por Juremir Machado
Tudo vai bem, tudo vai mal, como sempre.
A Polícia Federal bateu na casa do capitão, que está caindo, já faz tempo, atrás do seu telefone, que levou, mas falta a senha, que era esta: oito de janeiro. Tudo vai mal, tudo vai bem, avante, soldado, para trás.
Bolsonaro diz que não tem senha.
A turma do capitão teria fraudado dados de vacinação para permitir a entrada da família quase ex-real nos Estados Unidos no momento em que o presidente deu no pé, deixando para trás suas impressões digitais por toda parte onde algo deu errado. Bolsonaro diz que não tomou a vacina. Garante que a filha Laura também não foi vacinada. Michele teria tomado só a primeira dose. Orgulho nacional. Negação da ciência, que está salvando a humanidade e permitindo que a vida siga bastante normal.
O faz-tudo do capitão foi preso. Do tudo ao nada. O major Cid chegou a ser nomeado comandante de uma tropa que poderia usar para defender ou atacar Brasília. Caiu do cavalo antes de montar. Vai conhecer outro ponto de vista. Ou a vista de outro ponto. A fidelidade lhe está saindo cara.
Que taipas! De fato, é dose. De menos.
Plataformas, evangélicos e extrema direita unidos contra a regulação das redes sociais. Uma mistura dessas produz o que mesmo? Crocodilo? Urso polar? Tecnologia de ponta a serviço do atraso. As Big Tech não querem perder o filão brasileiro. O bolsonarismo quer liberdade para continuar mentindo. Nunca se mentiu tanto. Mente-se até sobre a mentira.
O noticiário está quente. É só rolo. O capitão sente a respiração da lei no seu cangote. Chamado a depor, quer tempo para se preparar. Poderá ficar em silêncio. Será talvez a primeira vez na vida. Será que consegue? Se aprender a ficar em silêncio, torna-se ainda mais perigoso. Até agora a boca grande é que lhe tem atrapalhado os passos. De boca fechada teria sido reeleito. Mas não teria sido eleito. Jacaré não entra no céu duas vezes. Ainda mais sem cartão de vacinação. Tudo muda, tudo continua. É só olhar para a volta de Vanderlei Luxemburgo ao Corinthians. Nada mais novo.
Tudo vai muito bem, tudo vai muito mal.
O Banco Central independente manda e não pede.
Bolsonarista, o presidente do Banco defende sua autonomia.
E la nave va. A esmo.
O Brasil está melhor. O bolsonarismo é que não vai bem.
A torcida canta: “A tua hora vai chegar”.
*Jornalista. Escritor. Prof. Universitário.
Fonte: https://www.matinaljornalismo.com.br/matinal/colunistas-matinal/juremir-machado/juremir-noticias-do-brasil-urgente/
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