VOLTAIRE SCHILLING*
Disse então: “Nós os derrotamos [os alemães] por duas vezes neste século (na 1ª e 2ª GM) e não será agora que vamos lhes obedecer”. Para ela, aprofundar-se na integração era capitular.
Anteriormente, em 1960 e 1967, a entrada do Reino Unido no consórcio europeu fora vetada pelo general-presidente De Gaulle (ele jamais esqueceu as humilhações que Churchill o fizera passar durante o exílio dele em Londres, 1940-44). O prócer francês alegou que as ilhas, pela sua universalidade, não tinham uma economia afinada com os países continentais.
Via a Grã-Bretanha estrategicamente como um porta-aviões americano e um simples coadjuvante dos EUA nos demais assuntos. Magoados, os ingleses tiveram que esperar a saída de De Gaulle do poder em 1969 para que então fossem acolhidos, o que ocorreu somente em 1973. A situação confirmou-se por meio de um plebiscito proposto em 1975: 67,2% dos eleitores disseram sim, e apenas 32,8% defenderam a saída da CEE.
O Brexit (junção entre as palavras Britain – Grã- Bretanha – e exit – saída), resultado do recente plebiscito de 2016 que repeliu (por 52% a 48%) um estreitamento com o continente, nada mais foi do que a reaparição da Dama de Ferro como um vingativo espectro, conclamando a velha guarda inglesa, nostálgica da grandeza do império perdido, um coro de ressentidos a manifestar-se contra (a média dos que preferiam a saída era de 65 anos de idade). Serviram como farol para Donald Trump.
---------------
*Historiador
chillin@terra.com.br
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a9749414.xml&template=3898.dwt&edition=30828§ion=70
Imagem da Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário