PAULO NOGUEIRA*
Nos dez anos do PT no poder, uma turma de intelectuais provocadores roubou da esquerda a supremacia no terreno da polêmica
Em novembro deste ano, a esquerda brasileira vai comemorar os dez anos
da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da
República. Precisamente quando está prestes a celebrar bodas de alumínio
no poder, a esquerda está levando uma rasteira numa arena onde
costumava exercer uma proverbial supremacia: o debate de ideias com
impacto na opinião pública. Hoje, quem canta de galo nesse terreiro, e
com ironia aguçada, são intelectuais mais conectados com conceitos e
valores ditos “liberais” e “conservadores”, que, em outras épocas,
viviam confinados a recessos de pouca audiência. Enquanto a oposição aos
governos petistas está mais esquálida que nunca no Congresso, esses
intelectuais chamam a atenção por espicaçar Lula, a presidente Dilma
Rousseff, a esquerda ou tudo o que remotamente se convencionou chamar de
“politicamente correto” ou “progressista”.
É uma turma de origem eclética, formada por pessoas da estirpe do
historiador Marco Antonio Villa, dos filósofos Luiz Felipe Pondé e Denis
Lerrer Rosenfield, do sociólogo Demétrio Magnoli e do economista
Rodrigo Constantino. Nela, cabe também o português João Pereira
Coutinho, cientista político. Num país onde assumir-se de direita ainda
carrega certo estigma (ecos do regime militar) e não se encontra um
político ou partido com essa linha, alguns deles não se pejam de assumir
a coloração ideológica. “Não vejo problema nenhum em ser chamado de
direitista. Se direita no Brasil significa a defesa da liberdade
pessoal, do estado e do direito de propriedade, sou de direita, sim, com
muito orgulho”, disse, numa entrevista, Rosenfield, professor da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rosenfield é um especialista
em atacar sem-terra, quilombolas, índios, ambientalistas e todos que
relativizam o direito à propriedade, que vê como “fundamento de toda
sociedade civilizada”.
Colaboradores reguladores dos grandes jornais, esses intelectuais são
às vezes comparados aos pensadores neoconservadores que se destacaram
nos Estados Unidos, por rejeitar as teses de liberalismo social,
relativismo moral e contracultura, que emergiram durante os anos 1960.
No Brasil, a repercussão alcançada por eles – e um certo eclipse das
vozes “progressistas” – se dá, porém, num contexto diferente. “Acontece
que os intelectuais da área governista basicamente concordam com tudo o
que está aí. Não criticam porque subscrevem”, diz Magnoli. Por outras
palavras, a esquerda teria passado a assinar embaixo do situacionismo – e
assim é natural que se destaque quem desafina no coro dos contentes.
Ainda mais ácido, o historiador Marco Antonio Villa diz que a
preeminência alcançada pela tropa na qual ele figura se deve ao panorama
geral da intelectualidade brasileira – desalentador, segundo sua
descrição. “Com a redemocratização, os intelectuais foram se afastando.
Contam-se nos dedos aqueles que têm uma presença ativa. Pode ser que os
intelectuais chapa branca estejam satisfeitos recebendo alguma prebenda
estatal. Pode ser também que não disponham de argumentos para travar um
debate aberto”, diz Villa.
Mais um sintoma de que a maré da intelligtensia brasileira está virando para estibordo é o recente lançamento do livro O guia politicamente incorreto da filosofia, de
Pondé. Ele merece ser lido por várias razões – algumas delas talvez não
sejam exatamente aquelas com que seu autor sonhava. De bate-pronto, seu
título chama a atenção por apregoar a condição de politicamente
incorreto com o descaramento de uma bandeira das tíbias cruzadas no
mastro de um navio pirata. Ao apregoado voto de silêncio da esquerda,
Pondé responde com um ruidoso chumbo grosso. Na capa do livro, ele
aparece desinibidamente entre um escrete de pensadores, chupando
filosoficamente seu charuto. Logo nas primeiras páginas, o autor, um
faixa preta do bate-boca, escreve: “Este livro é movido por uma intenção
específica: ser desagradável para um tipo específico de pessoa. Se você
é uma delas, tenha em mim um fiel e devoto inimigo. Desejo sua
extinção”.
