Cortesia Nike
Por acaso a empresa esconde algo detrás dessa peça de vestuário islâmico?
Enquanto no âmbito político uma lacuna entre Oriente e Ocidente parece intensificar-se, no mundo fashion as fronteiras estão se abrindo para as mulheres muçulmanas.
Há quase dois anos, Dolce & Gabbana lançou uma linha de hijabs e
abayas de luxo. No fim do ano passado, H&M tornou-se a primeira
grande marca internacional a colocar uma modelo com hijab em uma de suas
campanhas publicitárias. E poucas semanas atrás, Halima Aden se tornou a
estrela da passarela de Kanye West na Semana de Moda de Nova York,
também usando esta tradicional peça islâmica.
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Mas agora é a Nike que quer fazer toda uma “declaração social” ao
criar o Pro Hijab para as atletas muçulmanas. O produto levou um ano
para ser elaborado, foi feito com um material leve, estará disponível em
três cores neutras (preto, cinza e obsidiana) e tem pequenos furos que
permitem uma melhor transpiração, mas sem revelar nada da pele ou
cabelo.
Embora sua venda comece a partir do próximo ano, na véspera do Dia
Internacional da Mulher, a patinadora profissional dos Emirados Árabes
Unidos, Zahra Lari, revelou a notícia em sua conta no Instagram, pois
ela e outras atletas muçulmanas fizeram parte de todo o processo
criativo e serão imagem da campanha publicitária.
Devemos esclarecer que não é a primeira vez que uma marca esportiva
faz hijabs, mas é a primeira vez que uma empresa mundialmente famosa e
americana faz isso. Além disso, é interessante porque justamente no
esporte permanecem barreiras em relação a sua utilização, como é o
polêmico caso do basquete, onde a Fiba (Federação Internacional de
Basquete) proíbe o uso de hijabs “por segurança”, porque, segundo os
membros da Federação, poderiam enroscar em outra jogadora ou cair.
Nas redes sociais, como de costume, as opiniões são variadas. Por um
lado, há aqueles que comemoram este novo lançamento, não só por promover
uma atmosfera de inclusão mas também por permitir que as muçulmanas em
geral (não apenas as atletas profissionais) tenham uma peça que respeite
a sua religião que lhes dá as comodidades necessárias para fazer
exercício. Mas por outro lado, há aqueles que acreditam que se trata de
um movimento bastante comercial e oportunista dado o atual momento
histórico que estamos vivendo.
Com relação a este segundo ponto, é preciso dizer que a Nike abriu
várias lojas nos últimos anos no Oriente Médio e é um mercado
extremamente atrativo para qualquer empresa, já que estima-se que seu
valor supere três trilhões de dólares em 2020, o mesmo ano que serão
realizados os Jogos Olímpicos em Tóquio. Coincidência? O tempo e os
números dirão.
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Reportagem por Aleteia Espanha |
Mar 22, 2017
Fonte: http://pt.aleteia.org/2017/03/22/nike-incorpora-o-hijab-a-moda-esportiva/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt
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