quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Futuro: a maioria das crianças terá profissões que ainda não foram inventadas


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De chefs 3D a terapeutas de plantas. De operadores de drones a gestores de morte digital. Ninguém sabe exatamente quando estas novas profissões vão chegar ou em que moldes, apenas que se perde a ideia de um emprego para a vida. E sim, os especialistas na matéria são unânimes neste ponto: o mercado laboral como sempre o conhecemos já era. 
Conhece a sensação de querer fazer mais, mais depressa, frustrado quando 24 horas não chegam para o tanto que ficou por concretizar? A solução passará por bancos onde poderá adquirir mais tempo, esse bem tão raro e precioso.
 
MINIMIZADORES DE IMPACTO 
No que diz respeito ao meio ambiente, a preocupação abre caminho a engenheiros 
de diminuição do ruído e a reducionistas do impacto visual. Haverá ainda lugar 
para assessores de impacto, gestores de partilhas corporativas ou 
otimizadores de resíduos biodegradáveis.
 


  • GESTORES DE CONTENÇÃO DE MEDO
  • Terrorismo. Ensaios nucleares. Desastres naturais e doença. Nunca antes receámos tanto
    que o medo nos afastesse do nosso caminho, mas para grandes males...

    ESPECIALISTA EM ÉTICA DA PRIVACIDADE
  • Irão ganhar relevo numa sociedade em que aquilo que fazemos na internet influencia
    as nossas dimensões fora dela, e vice-versa – impossível separar um mundo
    do outro nos tempos que correm. Guardião de privacidade
    é outra profissão com futuro.

    GESTORES DE DESPERDÍCIO DE DADOS
  • E porque a nossa vida se faz cada vez mais online, o risco de ficarmos com dados importantes
    à solta está sempre presente, com o que era privado a poder tornar-se público
    sem querer. Dado que a internet não esquece o que lá vai parar,
    o melhor é nós também não.

    ANALISTA DE QUALIFICAÇÃO ATLÉTICA
  • Quiseram impedir o sul-africano Oscar Pistorius de correr nos Jogos Olímpicos,
    porque com as próteses tinha vantagem sobre os atletas com pernas,
    mas o potencial dos membros artificiais será ainda mais revolucionário.
     Em vez de antidoping, os testes serão para ver se os desportistas
    mantêm as partes originais.

    TERAPEUTAS DO AUMENTO DA MEMÓRIA
  • Uma cabeça é pouco quando o CEO da Google, Eric Schmidt, diz que a cada
    dois dias se produz tanta informação como a que criámos desde
    o início da escrita até 2003. Sem esquecer de que se vamos todos
    chegar a velhos com muito para dar, convém que
    a memória acompanhe.

    AGRICULTURA
  • Mas uma sem tratores a avançar vagarosamente por entre nuvens de fumo.
    Pelo contrário, o trabalho será feito por drones e
    swarm-bots (enxames robóticos inspirados na natureza).
    E tudo isto conduz a operadores destas máquinas, gastrónomos moleculares,
    educadores de plantas inteligentes.

    TERAPEUTAS DE PLANTA
  • Comemo-las, pomo-las em vasos, deixamos que definhem e muitas vezes
    nem nos lembramos de que as plantas são seres vivos, a oferecer-nos
    a sua própria energia curativa. Aos terapeutas de plantas somam-se ainda os psicólogos,
    capazes de deslindar as crises existenciais
    que a vegetação possa ter.

  • GESTORES DE AVATARES DE RELACIONAMENTO
  • Já há quem use avatares em redes sociais, embora os do futuro sejam
    mais uma espécie de versão melhorada de nós, com movimento e presença.
    Naturalmente, a ideia é serem criados por designers de avatares.

    REGULADORES DE CRIPTOMOEDA
  • Moedas digitais como a bitcoin pedem especialistas em interface de câmbio
    e em adoção de moeda, investidores, táticos de empréstimos.
    A regulação estende-se ainda a banqueiros e advogados
    specializados, além de especialistas
    em recuperação de furtos.

    ESPECIALISTA EM ADN
  • Serão muitos e com profissões tão diferentes como sequenciadores de ADN,
     nanomédicos e especialistas em manipulação
    genética de plantas e árvores,
    entre outros.

