sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O PARAÍSO DA CLASSE MÉDIA


 
Parabéns, mundo. Enfim, uma boa nova. Pela primeira vez na história da humanidade, pouco mais da metade da população global (3,8 bilhões de pessoas) vive em lares que podem ser classificados como de "classe média" ou "ricos". A partir de agora, "pobreza" e "vulnerabilidade" não mais retratam as condições de vida da maioria dos habitantes do planeta. Este momento de inflexão ocorreu em setembro e foi identificado por um estudo dos pesquisadores Homi Kharas e Kristofer Hamel, da Brookings Institution, "think tank" com sede em Washington. Para tanto, eles esmiuçaram dados de renda e gastos em domicílios de 188 países.

Outro dado que chama atenção no trabalho de Kharas e Hamel é a rapidez com que se dá essa mobilidade, com destaque para o avanço da classe média. Atualmente, cinco pessoas ingressam nesse grupo social a cada segundo - tempo equivalente a um breve piscar de olhos. Enquanto você leu esta reportagem até aqui, por exemplo, isso aconteceu com 210 pessoas. O número de ricos também avança, mas em ritmo menos estonteante - um a cada dois segundos. Por fim, também em um segundo, uma pessoa deixa a condição de pobreza extrema. Salvo um infeliz revés econômico mundial, desde já a Terra vive uma nova era em que a classe média se impõe como maioria global.

Tudo seria maravilhoso não fosse um detalhe tão relevante quanto incômodo - nós, brasileiros, estamos à margem dessa ascensão social. Não foi assim, no entanto, entre 2003 e 2014. Nesse período, durante o "milagre das commodities", 66,5 milhões de brasileiros ascenderam à classe média, contingente que corresponde à população da França. Nada mal. Nessa fase, indicam dados do economista Marcelo Neri, da FGV Social, o PIB per capita cresceu 28,4%, enquanto a renda média saltava 62,2% (ela espichou, portanto, mais do que a economia).

O consumo explodiu. "Dados de 2014 mostram que, naquele ano, 33,6% das pessoas que viajavam de avião o faziam pela primeira vez, assim como 46,2% das que contratavam planos de saúde ou 65,5% das que compravam um computador", diz Neri. O problema, porém, é que tudo isso começou a virar pó antes mesmo da chegada de 2015.

Com a recessão, ainda no fim do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), todos os indicadores embicaram para baixo. Entre 2014 e 2018, a renda da classe média (mediana) caiu 14,7%, reduzindo o ganho acumulado desde 2003 de 95,7%, em 2014, para 66,89%, no segundo trimestre de 2018. No início de 2016, estimativas apontam que 4 milhões de brasileiros retornaram às classes D e E, ainda que tais números variem bastante por conta dos critérios de divisão dos grupos sociais.

São comportamentos econômicos desse padrão, ciclotímicos, que disparam perguntas como "Afinal, por que alguns países dão certo e outros não?". Desde o início desta década, grande parte do debate sobre esse tema tem sido catalisado pela tese dos economistas Daron Acemoglu, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e James Robinson, ex-Harvard e atualmente na Universidade de Chicago, autores do best-seller "Por que as Nações Fracassam". A dupla de professores, após 15 anos de pesquisas, concluiu que países são pobres porque os detentores do poder fazem escolhas que geram pobreza. Não falham, contudo, por equívoco ou ignorância. Agem de propósito. O principal problema, portanto, é o dolo, indução ao erro.

As instituições políticas, na visão de Acemoglu e Robinson, são as principais culpadas pelos fiascos nacionais. Elas pecam quando não constroem estruturas econômicas capazes de criar estímulos corretos para motivar agentes de mercado e população em geral. A dupla de economistas divide essas instituições em duas categorias: inclusivas e extrativistas. A primeira estimula a participação das massas no processo econômico, em condições razoavelmente equânimes, e permite que pessoas façam o melhor uso possível de seus talentos.

