Dom Walmor Oliveira de Azevedo*
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) -
Igreja deve alertar sobre a exploração irracional
Respostas constroem o diálogo, desfazem ruídos, fomentam a
aproximação e contribuem para entendimentos. Torna-se, pois, oportuno,
nesta semana em que celebramos o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da
Criação, dedicar-se à seguinte pergunta: por que fazer um sínodo, o Sínodo da Amazônia, convocado pelo papa Francisco,
a ser realizado em outubro deste ano? Trata-se de acontecimento com
repercussões e indicações para a vida e a missão da Igreja Católica,
fortalecendo-a ainda mais no anúncio do Evangelho, na promoção da vida.
Instrumento de trabalho, o sínodo faz parte da vida da Igreja desde o Concílio Vaticano 2º, realizado de 1962 a 1965. O papa Francisco renova a compreensão a respeito do sínodo ao afirmar que é um instrumento privilegiado de escuta do povo de Deus. Seus participantes, convocados pelo pontífice, estão abertos à ação do Espírito Santo e buscam novos caminhos para a evangelização. É oportunidade para se dedicar a questões que dizem respeito à tarefa missionária da Igreja Católica em todo o mundo. Por isso, acolhendo apelos dos bispos servidores na Amazônia, o papa Francisco, sempre zeloso por toda a Igreja, convocou o Sínodo dos Bispos para a Amazônia há dois anos —em outubro de 2017.
Instrumento de trabalho, o sínodo faz parte da vida da Igreja desde o Concílio Vaticano 2º, realizado de 1962 a 1965. O papa Francisco renova a compreensão a respeito do sínodo ao afirmar que é um instrumento privilegiado de escuta do povo de Deus. Seus participantes, convocados pelo pontífice, estão abertos à ação do Espírito Santo e buscam novos caminhos para a evangelização. É oportunidade para se dedicar a questões que dizem respeito à tarefa missionária da Igreja Católica em todo o mundo. Por isso, acolhendo apelos dos bispos servidores na Amazônia, o papa Francisco, sempre zeloso por toda a Igreja, convocou o Sínodo dos Bispos para a Amazônia há dois anos —em outubro de 2017.
A motivação fundamental é avaliar a atuação e a presença missionária da
Igreja na Amazônia para cumprir melhor a sua missão —anunciar o
Evangelho, configurando uma presença que, cada vez mais, promove grandes
heranças culturais. É próprio da Igreja contribuir com a humanidade em
importantes áreas: artes e arquitetura; educação formal, com escolas e
universidades; e ação social, constituindo uma rede de serviços à vida,
especialmente dedicados aos pobres e desamparados. Tudo para impulsionar
e qualificar o exercício da cidadania, a colaboração para construir uma
sociedade justa à luz da fé.
A Pan-Amazônia, região do mundo que abrange nove países da América Latina, tem presença maior no território brasileiro. O Estado brasileiro é proprietário da maior parte dessa região.
Esse território tem presença histórica da Igreja Católica, que se dedica a cumprir o que pede Jesus, seu Mestre e Senhor: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mateus 28,19). Ao se dedicar à evangelização na Amazônia, a Igreja olha para si e para a vida, revê sua história, contempla o meio ambiente e o povo —o povo de Deus.
A Pan-Amazônia, região do mundo que abrange nove países da América Latina, tem presença maior no território brasileiro. O Estado brasileiro é proprietário da maior parte dessa região.
Esse território tem presença histórica da Igreja Católica, que se dedica a cumprir o que pede Jesus, seu Mestre e Senhor: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mateus 28,19). Ao se dedicar à evangelização na Amazônia, a Igreja olha para si e para a vida, revê sua história, contempla o meio ambiente e o povo —o povo de Deus.
Nesse horizonte estão os parâmetros de uma ecologia integral, indicações
pertinentes do papa Francisco, delineadas na sua Carta Encíclica sobre a
Casa Comum. Inclui uma compreensão que gere novos hábitos e costumes
para tratar adequadamente o patrimônio ambiental —com riquezas
impressionantes na fauna, na flora e nos recursos minerais, em interface
com a vida e a história, tradições e valores religiosos de povos
tradicionais.
A Igreja reconhece e defende a soberania nacional sobre a Amazônia.
Entende que a nação brasileira deve cultivar consciência amadurecida
para tratar essa região como dom da criação de Deus, um bem de seu povo,
na contramão das tiranias advindas da idolatria do dinheiro.
A Igreja se coloca, humildemente, na condição de servidora. É
sensível aos anseios dos povos, especialmente dos pobres, sem qualquer
motivação ligada a interesses políticos ou econômicos. A Igreja tem o
dever de alertar sobre as consequências da exploração irracional da
Amazônia: níveis de 4 °C de aquecimento, ou um desmatamento de 40%,
constituem “pontos de inflexão” do bioma amazônico rumo à desertificação,
o que significa a transição para uma nova condição biológica,
geralmente irreversível. E é preocupante que, atualmente, já nos
encontramos entre 15% e 20% de desmatamento.
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