    REVIVALISTAS DE ESPÉCIES EXTINTAS
  • Se já em Parque Jurássico se pensava nisso (e funcionou no filme) é porque a coisa 
    tem pernas para andar. Os avanços na biotecnologia já dá aos cientistas 
    a possibilidade de recuperar várias espécies de animais e plantas 
    extintas ao longo de milénios, incluindo mamutes.

  • MONITORES DE PURIFICADORES DA ÁGUA
  • A falta de água é apontada como um dos problemas fulcrais no futuro, 
    a ponto de se pensar em recolhê-la até da atmosfera. 
    Além dos monitores de purificação, transacionistas de fornecimento 
    e gestores de impacto terão igual procura 
    no mercado de trabalho.

  •  ARQUITETOS DE REALIDADE AUMENTADA
    Ainda estamos longe de um Matrix, embora tudo indique que para l
    á caminhamos à medida que o mundo real se mistura, cada vez mais,
    com o virtual. O potencial deste universo
    assim combinado é inimaginável.


  • TRANSFORMADORES DE TRÁFEGO
  • Veículos sem condutor e carros aéreos resultarão numa transformação drástica
    da indústria automóvel tal como a conhecemos.
    Daí a necessidade destes transformadores, que surgem acompanhados
    de novos expedidores de entregas, engenheiros de tráfego automático
    e criadores de sistemas de monitorização.

    INFLEXIONISTAS
  • São eles os especialistas que irão predizer as horas certas e os locais exatos 
    de quaisquer mudanças que se preveja que ocorram,
     incluindo as desencadeadas pelas 
    forças da natureza.

    DESIGNERS DE SUPERBEBÊS
  • Técnicas que permitem fazer mudanças específicas no ADN de humanos,
     animais e plantas abrem caminho à criação
    de superbebés geneticamente manipulados.
    Com eles são ainda esperados
    psicólogos e advogados
    de superbebés.

    ANTROPÓLOGOS DE SISTEMA
  • Sendo a antropologia a ciência que se dedica ao estudo aprofundado
    do homem nas suas múltiplas dimensões sociais, culturais e biológicas,
    não podia deixar de fora a reflexão acerca dos sistemas
    de sensores (centenas de triliões deles) que convertem o mundo
    numa rede perfeita de transmissão de dados.

    AGENTES DE ÓRGÃOS HUMANOS
  • Já se imprimiu rins, fígados, pele, bexigas, narizes e orelhas recorrendo
    à impressão 3D, com essa lista a crescer regularmente.
    Quando o caminho será transitar das próteses funcionais
    para a bioimpressão de órgãos e partes vivas do corpo,
    agentes precisam-se.

    BANQUEIROS DO TEMPO
  • Conhece a sensação de querer fazer mais, mais depressa, 
    frustrado quando 24 horas não chegam para o tanto que ficou por concretizar? 
    A solução passará por bancos onde poderá adquirir 
    mais tempo, esse bem tão raro e precioso.


  • Texto Ana Pago | Fotografia Getty



    Duarte Vasconcelos é piloto de linha aérea. Cismava com alguns dos instrumentos de voo, mas parecia­‑lhe coisa do outro mundo criar os seus, por muitas ideias que tivesse na cabeça. Como? Com que meios? Por que carga de água perdia sequer tempo a pensar nisso? E então descobriu a impressão 3D.

    Comprou uma impressora e um workshop especializado – dado por Alexandre Guerreiro, que hoje desenha as máquinas da empresa de ambos. Em janeiro de 2015, fundavam juntos a Blocks Technology, «a porta de entrada que vem democratizar a impressão 3D no tamanho e no preço», diz o empreendedor. Tiago Rocha é o terceiro elemento em full-time da Blocks, responsável pelo software das impressoras produzidas de raiz nas instalações em Benfica, Lisboa.
    «Já se imprimiu rins de substituição, fígados, pele, bexigas, ossos, dentes, narizes e orelhas recorrendo à impressão 3D», diz Thomas Frey, do DaVinci Institute.
    E foi uma boa aposta a destes jovens, garante à Notícias Magazine o futurista sénior Thomas Frey, fundador do think tank DaVinci Institute, no Colorado, EUA. As suas previsões apontam para que a área da tridimensionalidade – incluindo chefs e designers de moda 3D, especialistas em materiais e até agentes de órgãos humanos – seja uma das que terão mais saí­da profissional até 2030.