Seu marco histórico foi a Revolução Gloriosa, no Reino Unido, entre 1688 e 1689, que reduziu poderes da monarquia e, quase meio século depois, engendrou a Revolução Industrial, em 1760. Já o segundo tipo, extrativista, limita o poder nas mãos de poucos. Estes, por sua vez, organizam a sociedade em função de seus interesses. A riqueza é gerada para aqueles que já a detêm. O capitalismo de compadrio é uma variação desse modelo.

As versões inclusiva e extrativista podem ser separadas por uma linha tênue, como uma simples cerca. A cidade de Nogales, no Arizona (EUA), por exemplo, tem renda familiar média de US$ 30 mil anuais, serviços eficientes de saúde, segurança e educação, além de um governo considerado agente a serviço da população.

Já a homônima Nogales, em Sonora (México), tem um terço da renda familiar da vizinha americana. Ali, a maioria dos adultos não completou o ensino médio e muitos adolescentes não vão à escola. A criminalidade é alta e os habitantes convivem com a corrupção e a incompetência dos políticos. "Inexistem diferenças geográficas, climáticas ou entre tipos de doenças prevalentes na região, pois não há nada que impeça os micróbios de cruzar a fronteira entre os EUA e o México."

O livro faz uma comparação similar entre bilionários, o americano Bill Gates e o mexicano Carlos Slim. A ascensão de Gates é conhecida. Ele é cofundador de uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Microsoft. Isso não impediu que o Departamento de Justiça americano o processasse por abuso de monopólio. No México, o enriquecimento de Slim não se deu pela inovação. Sua maior tacada foi a aquisição da Telmex, o monopólio mexicano de telecomunicações, privatizado em 1990. Embora Slim não tenha feito a oferta mais alta pelo conglomerado, um consórcio liderado por seu grupo venceu o leilão. Em vez de efetuar o pagamento à vista, ele o postergou, usando os dividendos da Telmex para quitar a compra. Um monopólio público tornou-se monopólio de Slim.

Essa não é a única teoria produzida para esclarecer o que está por trás dos tropeços, e eventuais desastres, das nações. Existem outras explicações. Muitas delas levam em conta fatores geográficos, culturais ou mesmo a ignorância, embora todas essas possibilidades sejam contestadas pelos argumentos de Acemoglu e Robinson. Na avaliação do professor Fernando de Holanda Barbosa, da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV, a abordagem da dupla de economistas do MIT e de Harvard é correta, mas não elimina a necessidade de análise específica de cada caso.

Barbosa afirma que a dinâmica do crescimento, em linhas gerais, está amplamente mapeada. Ela se baseia na acumulação de capital tanto físico quanto humano, assim como na inovação tecnológica. Ainda assim, diz, muitas nações são incapazes de usar esse conhecimento, disponível em livros e textos de economia.

No Brasil, o emprego dessa fórmula é comprometido por uma acentuada tendência pró-consumo, segundo o professor. Ela se impõe por aqui em detrimento da poupança. "Nas campanhas políticas, isso fica evidente", diz. "Como vimos recentemente, todos os candidatos oferecem gastos e mais gastos para os eleitores. Ninguém fala em taxas de investimento ou produtividade. Se fizer isso, aliás, o sujeito é capaz de perder a eleição."

Samuel Pessôa, pesquisador da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, tem uma visão curiosa a respeito do mesmo problema. Ele diz acreditar que essa "oferta abundante de gastos", diferentemente do que consta no imaginário popular, não é obra exclusiva da irresponsabilidade da classe política.

"A agenda da sociedade nos últimos 40 anos não foi de crescimento econômico", diz Pessôa. "A população quis nesse período o aumento dos gastos com serviços públicos, e essas demandas foram atendidas pelos políticos. Na verdade, a democracia conseguiu entregar o que a sociedade reivindicou. " Ele observa que, diante da carência nacional em áreas como educação, saúde e infraestrutura, só para citar alguns exemplos, esse padrão de escolha social é compreensivo. O problema é que compromete de maneira incondicional o crescimento sustentável.

