terça-feira, 17 de abril de 2018

Papa Francisco - Misericórdia


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POR QUE RAZÃO, SEGUNDO O SENHOR, ESTE NOSSO TEMPO E A NOSSA HUMANIDADE PRECISAM TANTO DE MISERICÓRDIA?

Porque é uma humanidade ferida, uma humanidade que possui feridas profundas. Não sabe como curá-las ou acredita que não é possível curá-las. E não são apenas as doenças sociais e as pessoas feridas pela pobreza, pela exclusão social, pelas inúmeras escravidões do terceiro milênio. Também o relativismo fere muitas pessoas: tudo parece igual, tudo parece o mesmo. A humanidade precisa de misericórdia. Pio XII há mais de meio século, disse que o drama da nossa época era termos perdido o sentido do pecado, a consciência do pecado.

A isso se acrescenta atualmente o problema de considerar o nosso mal, o nosso pecado, como incurável, como algo que não pode ser curado e perdoado. Falta a experiência concreta da misericórdia. A fragilidade dos tempos em que vivemos é também está: acreditar que não existe a possibilidade de redenção, alguém que nos dá a mão que nos levanta, um abraço que nos salva, perdoa, anima, que nos inunda de um amor infinito, paciente, indulgente; que nos coloca de novo nos trilhos.

Precisamos de misericórdia. Temos de nos perguntar  por que tantas pessoas, homens e mulheres, jovens e idosos de todas as classes sociais, recorrem hoje a adivinhos e a cartomantes. O Cardeal Giacomo Biffi citava estas palavras do escritor inglês Gilbert Keith Chesterton: “Quem não crê me Deus não quer dizer que não acredita em nada, porque começa a acreditar em tudo”. Uma vez ouvi uma pessoa dizer: “No tempo da minha avó bastava o confessor; hoje, muitas pessoas vão aos cartomantes...” Hoje, procura-se a salvação em tudo que é lugar.
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 - Excerto do livro do Papa Francisco -  O nome de Deus é misericórdia. Uma conversa com Andrea Tornielli. Ed. Planeta, SP, 2016, pp. 37/38.

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