Por Meraldo Zisman*
… É um problema patológico que
requer uma abordagem atenta, educacional e social para promover a cura e
a melhoria da saúde psíquica coletiva.
É crucial salientar que, quando aplicado ao antissemitismo, o recalque assume uma dimensão ainda mais preocupante.
O antissemitismo, que pode ser entendido como um preconceito ou discriminação contra pessoas de origem judaica, pode ser analisado sob a perspectiva do recalque como uma manifestação patológica do recalque.
Diante disso, a hostilidade dirigida aos judeus pode ser interpretada como uma projeção de conteúdos recalcados do indivíduo ou de uma sociedade. Recalcarmos aspectos da nossa psique, que se expressam indiretamente. No caso do antissemitismo, o recalque de conflitos internos pode se manifestar como hostilidade em relação a um grupo específico, os judeus.
A hostilidade pode se tornar um sintoma social, perpetuando estereótipos prejudiciais, discriminação e, em alguns casos, violência. É crucial reconhecer o antissemitismo como mais do que uma simples diferença de opinião ou visão cultural. Ao compreendermos esta manifestação como uma manifestação patológica do recalque, podemos examinar as raízes profundas desse fenômeno e desenvolver estratégias eficazes para sua superação. Da mesma forma que na psicanálise individual, a conscientização e a elaboração são fundamentais para lidar com o recalque social associado ao antissemitismo. Promover o diálogo, desafiar estereótipos prejudiciais e buscar compreender as origens dessa hostilidade são caminhos importantes para trazer à luz os conteúdos recalcados presentes na sociedade. A educação, o diálogo intercultural e o combate ativo contra a discriminação são fundamentais para lidar com as manifestações do recalque que se manifestam como antissemitismo.
Somente através do entendimento e da conscientização coletiva é possível superar os transtornos psíquicos sociais que perp etuam o preconceito e a discriminação. Em suma, ao analisarmos o antissemitismo sob a perspectiva do recalque, ressaltamos a relevância de reconhecer essa manifestação como algo mais amplo e complexo do que simples opiniões divergentes.
É um problema patológico que requer uma abordagem atenta, educacional e social para promover a cura e a melhoria da saúde psíquica coletiva.
Meraldo Zisman
– Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas
brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford
(Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de
Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro
Ferraz.
Acaba de relançar “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu
Fonte: https://www.chumbogordo.com.br/436583-melhoria-da-saude-psiquica-coletiva-por-meraldo-zisman/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=CHUMBO+GORDO+-+Newsletter
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