Pondé teve precedentes tão ou mais heterodoxos como o americano Henry
Adams, segundo o qual “a filosofia consiste em respostas ininteligíveis
para problemas insolúveis”. O britânico Bertrand Russell (prêmio Nobel
de Literatura de 1950, conhecido pelas ideias pacifistas e socialistas)
assinou uma história da filosofia, de Pitágoras a Bergson, em 1.000
páginas e lá vai pedrada – mas nada abstrusa. O livro de Pondé mete o
bedelho em tudo e mais alguma coisa: baianidade, turismo, beleza
feminina. Soa mais aos moralistas do século XVII, aliás citados por ele,
do que a um ideólogo sistemático. Volta e meia, destila apetitosos
epigramas em forma de impropérios. “Outro tipo de mentiroso e
politicamente correto é o artista. As artes plásticas contemporâneas
ajudam muito, na medida em que gente que não sabe desenhar pode ser
artista figurativo.” E se demarca de caronas equivocadas: “Reduzir a
crítica ao politicamente correto ao ‘direito’ de contar piadas de negros
e gays (piadas assim nada mais são do que falta de educação doméstica) é
simples mau-caratismo”.
Sua marca registrada, a irreverência, é uma grife dos novos polemistas
de direita. Eles dão um boi para entrar numa briga, e uma boiada para
continuar nela. Se, eventualmente, a truculência retórica sacrifica o
rigor conceitual, paciência. Villa, professor da Universidade Federal de
São Carlos, é autor de obras como O Partido dos Trabalhadores e a política brasileira (1980-2006): uma história revisitada.
A palavra-chave aqui é “revisitada”, no sentido de uma revisão crítica a
pente-fino. Villa se tornou uma espécie de nêmesis do lulismo 24 horas
por dia. “Luiz Inácio Lula da Silva não é um homem de palavra. Proclamou
diversas vezes que, ao terminar seu mandato presidencial, iria se
recolher à vida privada e se afastar da política. Mentiu. Foi mais uma
manobra astuta, entre tantas que realizou, desde 1972, quando chegou à
diretoria do sindicato de São Bernardo, indicado pelo irmão, para ser
uma espécie de porta-voz do Partidão (depois de eleito, esqueceu do
acordo)”, escreveu Villa.
Os “neocons” à brasileira não restringem seus pitacos a questões
macroeconômicas ou macropolíticas. Também palpitam sobre moral, costumes
e questões sociais. Vários deles comungam a mesma aversão aos discursos
das “minorias” (e exigiriam as aspas). Pondé, que nunca pisa em ovos,
pisou nos calos de muitos leitores da Folha de S.Paulo, onde
publica uma coluna semanal, com esta frase: “A prostituta é a primeira e
mais sublime vocação de toda mulher”. Choveram cartas de protesto à
redação. Sua resposta foi apagar o fogo com gasolina. “Por que esse
horror da prostituta como um dos arquétipos da mulher? Qual a mulher que
gosta de sexo que nunca vestiu ‘a fantasia da sua prostituta’ para
gozar o gozo da promíscua que, por ser promíscua, é a especialista em
enlouquecer?” E a última estocada, com toques do falecido cantor Wando:
“Hoje escrever como homem é raro, porque homens estão fora de moda (sim,
cara leitora, eu sei que você sofre calada com isso à noite, sozinha na
cama)”.
Pereira Coutinho, que vive numa cidadezinha perto do Porto, em
Portugal, constitui outro exemplo do protagonismo dos novos polemistas.
Ele diz que não pega no pé de homossexuais – até porque nunca viu
nenhum. “Não conheço homossexuais. Amigos meus dizem que existem. Outros
dizem que são. Coço a cabeça e investigo: dois olhos, duas mãos, duas
pernas. Um ser humano como outro qualquer. Mas eles recusam pertencer ao
único gênero que interessa: o humano. E falam do ‘homossexual’ como
algumas crianças falam das fadas ou duendes. Não existe o ‘homossexual’.
Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso,
sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo)”,
escreveu Coutinho, em um artigo de 2007.
Crítico do fundamentalismo islâmico, Coutinho espinafrou recentemente o
poema panfleto do alemão Gunter Grass, prêmio Nobel de Literatura, que
apontou o Estado israelense como a maior ameaça à paz mundial. “O
fracasso político, econômico e cultural do Oriente Médio, esse oceano de
1 bilhão de muçulmanos, não se explica com uma gota de 5 milhões de
judeus. Explica-se pelo autoritarismo, pela ignorância e pelo sectarismo
de seus líderes”, diz Coutinho. Segundo Coutinho, há uma tentativa de
certos setores da intelectualidade de vender “a ideia politicamente
correta de que o politicamente incorreto é o novo politicamente
correto”. “Não é”, diz ele. “O politicamente correto, como projeto
linguístico e cultural que tenta apagar qualquer referência
discriminatória/ofensiva/preconceituosa sobre o Outro, continua a ser
uma forma tirânica de vandalismo intelectual e moral. Enganam-se os que
pensam que é preciso usar trapos, viajar de camelo e viver no deserto
para ser um fanático.”
