Transformar a tragédia que vitimou fatalmente 71 pessoas em fábula,
como uma história infantil lida de pai para filho, com direito a começa
pela característica frase “era uma vez”. Essa foi a missão da equipe de
comunicação da Chapecoense ao produzir a edição de dezembro de seu
informativo – revista disponibilizada integralmente na internet. Na
história, os responsáveis pelo conteúdo enaltecem, um a um, todos os
brasileiros que acompanhavam a delegação do clube para a final na Copa
Sulamericana, na Colômbia. Mortos? Não! Foram, sobretudo jogadores e
jornalistas, os convocados por Deus para uma partida no céu.
No texto que relata a história como ficção, o pai conta ao seu filho –
torcedor da Chape – que Deus escolheu os melhores jogadores, comissão
técnica, dirigentes e demais componentes do futebol para serem os
campeões além do mundo. Com tantos destaques, 20 profissionais da mídia
foram requisitados para cobrir todos os detalhes da partida divina,
pois, segundo o relato, “aquele time, tão querido, seria alvo de muitos
holofotes, afinal era favorito ao título do campeonato que jogariam no
céu”. Isso porque toda a imprensa iria “disputar com afinco uma
oportunidade de entrevista”. Para ajudar nessa tarefa e na divulgação
dos bastidores da ação, ninguém melhor do que os dois assessores de
imprensa do clube: Gilberto Tomás e Cleberson Silva.
Ao fim do conto, o personagem paterno relata que não aguentou segurar
as lágrimas ao relembrar o caso fatídico e que seu jovem filho percebeu
o ocorrido e perguntou qual seria o futuro da Chapecoense. Seguindo o
estilo fantasioso da história construída, ele segue que, mesmo sendo
especiais, os atletas Alan Ruschel, Follmann e Neto não foram convocados
para o jogo no céu porque Deus os escolheu para outra nobre missão:
servirem de motivação para a reconstrução do time. Ao jornalista Rafael
Henzel, também escolhido por Deus para outra missão, caberia a
responsabilidade de “contar essa página histórica”.
Força para produzir o conteúdo
“Depois daquele interminável 29 de novembro, entre a incredulidade e a dor, encontramos a esperança e a certeza de que deveríamos dar continuidade ao legado deixado por nossos colegas e, acima de tudo, honrar o trabalho que, com tanto amor, eles realizavam”, escreveu Alessandra Lara Zuanazzi Seidel, do time de comunicação e marketing da Chapecoense, na fan page oficial do clube. Ela destacou, no conteúdo divulgado na última semana, mencionou os dois assessores que morreram na tragédia com o avião na Colômbia. “O informativo de dezembro, planejado com tanto carinho – inclusive e principalmente pelos nossos colegas da comunicação, Giba e Cleberson – deveria ser realidade”.
Além de Alessandra, os textos da edição de dezembro do informativo da
Chapecoense foram produzidos por Ábner Steffen, Cissa Soletti, Eduardo
Lima Guimarães (também responsável pela criação e diagramação) e Juliana
Sá Zonta. Fora a fábula, a publicação fez questão de agradecer o apoio
que tem recebido dos quatro cantos do planeta, em destaque para as ações
organizadas pelo Atlético Nacional, time colombiano que seria o rival
na final da Sulamerica, pelo público de Curitiba (que receberia a última
partida do torneio internacional) e pelos times de todo o país.
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Texto por Anderson Scardoelli
@scardoelli
Fonte: http://portal.comunique-se.com.br/era-uma-vez-jogadores-da-chapecoense-e-jornalistas-convocados-para-o-ceu/
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