ROSANA REGO CAIRUGA*
Déficit de natureza! Se existe uma consequência visível que o isolamento social causou nas nossas crianças, é a falta do natural. E, acredite, essa é uma lacuna gravíssima, que gera problemas físicos e desajustes motores, por exemplo, além de transtornos mentais, como depressão, hiperatividade e dificuldade de concentração.
Tudo acontece na natureza! Para as crianças, esse é o maior parque de diversões do mundo, uma fonte inesgotável de vivências únicas, criatividade e aprendizado contínuo. Criança feliz tem mãos na terra e pés descalços, sente o gosto dos pingos da chuva e o perfume da grama úmida. Mais do que nunca, é necessário encontrarmos formas de conectar as crianças com o meio natural.
Todos nós precisamos da natureza em nossas vidas, e elas, também! Se não podemos ter uma floresta ao nosso alcance, que tenhamos plantas na nossa casa, no nosso apartamento, nos espaços de convívio, em qualquer lugar. Para além do virtual, a atmosfera natural proporciona conexões inimagináveis e duradouras. Nada substitui a experiência vivida que faz memória: nossa fonte provedora dos sentimentos e da humanização.
A natureza é, sem dúvida, o principal meio de conexões do ser humano. Ela é como um metaverso da infância: dá aromas, sabores, cores e texturas, aguçando habilidades sensoriais, e impacta diretamente questões relacionadas ao desenvolvimento. Urge, portanto, investirmos em novas possibilidades para que as crianças possam viver a natureza em sua plenitude.
Quando pensamos em educação, uma mudança possível é, sem dúvida, reconfigurarmos os espaços escolares, dando vez à natureza e à sustentabilidade. É uma mudança simples, mas transformadora, uma questão de atitude! Ensine a plantar, estimule o cultivo e compartilhe a alegria da colheita, do desabrochar de um pequeno botão.
A hora é agora. Não podemos mais esperar, sob pena de privar as próximas gerações desse convívio essencial para a formação de qualquer ser humano. É um investimento real que transforma o presente e dará lindos frutos no futuro.
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