    «Já se imprimiu rins de substituição, fígados, pele, bexigas, ossos, dentes, narizes e orelhas recorrendo à impressão 3D. Há cinco anos esta lista não era tão extensa como agora, e continua a crescer regularmente», diz o pensador norte-americano.
    Quem pensa que está tudo inventado engana-se. 65 por cento das crianças que hoje entram na escola primária irão ter trabalhos que ainda não existem.
    Alexandre Guerreiro não se surpreende com o rumo que as coisas estão a tomar: o que ele vê com as Blocks é que, primeiro, as pessoas estranham as máquinas, depois não sabem viver sem elas.
    «Há dois anos lançámos a Blocks One, de nível intermédio. Acima dessa temos a Custom, superprofissional, à medida do cliente. E a Blocks Zero é tão pequena como uma máquina de café, própria para ter em casa e fazer desde porta-chaves a peças de engenharia e arquitetura», acrescenta Duarte Vasconcelos, rendido ao potencial da impressão 3D.

    Ele próprio faz peças para a sua câmara digital. No dia em que furou um pneu, imprimiu uma ferramenta de que precisava e trocou­‑o. «Desde que vi miúdos de 10 anos a usar software de modelação profissional como gente grande, não me admira que o futuro do trabalho passe por aqui.»


    Passará. Para o pensador Thomas Frey, a questão não é se vai acontecer, a questão é como e quando vai acontecer. «Ao ritmo que levamos, creio estarmos à beira de transitar das próteses funcionais para a bioimpressão de órgãos e partes vivas do corpo, no sentido de se curar uma série de condições médicas», diz, prevendo a existência de empregos nesta área concreta, além de outros relacionados: engenheiros e designers de modificação genética, gestores do ciclo de vida, analistas de qualificação atlética, especialistas em ética de modificação corporal. Supõe que com mais tempo será possível imprimir­‑se um corpo completo (o tipo de façanha que, nos filmes de ficção científica, dá pano para mangas). Ou um cérebro humano pronto a encaixar e ligar – quem pode saber?

    O FUTURO ESTÁ A SER INVENTADO AGORA

    Uma coisa é certa: um relatório, de 2016, do Fórum Económico Mundial, antecipa que mais de cinco milhões de postos de trabalho acabem até 2020. A Sparks and Honey, consultora organizacional norte­‑americana, enumera entretanto algumas profissões que considera promissoras: operador de drones, curador digital, consultor de privacidade, coach de Skype, especuladores de moeda digital (como a bitcoin), especialistas em plataformas online de crowdfunding (para financiamento colaborativo de projetos), disruptor corporativo (que ensina as empresas a adotar ambientes flexíveis), gestores de morte digital (responsáveis por gerir a pegada online de utilizadores falecidos).
    Mas há mais: 65 por cento das crianças que hoje entram na escola primária irão ter trabalhos que não existem no presente. Jovens a sair agora do secundário terão uma média de dez a quinze empregos na vida.
    É essencial que o ensino se adapte para ensiná­‑los a serem os pensadores e os empreendedores do futuro, avisam as especialistas em educação Roberta Michnick Golinkoff e Kathy Hirsh­‑Pasek
    É essencial que o ensino se adapte para ensiná­‑los a serem os pensadores e os empreendedores do futuro, avisam as especialistas em educação Roberta Michnick Golinkoff e Kathy Hirsh­‑Pasek, autoras de Becoming Brilliant – What Science Tells Us about Raising Successful Children (algo como Ser Brilhante – O Que Nos Diz a Ciência sobre Educar Crianças de Sucesso, ainda sem tradução portuguesa).

    «Mais importante do que memorizar é saberem comunicar, colaborar, apreender conteú­dos. Terem pensamento crítico, inovação criativa, confiança para arriscar. Então, sim, estarão prontas para os desafios laborais», dizem no seu livro.

    A milenar agricultura será uma área em que a revolução tecnológica 
    criará muitas e inesperadas novas profissões.
    E o que vem aí, afinal, face a tanta mudança? O professor catedrático António Câmara tem uma ideia de como calcular o que nos espera. «Essencialmente, se conseguirem definir muito bem o que agora fazem estão tramados, porque as máquinas vão substituir­‑vos», resume o fundador da empresa de realidade aumentada YDreams, doutorado em Engenharia de Sistemas Ambientais.

