Copo meio vazio
Pessimismo dos ex-alunos de Harvard é descabido, porém relevante (Reprodução/Internet) |
Pesquisa da Universidade de Harvard
mostra que 71% dos executivos acreditam
que a competitividade dos Estados Unidos
cairá ao longo dos próximos três anos
Os lucros podem estar numa alta histórica, mas os executivos norte-americanos estão preocupados. Alguns reclamam que seu presidente, Barack Obama, não entende o funcionamento do setor privado. Outros argumentam que os Estados Unidos em si estão saindo de controle. Grande parte deste pessimismo é descabido, ainda que seja relevante.
Uma pesquisa publicada no dia 18 último oferece detalhes perturbadores. 71% dos executivos entrevistados acreditam que a competitividade dos Estados Unidos cairá ao longo dos próximos três anos. Cerca de 45% disseram que empresas norte-americanas terão mais dificuldade de competir na economia global. Surpreendentes 64% acham que será mais difícil para empresas norte-americanas pagar salários altos e bônus.
A pesquisa é da Harvard Business School, que em outubro convenceu quase 10 mil de um grupo de 78 mil ex-alunos a completar o questionário. Dois terços residiam nos Estados Unidos, o restante está espalhado por 121 países. Cerca de 91% haviam trabalhado no ano anterior (cerca de metade nos setores de finanças, manufaturas e serviços profissionais). Tratando-se de Harvard, mais de um quarto declararam-se executivos-chefes, presidentes de conselho, fundadores, donos ou algum outro cargo igualmente elevado.
"Pesquisas deste tipo têm importância
porque o pessimismo revelado
reflete-se em decisões tomadas
por profissionais em cargos de chefia."
Curiosamente, os ex-alunos de Harvard sentiam-se pessimistas com relação ao rumo dos Estados Unidos, mas não em relação à sua situação atual. Cerca de 57% consideram que o ambiente de negócios hoje nos Estados Unidos é um pouco ou muito melhor que a média global; só 15% disseram que a atual economia estava pior que a média. Mas quando uma comparação de prospectos em relação a outras economias industrializadas foi requisitada, so 9% afirmaram que os EUA estavam na frente. Surpreendentes 66% preveem que os EUA perderão terreno para o Brasil,Índia e China; só 8% prevê o contrário. Aqueles em setores de mercado mais competitivos foram os mais pessimistas; administradores de hotéis ou prestadores de seviços básicos responderam de modo mais positivo.
Pesquisas deste tipo têm importância porque o pessimismo revelado reflete-se em decisões tomadas por profissionais em cargos de chefia. No ano anterior à pesquisa, um em cada 6 respondentes envolveram-se pessoalmente com a decisão de fechar um negócio com os Estados Unidos ou outro país. Alguns tiveram que escolher entre transferir uma empresa para o exterior ou não. Outros, se seria o caso de trazer uma empresa de volta aos Estados Unidos. Outros escolheram onde sediar uma nova operação. De um modo geral, a escolha pelo estrangeiro foi duas vezes mais frequente do que a escolha pelos EUA.
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Fontes: Economist - Glass half empty
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