O agravante é que, ainda assim, foram bastante relativos os resultados práticos das melhorias sociais obtidas no país desde a Constituição de 1988. Em 1980, afirma o professor Marcelo Neri, da FGV Social, a expectativa de vida era de 62,5 anos no Brasil. Em 2016, aumentou para 75,8 anos. Ou seja, a cada três anos do calendário, avançou pouco mais de um ano. Foi um salto notável, mas não passou pelo ajuste de uma reforma na Previdência. Assim, o Brasil gasta 13% do PIB com o sistema previdenciário, enquanto o Japão, a nação mais longeva do mundo, despende 10% do seu produto interno, embora tenha uma população com mais de 65 anos 350% maior que a brasileira.

Na educação, um campo-chave para o crescimento, deu-se algo parecido. Em 1990, indica Neri, 16% das crianças de 7 a 14 anos estavam fora da escola. Hoje, são somente 2%. Mas essa evolução, apesar da conquista qualitativa, foi de baixa qualidade. Não foi capaz, por exemplo, de alterar os indicadores de produtividade do país. Em 1980, eles eram equivalentes aos da Coreia do Sul. Hoje, representam um terço da medida coreana.

"Isso por entraves como a escolaridade, a falta de conexão da educação com a economia, o ambiente de negócios precário, a carência de engenheiros, entre outros fatores. O fato é que Brasil seguiu uma agenda de educação apenas pela cidadania", diz Neri. "Em todos esses campos, tudo se passa como se a melhoria social não tivesse sido acompanhada por alterações econômicas que lhes dessem sustentação no longo prazo."

Enquanto o Brasil derrapa, o crescimento da classe média mundial é puxado pelos asiáticos, que vão representar 9 em cada 10 dos próximos bilhões de consumidores desse grupo social. Eles estão concentrados na China, que tirou 500 milhões da pobreza, e na Índia, que resgatou outros 200 milhões, mas também se espalham pelo Sul e Sudeste da Ásia.

No caso chinês, o mais impressionante, o que se colhe é o resultado de movimento iniciado no fim dos anos 70, com a chegada ao poder de Deng Xiaoping (1904-1997), responsável pela fundação da China moderna. No geral, o efeito numérico de todo esse processo é que, hoje, a classe média lobal reúne 3,59 bilhões de pessoas. Em 2030, serão 5,29 bilhões. Ela terá, portanto, 1,7 bilhão a mais de pessoas, equivalente a um pouco mais de 8 vezes o atual número de brasileiros.

Nesse mesmo prazo, até 2030 o grupo "vulnerável" também vai mudar. Ela encolherá em 900 milhões de pessoas. As tendências para pobres e ricos são mais modestas. Os primeiros devem diminuir em 150 milhões e os outros, aumentar em 100 milhões. E qual o perfil desses grupos? Não existem regras para a divisão de famílias nesses estratos sociais. O trabalho da Brookings Institution define como "pobres" as residências cujo gasto diário por pessoa é US$ 1,90, em valores de 2011. Os "vulneráveis" despendem entre US$ 2 a US$ 110. A classe média fica na faixa de US$ 11 e US$ 110. Acima disso, são ricos.

Kharas e Hamel observam que, como conceito, a classe média que descrevem é composta por aqueles que têm alguma renda discricionária para bancar a compra de bens duráveis como motocicletas, refrigeradores ou máquinas de lavar. Essas pessoas também podem se dar ao luxo de ir ao cinema ou se dedicar a outras formas de entretenimento. Também tiram férias. Por fim, estão razoavelmente confiantes de que vão resistir a um choque econômico, como a uma doença ou a um período de desemprego, sem desabar para a situação de pobreza.

