pode ser um
indício de saúde emocional. "Apenas procura ficar sozinho quem está
emocionalmente equilibrado para encarar a si mesmo sem ninguém por
perto", diz Colognese. Esses momentos de introspecção, no entanto, têm
um limite saudável também. "Quem tem alguém por perto com frequência
alimenta-se, dorme, cuida-se melhor", completa o psicanalista.
Em
1992, o garoto americano Chris McCandless embarcou em uma profunda
experiência de solidão rumo ao Alasca, mas acabou morrendo envenenado
por uma planta que comera. Chegou a tentar pedir ajuda, mas foi em vão. A
história é contada no livro do jornalista John Krakauer e no filme
dirigido por Sean Penn, ambos com o mesmo título: "Na Natureza
Selvagem". Em um livro encontrado junto a seus pertences, McCandless
escreveu: "A felicidade só é real quando compartilhada".
-----------------* Reportagem teve informação corrigida em 21 de fevereiro de 2019 sobre o número de pessoas que vivem sozinhas no Brasil
olaborou nesta edição
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