Leilão da única versão de “O Grito” que está em domínio privado deve colocar obra entre asmais caras do mundo
– O Grito é a imagem definitiva da modernidade – diz Simon Shaw, chefe do departamento de arte impressionista e moderna da galeria. – Instantaneamente reconhecível, essa é uma das poucas imagens que transcende a história da arte e alcança uma percepção global.
Em uma época de grande interesse crítico pelo artista e com o aniversário de 150 anos de seu nascimento ocorrendo em 2013, este é um momento particularmente interessante para O Grito aparecer no mercado, acredita Shaw:
– Para colecionadores e instituições, a oportunidade de adquirir uma obra-prima tão influente não tem precedentes nos últimos tempos.
Caso se confirme a previsão e o lance vencedor supere US$ 80 milhões, O Grito pode se colocar perto dos recordistas de leilões, como Nu, Folhas e Busto, de Picasso, que detém o atual recorde depois de ser vendido por US$ 106 milhões na Christie’s, de Nova York, em 2010. Esta venda quebrou o recorde anterior, de US$ 104,3 milhões, preço pago três meses antes por O Homem que Caminha, de Giacometti, na Sotheby’s de Londres.
O Grito pertence ao empresário norueguês Petter Olsen – um dos proprietários de uma grande empresa de transporte marítimo – cujo pai, Thomas, foi amigo e patrono de Munch.
– Vivi com essa obra durante toda a minha vida, e seu poder e energia só aumentaram com o tempo – comenta Olsen. – Agora, porém, sinto que chegou a hora de oferecer ao resto do mundo uma chance de apreciar esse trabalho notável. Além disso, como ambientalista, estou preocupado com a relação do homem com a natureza, e sinto que O Grito faz uma declaração importante sobre isso.
O Grito é a imagem definitiva da modernidade,
diz diretor de galeria de Nova York
A obra foi uma das muitas de Munch que o pai de Olsen adquiriu em um esforço para aumentar a reputação do artista, emprestando a coleção para exposições no Exterior. As receitas provenientes da venda, explica Petter Olsen, serão revertidas para a criação de um museu, um centro de arte e um hotel na fazenda da família em Hvitsten, Noruega. O espaço deve ser aberto no ano que vem, quando se comemora o 150º aniversário de Munch, e será dedicado exclusivamente ao artista.
Esta versão de O Grito é considerada a mais vibrante das quatro, estando o exemplar principal na coleção da Galeria Nacional da Noruega. Ela foi roubada em 1994, no início das Olimpíadas de Inverno em Lillehammer, mas foi recuperada no final daquele mesmo ano. Em meados da década de 2000, as outras duas versões foram roubadas. Elas também foram recuperadas e voltaram a ser exibidas em 2008.
A venda vai permitir que a versão produzida em 1895 seja exibida em Londres e Nova York pela primeira vez.
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Tradução: Guilherme Justino
MARK BROWN | The Guardian
Fonte: ZH onn line, 23/03/2012
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