O fortalecimento da classe média nessas proporções está longe de representar um fato trivial. Essa turma atua como forte propulsor do desenvolvimento, notadamente sob o ponto de vista da demanda. Ela é responsável por dois terços do consumo das famílias no mundo. "À medida que os consumidores ingressam nesse segmento, diversificam seus gastos com mais produtos e serviços, incluindo transporte, habitação e educação", diz Kristofer Hamel, da Brookings Institution, integrante do World Data Lab, organização que compila a maior parte dos dados usados na pesquisa. "Eles tendem também a fortalecer valores específicos, como o apreço pelo trabalho duro, a meritocracia e até a prática da poupança."

Além do mais, acrescenta Hamel, integrantes da classe média exercem maior pressão sobre políticos. Eles são mais exigentes. Esperam que governos lhes forneçam acesso a serviços em áreas como educação, saúde ou moradia. Contam ainda com a existência de redes de proteção para ampará-los na velhice, na doença ou no desemprego. Em contrapartida, resistem a aumentos nos impostos.

Não é simples, portanto, encontrar ponto de equilíbrio entre anseios de consumo e bem-estar desse pessoal e custos que esses mesmos desejos geram. Chegar a uma equação razoável nesse campo tem sido um desafio até para países avançados. Para complicar o quadro, esse grupo é altamente irascível. Pois a classe média vive na corda bamba. Ao mesmo tempo que começa a saborear as novidades proporcionadas pela ascensão social, paira a poucos passos da vulnerabilidade. Ela tem medo de desabar. E quando cai, faz barulho.

Ela chiou - e bem alto - ao ruir no Brasil. Foi o que constatou um estudo da FGV Social, que aferiu a intensidade desse estresse ao longo da queda. O trabalho foi construído com base na pesquisa sobre felicidade das nações, feita pela Gallup World Poll. A análise compara opiniões de pessoas em cerca de 160 países. O retrato das condições psicossociais da sociedade brasileira que emerge desse levantamento é de uma densidade impressionante. O Brasil tem ocupado o último ou penúltimo lugar em todos os temas analisados, alcançando índices negativos só comparáveis aos países mais desestruturados, violentos ou pobres do planeta.

Entre os brasileiros consultados em 2017, por exemplo, 68% afirmaram que se sentiam inseguros ao andar à noite nas ruas das regiões onde residem. A FGV Social fez um corte nesse dado, separando o que seria o ponto de vista específico da classe média. Nesse caso, o quadro piorou. A taxa dos temerosos, que já era ruim, subiu 5 pontos percentuais, alcançando 73%. Para se ter uma ideia do que esse percentual representa, basta dizer que a média global foi de 30%. Ou seja, menor do que a metade do índice nacional. No cômputo geral, o Brasil ficou em segundo lugar nesse quesito, atrás somente do Afeganistão, onde 79% de pessoas afirmaram sentir medo nessas situações.

Há mais. Chama atenção o nível de desaprovação das lideranças políticas por aqui. O Brasil é líder mundial isolado nesse campo, algo que, em grande medida, explica o comportamento dos eleitores nos pleitos de outubro passado, em grande parte do território nacional. Nesse tópico, o país registrou 86% de descontentes (subindo para 87% no caso da classe média). O valor médio do restante das outras nações foi de 38%. A pesquisa mostra ainda como esse indicador passou por uma acentuada deterioração desde 2013, ano em que as manifestações populares ganharam as ruas em diversas cidades do país.

Essa revolta contra líderes políticos nacionais superou o mesmo sentimento em países como a Bósnia e a Grécia, que passaram por traumas recentes em conflitos ou em crises econômicas. O resultado brasileiro não marcou somente a maior rejeição do planeta no último levantamento, como também foi a pior avaliação em 733 casos analisados (o resultado do número de países vezes os anos pesquisados). Trata-se de um recorde das séries mundiais.

Durante o processo de crescimento, entre 2003 e 2014, Marcelo Neri cunhou o termo "nova classe média", para designar aquela parcela da população que avançava em ritmo intenso na escala social. Hoje, diante desse novo quadro emocional, ele alterou a expressão. Fala em uma "classe média hiper-raivosa".

