Mesmo
com vitórias pontuais de seus concorrentes, a cada urna apurada nas
prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump aproxima-se, cada vez
mais, da condição de mais provável candidato do Partido Republicano dos
Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton como
aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais
deste ano.
As chances de Trump ser eleito são aparentemente
pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente - pela
qual o capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente
da população mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos
fundamentalistas, ideias e propostas neo e ultraconservadoras – em
muitos casos, simplesmente fascistas - na internet, sempre existe a
possibilidade de que a loucura se imponha sobre um mínimo de razão,
minguante, fazendo com que, como em um título de uma comédia de
Hollywood, em breve se tenha - em caso de eventual derrota da senhora
Clinton - Um Maluco na Casa Branca.
O
relativo sucesso de Trump, até agora – mesmo que com a recomendação
contrária de expressivas lideranças do próprio Partido Republicano,
deve servir de alerta ao Brasil.
Se não houver um forte apelo
ao bom senso, no sentido de um entendimento entre as principais
lideranças políticas brasileiras, para conter a radicalização, o ódio
ideológico e o imponderável, sempre existe a possibilidade do
aparecimento, a cavalo do populismo, e da ignorância de um público cada
vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um pequeno Donald Trump
nacional – não necessariamente loiro ou com peruca de asno – para
disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República.
Afinal,
como naqueles programas de televisão “sobrenaturais”, as coisas mais
absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão sendo tratadas, pelas
instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável da imprensa,
como se fossem absolutamente normais.
Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto, bastam apenas dois ou três passos.
Afinal,
como se pode ver pelos “panelaços” e as redes sociais, politicamente
boa parte da opinião pública está agindo como se usasse óculos 3D o
tempo todo, para exagerar na distorção da realidade.
E uma outra boa parte, viseiras.
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* Jornalista
Fonte: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2016/03/06/um-maluco-na-casa-branca/
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