quinta-feira, 10 de agosto de 2023

A tradição pessoal que o prof. Felipe Aquino começou depois que sua esposa fale

  Prof. Felipe Aquino *

rosas

Biel Morro | Unsplash

Reportagem local - Prof. Felipe Aquino - publicado em 09/08/23

"Eu me lembrei da rosa e do seu espinho que feriu meu dedo"

O prof. Felipe Aquino relatou, via rede social, que começou uma bela tradição pessoal depois que sua esposa faleceu. Ele contou:

“Depois que minha esposa faleceu, comecei ir a seu túmulo todas as segundas-feiras (dia que a Igreja dedica às orações pelas almas), para, na fé, ‘estar um pouco com ela’, matar um pouco da saudade de suas gargalhadas gostosas e do seu jeito tão diferente do meu… Afinal, vivemos juntos mais de 40 anos. Foram cinco filhos, netos, muita festa…

Na primeira segunda-feira após a sua morte, fui a uma floricultura para comprar um vaso de flores e levar a ela. Mas, estranho, não gostei de nenhum vaso de flores, embora fossem muito bonitos. Senti algo em meu coração: ‘não é dessas flores que ela gosta; e sim das rosas do nosso quintal’.

Ela gostava muito de flores. No entanto, no meu quintal não havia roseiras e rosas. Então, não tive dúvidas, fui a uma floricultura e comprei 12 mudas de roseiras, uma de cada cor; e plantei no meu canteiro do quintal. As roseiras cresceram logo e estão com muitas rosas lindas que agora levo para ela toda segunda-feira após a Missa. Apesar da saudade, me sinto muito bem ali; e aproveito para deixar rosas nos túmulos dos meus pais e sogros também.

Um dia, quando eu colhia umas rosas, uma delas me picou com seus espinhos. Eu fiquei pensando: ‘Como pode, uma rosa tão delicada e perfumada, ter um espinho tão agressivo?’.
Logo pensei: ‘é para protegê-las!’.

Mas pensei ainda: ‘Para se oferecer uma rosa a alguém, é preciso ter a coragem de enfrentar seus espinhos, ainda que eles nos firam’. Não há rosas sem espinhos; não há vitórias sem luta; não há méritos sem lágrimas.

Alguém me perguntou, um dia, o que fizemos para viver bem 40 anos casados. Então eu me lembrei da rosa e do seu espinho que feriu meu dedo. E disse à pessoa: ‘Se você for casado, escolha ficar com os espinhos do casamento e ofereça a rosa para ele ou para ela. Quando as palavras duras do outro te ferir, como espinhos agudos, não revide; ofereça as rosas com seu perfume. Quando a briga quiser começar, escolha os espinhos, não devolva palavras de ódio e de rancor, ofereça as rosas com seu perfume; a vitória será sua, porque jamais alguém terá coragem de não aceitar rosas, mesmo em meio à guerra’.

Afinal, fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem flores.

*O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2023/08/09/a-tradicao-pessoal-que-o-prof-felipe-aquino-comecou-depois-que-sua-esposa-faleceu/?utm_campaign=EM-PT-Newsletter-Daily-&utm_content=Newsletter&utm_medium=email&utm_source=sendgrid&utm_term=20230810

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