    «Muitas das profissões que hoje achamos lucrativas e promissoras, como a programação informática, serão reduzidas substancialmente à medida que a inteligência artificial permitir resolver os problemas.» Por outro lado, crê, áreas desprezadas como o jornalismo ou a comunicação terão muita procura, por estarem ligadas a atividades criativas e já a evoluir noutras direções.

    Também Filipa Leite de Castro, responsável da consultora Jason Associates pelo recrutamento de executivos, defende que qualquer padrão para o futuro terá que ver com criatividade e atualização.
    «Os jovens já não fazem só um curso: vão fazendo formações, atalhando por outros caminhos.» Da mesma forma, não querem um emprego para a vida – nada de cristalizar em direito ou finanças –, como não sonham trabalhar em grandes empresas.
    «Se antes a dimensão e a faturação bastavam para atrair talento, as novas gerações preferem uma empresa com que se identifiquem.» Têm menos uma leal­dade com o empregador e mais um sentido de missão com o seu propósito de vida pessoal.
    «Se antes a dimensão e a faturação bastavam para atrair talento, as novas gerações preferem uma empresa com que se identifiquem.» Têm menos uma leal­dade com o empregador e mais um sentido de missão com o seu propósito de vida pessoal, observa a consultora. Veem ainda na profissão algo que lhes permita associar trabalho e lazer, como na Google.

    António Câmara concorda que este foco no que entendem ser melhor para si influencia o redesenhar do mercado laboral: «Receiam ter pouca liberdade, que os moldes de emprego atuais não os desafiem. Então preferem fazer as suas start­ups e talvez vendê­‑las para passarem a outra coisa», diz, sublinhando a importância de se ter um conhecimento distintivo neste ponto.

    «Em Harvard, por exemplo, têm todos de ler o ensaio Self-Reliance (Autoconfiança) do filósofo Ralph Waldo Emerson.» Basicamente, exorta a ignorar as críticas dos outros e a seguir em frente – a tal inteligência do ensino de que falavam as cientistas educacionais Roberta Michnick Golinkoff e Kathy Hirsh­‑Pasek.
    «Quando terminámos o curso no Técnico de Lisboa em 2010, de Engenharia de Telecomunicações e Informática, quisemos parar um ano para ter uma ideia nossa. Chamaram­‑nos de loucos para cima», conta Cristina Fonseca.
    Assim fizeram Cristina Fonseca e Tiago Paiva, os mentores da startup que ambos fundaram em 2011 e vale hoje 500 milhões de euros: a Talkdesk, capaz de criar um call center na internet em cinco minutos, por qualquer empresa.

    «Quando terminámos o curso no Técnico de Lisboa em 2010, de Engenharia de Telecomunicações e Informática, quisemos parar um ano para ter uma ideia nossa. Chamaram­‑nos de loucos para cima», conta Cristina, entretanto a figurar com Tiago numa lista da Forbes com as trinta pes­soas de menos de 30 anos a destacar­‑se no mundo em diferentes áreas. «Os nossos pais, professores e amigos julgavam­‑nos um caso perdido. Não entendiam como é que num curso com cem por cento de empregabilidade estávamos ali nós os dois, a marinar.»

    O mercado de trabalho nas tecnologias de informação tem quase cem por cento 
    de empregabilidade à saída das faculdades.
    Eles bem repetiam que não tinham emprego por opção, era uma fase – ninguém os largava. Entretanto exploravam projetos pessoais para ganhar algum dinheiro, que investiam em livros e conhecimento online.

    «Fomos contactados por empresas de topo e recusámos. Cheguei a conhecer o Zeinal Bava em processo de entrevistas para a Portugal Telecom, disseram­‑me para escolher a vaga que quisesse e respondi que não. Ao Tiago, que trabalhava na Procter & Gamble, ofereceram­‑lhe um lugar nos quadros e ele rejeitou.»

