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Num livro póstumo que será editado esta semana, o físico inglês
defende que num futuro próximo, os "ricos" vão modificar o ADN dos seus
filhos para criarem uma
raça superior de Humanos
E se as classes sociais mais ricas começassem a manipular o ADN
dos seus filhos? O que aconteceria? A pergunta pode parecer descabida
mas para Stephen Hawking, o físico inglês que morreu no passado dia 14 de Março, ela é a base de uma das suas últimas teorias que foi agora publicada no Sunday Times como forma de antecipação do livro póstumo que será editado na próxima quinta-feira.
A
sugestão provocadora é o ponto de partida de um pensamento de Hawking
que defende que uma nova raça de “super-humanos” poderá vir a surgir. O
cientista britânico apresentou esta possibilidade afirmando que esta
nova estirpe de humanos pudesse vir a destruir o resto da Humanidade.
“Tenho a certeza que, ainda este século as pessoas vão descobrir como
modificar elementos do ADN que remetem aos instintos e à inteligência da
agressão, por exemplo”, escreveu Hawking. “É provável que sejam
aprovadas leis contra a modificação genética em humanos, mas algumas
pessoas não serão capazes de resistir à tentação de melhorar
características humanas como a memória, a resistência a doenças e a
duração de vida”, acrescentou ainda.
No tal livro póstumo, que se chamará “Big Answers to the Big
Questions”, onde Hawking irá apresentar alguns dos seus últimos
pensamentos sobre o Universo, lê-se então a possibilidade de serem os
mais ricos, quem, muito em breve, poderão escolher a ‘maquilhagem’
genética dos seus descendentes, optando por criar “superhumanos” com
memória prodigiosa, maior resistentência a doenças, maior inteligência e
vida mais longa.
“Assim que esses ‘superhumanos’ aparecerem vão
surgir significativos problemas políticos na sua relação com humanos
‘não-melhorados’, que não serão capazes de competir com eles”, escreveu o
cientista. “Provavelmente, eles [humanos “normais”] vão acabar por
morrer ou tornar-se irrelevantes. No seu lugar existirão estes seres
auto-definidos que estarão num constante ciclo de auto-melhoramento.”
Esta
teoria tem em consideração técnicas de edição de ADN como a
Crispr-Cas9, que terá sido criada há cerca de seis anos com o intuito de
modificar genes danificados, substituindo-os por outros saudáveis. O
hospital pediátrico londrino Great Ormond Street já utilizou esta
terapia para tratar crianças com leucemia.
Este tratamento usado
pelo hospital britânico já levantou alguma polémica, nomeadamente em
relação a se deveria ou não ser dada a oportunidade aos país a
possibilidade de fazer estas alterações genéticas — que podem trazer
consigo efeitos secundários imprevisíveis.
Citado pelo The Gurdian,
o astrónomo Lord Rees — amigo próximo de Stephen Hawking na
Universidade de Cambridge que muitas vezes discordou das suas teorias —
falou da existência de bancos de esperma na Califórnia que vendem
esperma de “elite”, proveniente de vencedores de Prémio Nobel, por
exemplo, que tiveram de fechar por excesso de procura.
Mensagem póstuma de físico Stephen Hawking alerta para ameaça da ciência no mundo
O cosmólogo britânico Stephen Hawking avisa, numa mensagem póstuma
hoje transmitida no lançamento do seu último livro, em Londres, que a
ciência e a educação estão ameaçadas no mundo.
A obra “Breves
respostas a grandes perguntas”, que compila as últimas reflexões do
cientista sobre o Universo, foi apresentada em Londres pelos filhos Lucy
e Tim.
O físico teórico considerava que a educação e a ciência
estavam “em perigo agora mais do que nunca”, mencionando a eleição de
Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos e a saída do Reino Unido
da União Europeia como parte de uma “revolta global contra
especialistas, incluindo cientistas”.
Na mensagem, Stephen Hawking
voltou a exortar os jovens “a olharem para as estrelas e não para os
pés”, assumindo que a ciência ainda necessita de superar grandes
desafios, como as alterações climáticas, a extinção de espécies, a
desflorestação, a degradação dos oceanos e o excesso de população.
Nas
palavras da filha Lucy, emocionada por escutar novamente a voz do pai,
“Breves respostas a grandes perguntas” resume-se a “um apelo à unidade e
à humanidade” para “encontrar soluções” para os desafios do mundo.
Lucy
Hawking contou que o pai, antes de morrer, em 14 de março, se
manifestava preocupado ao afirmar que “quando os desafios globais
requerem uma maior união e cooperação” as pessoas assumem um pensamento
“cada vez mais local, fragmentado e dividido”.
O livro, que foi
concluído por colegas de Stephen Hawking e família, procura responder a
questões como se existe Deus, como começou tudo, se se pode prever o
futuro ou o que há dentro de um buraco negro.
Para o cosmólogo
britânico, segundo a filha, o mais importante era “responder às grandes
perguntas de uma maneira acessível, divertida e relevante para todo o
mundo”.
Tim Hawking, o filho mais novo, preferiu realçar no
lançamento mundial da obra, no Museu da Ciência de Londres, um dos
locais favoritos do físico, a sua faceta mais humana, a de que também se
preocupava com os assuntos do dia-a-dia dos filhos.
Stephen
Hawking, que sofria de uma doença neurodegenerativa que o deixou numa
cadeira de rodas e a comunicar através de um sintetizador de voz, morreu
com 76 anos.
As suas cinzas estão depositadas na Abadia de
Westminster, em Londres, entre as sepulturas do físico Isaac Newton
(1643-1727), que formulou a lei da gravitação universal, e do
naturalista Charles Darwin (1809-1882), que postulou a teoria da
evolução das espécies por seleção natural.
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Reportagem por Diogo Lopes
Fonte: https://observador.pt/2018/10/15/os-super-humanos-de-stephen-hawking-que-vao-acabar-com-a-humanidade/
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