segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Maria Botelho Moniz e o luto. "O tempo não cura absolutamente nada. É um mito"

 Sara Antunes de Oliveira*

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A mim aconteceu-me muito cedo, senti-me viúva com 29 anos. Mas a dor da perda é a dor mais universal

Por muito remendo, por muito que esteja tudo colado, por muito que as gavetas estejam arrumadas, nós já não somos a mesma pessoa.

Porque um dia o telefone tocou e disseram-nos que a pessoa que mais amamos no mundo deixou de existir.

O tempo, a única coisa que faz, é ajudar a que tenhamos distância do livro que, no primeiro dia, está colado no nosso nariz.

Mas não cura absolutamente nada.

A certa altura tem de se escolher: vou viver com uma nuvem negra em cima da cabeça ou vou arrumar isto, aprender com a tristeza?

E, inevitavelmente, acabei por escolher ser feliz.

 * Texto de Sara Antunes de Oliveira. Jornalista. Editora do Jornal Observador.

Maria Botelho é apresentadora da televisão. Há 7 anos precisou de ajuda para lidar com o luto do namorado, com quem se preparava para casar, e do pai, quatro anos depois. É a terceira convidada da série “Labirinto” – Conversas sobre Saúde Mental.

Fonte: https://observador.pt/especiais/maria-botelho-moniz-e-o-luto-o-tempo-nao-cura-absolutamente-nada-e-um-mito/?utm_source=Newsletters+Observador&utm_campaign=abc277c1bb-360_CAMPAIGN_2019_12_11_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_4e99f7d1e5-abc277c1bb-183794629

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