A história de Cláudio Goldberg Rabin no jornalismo começou um pouco
mais tarde que o tradicional. Primeiro, estudou biologia por curto tempo
e chegou a dar aula em curso pré-vestibular na zona norte de Porto
Alegre. Depois, optou por ingressar em relações internacionais (RI), na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seu gosto por jornais
e revistas o levaram a trilhar o caminho do jornalismo.
No
mesmo ano em que prestou vestibular para RI na universidade federal,
Rabin se candidatou a uma vaga na PUCRS para o curso de jornalismo. Em
2007, com a notícia de que ganhou Bolsa-Mérito por passar em 1º lugar no
turno da noite na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS), decidiu o
que iria fazer.
Os corredores e as salas de aula da Famecos passaram a fazer parte da
rotina de Rabin. Alguns momentos e professores deixaram lembranças na
memória do jornalista. “Lembro-me de ter feito um curta-metragem do qual
fui o diretor, na disciplina de cinema, ministrada pelo professor
Gustavo Spolidoro”. Almir Freitas é outro docente que o jornalista
relembra e elogia. “Ele tinha a ideia sólida do jornalista empreendedor e
acho importante alguém para motivar isso”.
Antônio Hohlfeldt, que leciona a disciplina de leituras em
jornalismo, marcou sua vida acadêmica. “Gostava bastante das aulas dele.
Ele é muito bom, sabe muito de literatura”. Em 2010, Hohlfeldt foi
orientador do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Foi o professor
mais importante e seria um prazer reencontrá-lo”, confessa Rabin.
Ao longo da faculdade, ele já imaginava que iria trabalhar na área
impressa. “O jornalismo raramente é arte. Dentro do impresso, existe um
pequeno campo em que ele pode ser. Isso ocorre dentro do jornalismo
literário, ou narrativo, como prefiro chamar, que é a área que me
encanta”. Algumas matérias produzidas pelo profissional são ricas em
detalhes. Duas, feitas para a Zero Hora, Rabin destaca por terem gerado
uma boa repercussão. Uma delas é a visão masculina sobre a noite de
Porto Alegre tomada por estrangeiros, publicada em 20 de junho de 2014,
durante a Copa do Mundo. A outra é como um porco de 250 quilos foi parar
nas ruas de Porto Alegre, lançada em 30 de abril do ano passado. “Elas
exemplificam o tipo de jornalismo que eu mais gosto de fazer”.
O jornalista fala que a Famecos foi o lugar onde fez grandes amigos e
aprendeu a base para a técnica jornalística. “Desejo longa vida à
Famecos e que ela se aprimore e continue se mostrando necessária, afinal
é o que vem fazendo ao longo de sua existência”. Em relação ao seu
maior ganho profissional na daculdade, Rabin afirma ser a rede de
contatos que fez. Ele aponta uma grande qualidade que a instituição tem.
“Ela compra e apoia a ideia dos alunos. Talvez o 'Espaço Experiência'
represente isso”, analisa.
Ele teve seu primeiro estágio na Rádio Gaúcha, na produção de um
programa então apresentado pelo jornalista Lasier Martins. Depois,
trabalhou como contratado da Agência RBS, onde ficou durante um ano e
meio. Após se formar, continuou mais três meses na agência. Rabin foi
chamado para fazer um teste na editoria de 'Mundo' da Zero Hora e
trabalhou como plantonista, das 16h à 0h.
Sua rotina mudou quando concorreu a uma bolsa de estudos no Instituto
Ling, que oferece vagas de mestrado e pós-graduação no exterior. Rabin
foi indicado pela redação da Zero Hora e concorreu com jornalistas de
todo Brasil. Ele começou o mestrado em Lisboa, Portugal, e centralizou
seus estudos em democracia, misturando relações internacionais com
ciências políticas.
Quando voltou de Portugal, trabalhou durante um ano em Zero Hora como
repórter digital. Fez o curso de treinamento da Folha de S. Paulo, que
mudou, mais uma vez, o rumo de Rabin e o levou à imprensa do centro do
país, que sempre foi admirada por ele. Foram quatro meses de curso,
morando em hotel pago pelo jornal paulistano. Depois, trabalhou como
repórter freelancer na Folha de S. Paulo.
Aos 31 anos, Rabin é repórter da coluna 'Mercado Aberto' da Folha e
confessa uma grande vontade. “Tenho planos de escrever 50 livros, mas
não comecei nenhum”.
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(*) Integrante do projeto ‘Correspondente Universitário’ do
Portal Comunique-se. Estudante do 2º semestre do curso de jornalismo da
Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS).
Fonte: http://portal.comunique-se.com.br/jo-com/79422-o-jornalismo-raramente-e-arte-diz-reporter-da-folha-de-s-paulo-info
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