Como alguns de seus colegas, o economista Rodrigo Constantino, influenciado pelos pensadores austríacos Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, apóstolos do livre mercado, também já bateu de frente com reivindicações “minoritárias”. Ao saber que o Conselho Estadual dos Direitos dos Negros pretendia enviar representantes à Feira Hippie de Ipanema, no Rio de Janeiro, para apurar a diferença de preço entre bonecas de pano brancas e negras (aquelas custavam R$ 85 e estas R$ 65), Constantino surtou. “Essa gente racista não tem limite do ridículo! Não estou falando da vendedora, claro, mas sim dos patrulheiros do politicamente correto. Querem revogar até as leis de oferta e demanda, em nome da ‘igualdade racial’. E dane-se que as bonecas negras tenham demanda, e por isso um preço menor. Quem liga para esses detalhes e para a liberdade de escolha dos indivíduos? Resta esperar pelos próximos passos. Se o boneco do Ken (o namorado efeminado da Barbie) for mais caro do que o boneco do Falcon (para quem tem mais de 30 anos, o.k.?), então é preconceito contra os barbudos.”
Magnoli é doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), membro do Grupo de Análises de Conjuntura Internacional (Gacint), colunista de O Estado de S. Paulo e O Globo e comentarista da GloboNews. Nos tempos de estudante universitário, militava numa tendência estudantil de extrema esquerda, a Liberdade e Luta (Libelu). Tornou-se um dos mais tenazes adversários da adoção de cotas raciais pelas políticas públicas. Ele afirma que essa posição não é politicamente incorreta. “Desde quando é politicamente incorreto considerar que os negros, por exemplo, são pessoas iguaizinhas às outras – logo, dispensam discriminações, positivas ou negativas?”, diz Magnoli. “Aliás, a incorreção política é uma questão antiquadamente latino-americana. O principal motivo desse anacronismo é que os países latino-americanos, com exceção de Cuba, não passaram pela experiência do socialismo real. Ao contrário dos ex-satélites soviéticos que não querem ver o comunismo nem pintado.”
Será que, em pleno século XXI, uma dicotomia ideológica tão maniqueísta como “direita” e “esquerda” continua com o prazo de validade em dia? Esse dualismo veio ao mundo na Revolução Francesa, há mais de 200 anos (a roda já tinha sido inventada, mas o pneu ainda não). Certo, Simone de Beauvoir resmungou que “quem diz que já não existem direita e esquerda é porque é de direita” (ela própria era uma canhotinha de ouro). No entanto, para efeitos práticos tal antinomia não estaria tão fossilizada quanto aquela entre monarquistas e republicanos? Surpreendentemente ou não, os dois lados da barricada parecem achar que esse Tratado de Tordesilhas ideológico continua com o prazo de validade em dia. Ainda que com matizes.
Uma característica clássica que contrasta liberais e conservadores dos progressistas é a primazia que aqueles dão à liberdade, e estes últimos à igualdade. Para Rodrigo Constantino, é preciso ir com mais vagar. “Esta definição simplista funciona melhor se restrita à economia”, diz Constantino. “A distinção entre liberdade e igualdade serve para dividir conservadores e progressistas em dois grandes grupos. Mas tem limitações. Os conservadores nem sempre se preocupam com algumas liberdades individuais de âmbito social. Por exemplo, tendem a condenar a legalização de drogas leves, como a maconha. Além disso, há uma igualdade que conservadores e liberais valorizam muito: aquela perante as leis.”
A virtude dos novos trombones da direita é evitar escrupulosamente o sonolento e borocoxô jargão acadêmico. Em seu livro, ao ecoar ensaístas como Harold Bloom (e sua crítica à “Escola do Ressentimento”), Pondé dá cornetadas no academicismo das universidades brasileiras. “Na universidade, a mediocridade vem vestida de burocracia da produtividade e corporativismo de bando”, diz. Seu tom, apinhado de “pitis” retóricos (que lembra os chiliques de Paulo Francis), é de um cronista flanando nas frases, não de um catedrático numa aula vetusta. “O mundo virou um grande churrasco na laje, e até os aeroportos parecem rodoviárias.”
Mesmo correndo o risco da superficialidade, os novos polemistas romperam com a pasmaceira do bom-mocismo que presidia a vida intelectual brasileira. Debate sem polêmica é compadrio. Já dizia o filósofo grego Aristóteles que “inteligência é insolência educada”. Nem “conservador” nem “progressista” deveriam ser anátemas políticos – são visões de mundo reciprocamente necessárias a uma sociedade democrática e à alternância no poder. Ninguém tem a ganhar com monólogos que pregam para os já convertidos. E, acima de tudo, se todo mundo pensa igual, é porque ninguém está pensando.