As coisas, no entanto, não são tão simples ou lineares. Embora imenso, esse mal-estar não traduz de maneira plena o perfil psicossocial do brasileiro. É curioso, mas a visão "hiper-raivosa" de mundo convive lado a lado com uma perspectiva oposta. Isso ocorre quando o assunto é a felicidade futura de cada cidadão. Nesse caso, a base de dados também é da Gallup World Poll, cuja pesquisa estima o grau de satisfação das pessoas com a vida, dali a cinco anos.

De maneira até inesperada, o Brasil liderou esse ranking desde 2006, quando a análise começou a ser feita, até 2014. Em 2015, com o agravamento do cenário econômico, esse otimismo balançou. Mas continuou alto. O país caiu somente uma posição no ranking mundial. Em 2016, ficou na terceira colocação e, em 2017, em quinto lugar. "Levando-se em conta o tamanho e a intensidade da recessão no Brasil, até que não foi uma queda grande", afirma Neri, da FGV Social.

Por outro lado, essa expectativa desvanece quando o tema é a felicidade geral do país, no mesmo prazo de cinco anos. De acordo com dados da Gallup, o Brasil apresenta a nona maior diferença entre as notas individuais e coletivas num universo de 160 países. Isso evidencia uma dissonância aguda entre a visão da vida particular e àquela relativa ao conjunto da população.

"Como cada brasileiro pode dar uma nota tão alta para a sua vida e tão baixa para a vida de todos?", questiona Neri. "Esse descompasso sugere uma relutância em pensar em termos coletivos. Tanto que torna o todo menor do que a soma das partes. Isso é algo que dificulta o enfrentamento dos problemas. Daí também decorre a necessidade de coordenação da sociedade."

Ocorre que, para o país sair do buraco - e retomar a rota planetária de ascensão social -, essa coordenação e enfrentamento serão imprescindíveis. O economista Marcos Lisboa, do Insper, observa que o receituário para a saída da crise é conhecido, ainda que não seja consensual. O desafio mais urgente é um ajuste fiscal próximo de R$ 300 bilhões. Isso para evitar que a dívida pública fuja ao controle. Um acerto dessa magnitude, porém, exige participação ativa do Congresso. Será preciso rever distorções ributárias e reduzir gastos obrigatórios.

Se essas bombas não forem desarmadas, contudo, o que se espera é mais recessão, seguida de inflação. A reforma da Previdência, que consome 60% do orçamento federal, representa outra tarefa emergencial. "Nesse caso, o ponto de partida tem de ser o último projeto do governo Temer", afirma Lisboa. "Menos do que isso não adianta."

No médio prazo, diz, é preciso evoluir em três frentes: melhoria do ambiente de negócios, revisão da estrutura tributária e abertura da economia. Um dos objetivos dessas metas é a elevação da produtividade, estagnada há 35 anos. Nesse período, a renda per capita do brasileiro cresceu cerca de 1% ao ano, mas metade desse aumento foi fruto do bônus demográfico. Isso quer dizer que ela aumentou porque um maior número de pessoas foi incorporado ao processo produtivo.

"A previsão era de que esse bônus durasse até 2023", afirma Fernando Veloso, pesquisador de economia aplicada do FGV Ibre. No fim de julho, no entanto, o IBGE anunciou que ele terminará já em 2018, antecipando seu fim em cinco anos. Se a produtividade continuar a aumentar no mesmo passo das últimas décadas, o crescimento potencial do país será de no máximo 1,5% ao ano. Tal ritmo nem de longe levará a classe média brasileira ao paraíso. Ou pior, só servirá para mantê-la na perigosa fronteira do estado "hiper-raivoso" - o que, na prática, pode significar "hiperexplosivo". É o que, em breve, iremos conferir.
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Reportagem Por Carlos Rydlewski | Para o Valor, de São Paulo

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