segunda-feira, 7 de novembro de 2022

“As pessoas felizes são três vezes mais produtivas. Sai mais barato contratar uma pessoa feliz do que ter três pessoas tristes

Reportagem por Marta Marques Silva

 

Marcos Borga

Já lhe chamaram o “economista do talento”. Juan Carlos Cubeiro fala dos temas que impactam hoje as políticas de recursos humanos das empresas

“Estes são os meus princípios. Se não gostam, tenho outros”. A frase é do comediante norte-americano Groucho Marx e serve de introdução ao impacto que a entrada das novas gerações no mercado de trabalho está a ter um pouco por todo o mundo na forma como as empresas gerem hoje as suas políticas de recursos humanos. “Pois bem, os jovens não têm outros. Para eles, as questões da conciliação entre o trabalho e a vida pessoal é algo absolutamente irrenunciável”.

Juan Carlos Cubeiro é HeadCoach da ManpowerGroup Talent Solutions e membro do Conselho Consultivo Fundação Human Age Institute. Em conversa com o Diretor da EXAME, Tiago Freire, o já apelidado “economista do talento” partilhou a sua visão dos temas que têm hoje impacto direto na gestão dos recursos humanos das empresas, na 22ª edição do Fórum Futuro do Trabalho, uma parceria da EXAME com o ManpowerGroup Portugal, onde foram ainda conhecidas as empresas distinguidas com o selo das Melhores Empresas Para Trabalhar 2022.

O conceito de felicidade organizacional não é novo, mas tem ganho protagonismo num momento de profunda redefinição da relação entre trabalhadores e empresas. Mais do que um capricho dos nos tempos, Juan Carlos Cubeiro destaca o impacto financeiro do novo foco centrado no colaborador: “As pessoas felizes são três vezes mais produtivas. Podes contratar uma pessoa feliz ou três tristes. Três tristes são mais caras”.

Sobre a flexibilidade do trabalho, destaca que “tem menos a ver com o ‘onde’ e mais com ‘quando’”, a possibilidade de um trabalhador adaptar os horários de trabalho às suas rotinas e necessidades familiares e sociais.

Indispensável ao sucesso de uma empresa é mesmo a capacidade de atrair e reter o talento, diz. Principalmente num momento de confluência de crises – económica, ambiental, sanitária, social e de polarização. “É uma crise muito complexa, onde o elemento-chave é o talento. Temos de tomar o talento muito a sério. Só as empresas bem lideradas e capazes de atrair, reter e desenvolver talento vão progredir”.

Uma definição que não tem género, nem idade. Alerta para a necessidade de somar “inclusão” à “diversidade”, destacando que “há empresas que podem ter 50% de mulheres mas não têm mulheres no comité de gestão. Diversidade é se vais a uma festa, inclusão é se danças na festa”. E adianta: “Ao mesmo nível da discriminação das mulheres, está a discriminação dos seniores. Há uma convicção de que as pessoas com mais idade não podem aprender. Sabemos que se pode aprender em qualquer idade. Por exemplo, Nadal e Djokovic têm outras valências que Alcaraz e Ruud”. Por isso, diz, upskilling e reskilling são fundamentais no caminho para o sucesso das empresas.   

Fonte: https://visao.sapo.pt/exame/melhores-empresas-para-trabalhar/2022-10-27-as-pessoas-felizes-sao-tres-vezes-mais-produtivas-sai-mais-barato-contratar-uma-pessoa-feliz-do-que-ter-tres-pessoas-tristes/?utm_source=Vis%C3%A3o&utm_medium=Gaveta_Multimarca&utm_campaign=Gavetas_Artigos_22

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