Como alguns de seus colegas, o economista Rodrigo Constantino, influenciado pelos pensadores austríacos Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, apóstolos do livre mercado, também já bateu de frente com reivindicações “minoritárias”. Ao saber que o Conselho Estadual dos Direitos dos Negros pretendia enviar representantes à Feira Hippie de Ipanema, no Rio de Janeiro, para apurar a diferença de preço entre bonecas de pano brancas e negras (aquelas custavam R$ 85 e estas R$ 65), Constantino surtou. “Essa gente racista não tem limite do ridículo! Não estou falando da vendedora, claro, mas sim dos patrulheiros do politicamente correto. Querem revogar até as leis de oferta e demanda, em nome da ‘igualdade racial’. E dane-se que as bonecas negras tenham demanda, e por isso um preço menor. Quem liga para esses detalhes e para a liberdade de escolha dos indivíduos? Resta esperar pelos próximos passos. Se o boneco do Ken (o namorado efeminado da Barbie) for mais caro do que o boneco do Falcon (para quem tem mais de 30 anos, o.k.?), então é preconceito contra os barbudos.”
Magnoli é doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), membro do Grupo de Análises de Conjuntura Internacional (Gacint), colunista de O Estado de S. Paulo e O Globo e comentarista da GloboNews. Nos tempos de estudante universitário, militava numa tendência estudantil de extrema esquerda, a Liberdade e Luta (Libelu). Tornou-se um dos mais tenazes adversários da adoção de cotas raciais pelas políticas públicas. Ele afirma que essa posição não é politicamente incorreta. “Desde quando é politicamente incorreto considerar que os negros, por exemplo, são pessoas iguaizinhas às outras – logo, dispensam discriminações, positivas ou negativas?”, diz Magnoli. “Aliás, a incorreção política é uma questão antiquadamente latino-americana. O principal motivo desse anacronismo é que os países latino-americanos, com exceção de Cuba, não passaram pela experiência do socialismo real. Ao contrário dos ex-satélites soviéticos que não querem ver o comunismo nem pintado.”
Será que, em pleno século XXI, uma dicotomia ideológica tão maniqueísta como “direita” e “esquerda” continua com o prazo de validade em dia? Esse dualismo veio ao mundo na Revolução Francesa, há mais de 200 anos (a roda já tinha sido inventada, mas o pneu ainda não). Certo, Simone de Beauvoir resmungou que “quem diz que já não existem direita e esquerda é porque é de direita” (ela própria era uma canhotinha de ouro). No entanto, para efeitos práticos tal antinomia não estaria tão fossilizada quanto aquela entre monarquistas e republicanos? Surpreendentemente ou não, os dois lados da barricada parecem achar que esse Tratado de Tordesilhas ideológico continua com o prazo de validade em dia. Ainda que com matizes.
Uma característica clássica que contrasta liberais e conservadores dos progressistas é a primazia que aqueles dão à liberdade, e estes últimos à igualdade. Para Rodrigo Constantino, é preciso ir com mais vagar. “Esta definição simplista funciona melhor se restrita à economia”, diz Constantino. “A distinção entre liberdade e igualdade serve para dividir conservadores e progressistas em dois grandes grupos. Mas tem limitações. Os conservadores nem sempre se preocupam com algumas liberdades individuais de âmbito social. Por exemplo, tendem a condenar a legalização de drogas leves, como a maconha. Além disso, há uma igualdade que conservadores e liberais valorizam muito: aquela perante as leis.”
A virtude dos novos trombones da direita é evitar escrupulosamente o sonolento e borocoxô jargão acadêmico. Em seu livro, ao ecoar ensaístas como Harold Bloom (e sua crítica à “Escola do Ressentimento”), Pondé dá cornetadas no academicismo das universidades brasileiras. “Na universidade, a mediocridade vem vestida de burocracia da produtividade e corporativismo de bando”, diz. Seu tom, apinhado de “pitis” retóricos (que lembra os chiliques de Paulo Francis), é de um cronista flanando nas frases, não de um catedrático numa aula vetusta. “O mundo virou um grande churrasco na laje, e até os aeroportos parecem rodoviárias.”
Mesmo correndo o risco da superficialidade, os novos polemistas romperam com a pasmaceira do bom-mocismo que presidia a vida intelectual brasileira. Debate sem polêmica é compadrio. Já dizia o filósofo grego Aristóteles que “inteligência é insolência educada”. Nem “conservador” nem “progressista” deveriam ser anátemas políticos – são visões de mundo reciprocamente necessárias a uma sociedade democrática e à alternância no poder. Ninguém tem a ganhar com monólogos que pregam para os já convertidos. E, acima de tudo, se todo mundo pensa igual, é porque ninguém está pensando.
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*Escritor e jornalista luso-brasileiro Paulo Nogueira é autor dos romances O suicida feliz e Transatlântico
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/04/os-novos-trombones-da-direita.html
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