    Tudo em nome de um sonho que se mostrou vencedor, empregando perto de trezentas pes­soas e com escritórios em Portugal e Silicon Valley, EUA. «O importante é ter criatividade, soft skills, gosto no que escolhemos. E depois sermos bons nisso.»
    «Num mercado de trabalho global e cada vez mais competitivo, apenas os melhores vingarão na triagem natural», diz Vasco Salgueiro, da Michael Page – reputada consultora de recrutamento a nível internacional.
    Outros trunfos que convém ter na manga são inteligência emocional e saber falar línguas, duas competências a estimular desde cedo em casa e na escola. «Num mercado de trabalho global e cada vez mais competitivo, apenas os melhores vingarão na triagem natural», justifica Vasco Salgueiro, senior manager da Michael Page – uma das mais reputadas consultoras de recrutamento a nível internacional.

    Estudos indicam que um profissional que comece numa área financeira pode transitar para uma de marketing ou desenvolvimento de negócio. «Os próprios empregadores vão estar abertos a esta versatilidade, já que os projetos terão uma duração mais limitada (de três a cinco anos) e é desejável um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.»

    OS HUMANOS CONTINUAM A SER INDISPENSÁVEIS

    Se é caso para preocupações? Sem dúvida, responde­‑nos por sua vez o cientista cognitivo Don Norman, fundador e diretor do Design Lab na Universidade da Califórnia – um espaço multidisciplinar centrado na interação das pes­soas com a tecnologia.
    «Qualquer mudança traz as suas vantagens, mas também complica a vida a muita gente. Sendo que neste caso falamos de uma série de profissões que vão desaparecer, ao passo que as emergentes irão exigir dos trabalhadores capacidades e conhecimentos muito diferentes daquilo que pediam as antigas.» Em suma: quem perder o emprego pode ver­‑se bastante aflito para encontrar um novo.

    A inteligência artificial e o mundo digital são áreas-chave, mas os especialistas acreditam que o ser humano será sempre insubstituível.
    A boa notícia, segundo o pensador, é que dá para cruzar essas competências tecnológicas com a criatividade humana para chegar ao que chama de «oportunidades novas e excitantes»: produtos ou serviços personalizados, artesanato e outros negócios flexíveis, realizados por indiví­duos ou pequenos grupos.

    «Teremos cada vez mais impressoras 3D baratas, ferramentas que nos permitem aprender sobre novos assuntos e educarmo­‑nos online. Isso irá dotar­‑nos rapidamente de novos potenciais», diz Don Norman. No fundo, é um contraponto ao futurismo quando a simples ideia de virmos a ter hackers éticos, terapeutas de desintoxicação tecnológica, telecirurgiões ou guardiões de privacidade mete num chinelo o Inteligência Artificial, de Steven Spielberg.

    «O mercado de trabalho nas tecnologias de informação tem quase cem por cento de empregabilidade à saída das faculdades. Ainda assim, a tecnologia nunca substituirá as competências humanas», ressalva o consultor Vasco Salgueiro.
    O futurista Thomas Frey anuncia algumas profissões que surgirão com o envelhecimento ativo da população: designers de alojamento e de memoriais, provedores de serviços para octogenários, auxiliares para cada etapa da vida, administradores de heranças.
    Filipa Leite de Castro, da Jason Associates, concorda: por mais espetacular que seja a otimizar competências, não há – nunca haverá – nada que se compare ao ser humano. «Posso receber belas massagens numa cadeira com moedas, mas não é o mesmo que ser tocada por mãos», argumenta a especialista em recrutamento. E tratando­‑se das áreas da hotelaria e da saúde, duas tendências laborais incontornáveis, será bem­‑sucedido quem valorizar as relações para além das competências técnicas.

    A este propósito, o futurista Thomas Frey aproveita para anunciar algumas profissões que surgirão com o envelhecimento ativo da população: designers de alojamento e de memoriais, provedores de serviços para octogenários, auxiliares para cada etapa da vida, administradores de heranças.

    É ainda este homem que fala em imprimir corpos quem desdramatiza a questão: «É fácil ficarmos paranoicos, mas existem tantas atividades, e tão complexas, que a automatização será incapaz de destruí­‑las.» Alguma vez o sorriso de um robô confortará como o de uma mãe? Se um robô disser a uma mulher que é linda significa tanto como se for o namorado a dizer­‑lho? «Quem sabe onde tudo isto nos leva? A verdade é que vivemos numa economia baseada em seres humanos, nas suas necessidades.»

    E os humanos nem sempre são lógicos.
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    Fonte: https://www.noticiasmagazine.pt/2017/futuro-maioria-das-criancas-tera-profissoes-ainda-nao-inventadas/

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