Alexandre Monteiro*
O grande objetivo das pessoas tóxicas, é o controlo sobre o outro para satisfazer as suas necessidades, não tendo em consideração as necessidades dele.
Escolha as suas batalhas, pergunte-se sempre porque as pessoas estão a
ser mal-educadas, aprenda a lidar com eles sem reagir. Se alguém está a
ser rude não é obrigado a ficar, se é impulsivo é o ego a responder, se é
forte não precisa de responder, está confiante de quem é. Não leve o
insulto em termos pessoais, não grite, não insulte. Queira informação e
fale de forma que a prioridade seja acalmar-se, diga «Compreendo a sua
opinião; respeito a sua forma de ver as coisas, no entanto …», não veja o
confronto como uma batalha, mas sempre como um jogo, pode discordar,
mas com inteligência e sem força. Há formas tranquilas de confrontar,
fique calmo e não os imite.
Não pode obrigar ninguém a respeitá-lo, o
respeito é um presente. Não pode forçar a pessoa a gostar de si e,
muitas das vezes, nem precisa que ela goste de si. Não pode controlar a
outra pessoa, mas consegue controlar-se a si e se fica emocional e não
está a conseguir controlar-se então deve afastar-se. Não fale, não envie
email, não ligue. Espere 24 horas e dê tempo para conseguir pensar.
Quando reage a alguma coisa está emocional e para que esse estado passe,
precisa de tempo. Introduza uma disrupção para conseguir não responder,
mude de local ou telefone a outra pessoa e pergunte a opinião dela.
O grande objetivo das pessoas tóxicas, é o controlo sobre o outro para
satisfazer as suas necessidades, não tendo em consideração as
necessidades dele. Ser pessoas tóxicas é uma questão de gestão de dor
emocional, fazem-no para minimizar essa mesma dor que pode ser a falta
de segurança, atenção, reconhecimento ou poder, sem intenção de
prejudicar. As manipuladoras querem poder e não se importam com os danos
que causam ou as pessoas que prejudicam no caminho para o poder.
Pessoas tóxicas
As pessoas tóxicas não querem o seu mal, querem a sua admiração. Em
períodos de carência as pessoas ficam mais invejosas é um comportamento
automático de sobrevivência. Na pré-história, quanto maior fosse a
carência mais as pessoas lutavam por comida ou território, por este
motivo grupos grandes geram mais ansiedade, percebendo-se que há uma
maior concorrência pelas nossas necessidades. Em falta, e quando as
coisas não correm como planeado, tendemos a focarmo-nos mais no que está
mal do que propriamente nas soluções. A carência emocional cria pessoas
tóxicas, são pessoas em dor.
D-D-D-D é o padrão mais comum de pessoas tóxicas.
Desdenha, Desconfia, Desafia, Domina.
1- Desdenha
"Sim, mas…; Não é bem assim; pensas que é fácil; Eu sou o mais bonito;
Eu sou a melhor!". A pessoa que desdenha é aquela que desvaloriza ou
rejeita quase tudo o que diz ou vê pelo medo de perder amor ou atenção.
Ela parece ser incapaz de tomar decisões, é pessimista e o outro é quase
sempre responsável pelos erros ou pela falta de diálogo. Para ela há
sempre uma razão para que as coisas não funcionem e a culpa nunca é
dela.
Dor: Falta de atenção
2 -Desconfia
"Isso não é bem assim; quem te ensinou isso? Vê-se logo que não sabes;
Eu sei!; Eu já sabia!; Não sabes nada". A pessoa desconfiada é
controlada pelo medo de errar ou ser enganada, questiona para ter a
certeza que tem toda a informação. Se sente que tem falta de informação e
pode errar entra em stress e acusa o outro de incompetente.
Dor: Medo de errar
3- Desafio
"Vais ter consequências! Já me estou a passar contigo! #$*#%, já estou
farto de te ouvir!" É uma pessoa hostil ou zangada, tenta controlar por
meio da intimidação. Este é o indivíduo que apresenta raiva e insulta,
porque é o seu mecanismo para lidar com a insegurança por falta de
reconhecimento.
Dor: Falta de reconhecimento
4- Domina
"Eu é que sei; É assim, quer concordes ou não! Quem manda sou eu!; e
interrompe com frequência. A dominante quer exercer poder e vai
demonstrar um sentimento de superioridade, porque o seu maior receio é
não ter poder. O foco está em quem decide ou manda.
Dor: Falta de poder
É preferível ser ator e não reagir e a ação acaba por bater a reação. A
melhor forma de lidar com as pessoas tóxicas é não gerando mais dor no
seu ego, lembre-se de que elas são tóxicas porque estão em dor. Então,
suspenda o seu ego, não meça forças para ser melhor e descubra a causa
subjacente do seu comportamento para tentar mudá-las e ganhar vantagem. O
que resiste persiste, quando mais entrar em confronto, mais elas vão
exibir este comportamento, lembre-se, não apanhe as bolas todas. Seja
firme e com princípios.
Identificar é o primeiro passo, o segundo é não cair nas suas armadilhas
emocionais. Eles sabem de forma muitas vezes inata o que torna as
pessoas ainda mais vulneráveis, além da insegurança e distração. São
hábeis e usam as fragilidades do ser humano para os controlar e dominar.
Ser líder e estar atento é a primeira arma para afastar pessoas tóxicas, porque procuram sempre presas fáceis ou distraídas.
Ser percebido como frágil é um gatilho poderoso para se tornar uma
vítima, mas estar perdido ou distraído tem o mesmo efeito na cabeça dos
manipuladores, quando escolhem uma pessoa para atacar ou dominar.
Sabe porque é que há pessoas que não gostam de pedir informações quando
estão perdidas? Estar perdido é percebido como vulnerável, tanto que
muitas das vítimas escolhidas para assaltos são aquelas que dão sinais
de estarem em perdidas ou distraídas, consultando mapas, olhando para o
telemóvel constantemente distraídas, andando depressa ou muito devagar,
cabisbaixos, desviando o olhar ou fazendo um olhar intenso, estes são
gatilhos inconscientes para os predadores perceberem alguém como presa.
Reconhecer os comportamentos perigosos e os padrões das pessoas
perigosas e saber como, quem e quando elas atacam, quais são os sinais
de alerta, é essencial para se proteger e defender-se ou afastar-se.
Lembra-se da máxima no mundo dos agentes secretos? Estar parado torna-o
um alvo fácil. Se identificar que está perante uma pessoa tóxica,
mexa-se! Não fique parado como acontece em muitas situações, quando a
pessoa não se sente confinante ou segura, seja em relações
profissionais, onde lida com chefes narcisistas ou psicopatas e não
procura novas oportunidades, seja nas relações sociais, quando supostos
amigos são tóxicos e só interagem porque precisam dos seus favores, e
deixamos que o façam porque temos medo de perder o seu amor. Ou até nas
relações pessoais onde existem agressões verbais ou não verbais por
parte de um dos elementos do casal e a vítima mantém-se porque tem uma
falsa sensação de segurança ou medo de um futuro incerto. Quanto mais
tempo ficar, mais vulnerável vai ficar.
*Alexandre Monteiro é um palestrante internacional, autor do best-seller Os segredos que o nosso corpo revela, comentador de televisão e coach e mestre em Decifrar Pessoas© português. Torne-se um decifrador de pessoas chegou ao número #1 dos rankings de não ficção em Portugal. .
Fonte: https://www.sabado.pt/opiniao/convidados/alexandre-monteiro/detalhe/decifrar-pessoas-toxicas
Imagem da Internet
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