Mário Corso*
Mário Corso – Obrigado pela oportunidade dessa palavrinha conosco durante seus compromissos de Carnaval.
Diabo – Imagina! Sempre às ordens.
MC – Por que motivo odeia tanto a espécie humana?
Diabo – Nada de especial. Quando é maldade mesmo, das boas – das boas para mim, é claro –, ela é desmotivada. Maldade para valer tem que sair do nada, ser totalmente imprevisível. Essa coisa de ter um inimigo íntimo, perseguir, é muito humana. Meu ódio é profissional. Não me apego às vítimas.
MC – Mas não gosta de nós?
Diabo – Tampouco desgosto. Apenas a maldade é meu negócio. Vamos ver se fica claro: essa questão de castigo merecido, julgamento final, equilíbrio cósmico da justiça, isso é coisa de Deus. Até faço uns frilas para Ele com essa demanda. Às vezes Ele me pede: “Vai lá e ferra com fulano”. Vou e faço, mas isso é business. Não chega a me desagradar, mas não é meu estilo. Aliás, Ele tem uma Paciência com vocês... Admiro o Cara, eu não teria.
MC – Rola um prazer nessas malvadezas todas que nos faz?
Diabo – Às vezes, mas nada planejado, a gente nunca sabe quando vem. Certas coisas dão muito certo e fica um arranjo legal, tipo muito dano com pouca energia. Essa eficácia maléfica me deixa contente. É a satisfação do estrago benfeito.
MC – No passado, reinava sozinho, hoje temos vampiro, zumbi, serial killer. Como é aguentar a concorrência?
Diabo – Sim, é duro para o ego. Saudade do tempo em que tudo de ruim era comigo. Mas o que realmente me preocupa são vocês entrando na minha seara. Genocídios, bomba atômica, drones com explosivos, torturas, a destruição sistemática do planeta. Para mim, o ápice do desatino é o homem-bomba. Essa demência nunca tinha me ocorrido, vocês me superaram, parabéns!
MC – Esses novos tempos o deixam com alguma apreensão?
Diabo – Sim, vocês a cada dia precisam menos de mim para serem infelizes. Talvez eu, por desnecessário e superado, possa ficar desempregado. Por exemplo, os odiadores que babam fel na internet são o meu orgulho, por outro lado é uma concorrência.
MC – Algum conselho para os humanos?
Diabo – Claro que não, vão para o raio que os parta! Quer dizer... se quiserem me fazer um obséquio: aproveitem o Carnaval para dirigirem bêbados, me poupa trabalho.
Diabo – Imagina! Sempre às ordens.
MC – Por que motivo odeia tanto a espécie humana?
Diabo – Nada de especial. Quando é maldade mesmo, das boas – das boas para mim, é claro –, ela é desmotivada. Maldade para valer tem que sair do nada, ser totalmente imprevisível. Essa coisa de ter um inimigo íntimo, perseguir, é muito humana. Meu ódio é profissional. Não me apego às vítimas.
MC – Mas não gosta de nós?
Diabo – Tampouco desgosto. Apenas a maldade é meu negócio. Vamos ver se fica claro: essa questão de castigo merecido, julgamento final, equilíbrio cósmico da justiça, isso é coisa de Deus. Até faço uns frilas para Ele com essa demanda. Às vezes Ele me pede: “Vai lá e ferra com fulano”. Vou e faço, mas isso é business. Não chega a me desagradar, mas não é meu estilo. Aliás, Ele tem uma Paciência com vocês... Admiro o Cara, eu não teria.
MC – Rola um prazer nessas malvadezas todas que nos faz?
Diabo – Às vezes, mas nada planejado, a gente nunca sabe quando vem. Certas coisas dão muito certo e fica um arranjo legal, tipo muito dano com pouca energia. Essa eficácia maléfica me deixa contente. É a satisfação do estrago benfeito.
MC – No passado, reinava sozinho, hoje temos vampiro, zumbi, serial killer. Como é aguentar a concorrência?
Diabo – Sim, é duro para o ego. Saudade do tempo em que tudo de ruim era comigo. Mas o que realmente me preocupa são vocês entrando na minha seara. Genocídios, bomba atômica, drones com explosivos, torturas, a destruição sistemática do planeta. Para mim, o ápice do desatino é o homem-bomba. Essa demência nunca tinha me ocorrido, vocês me superaram, parabéns!
MC – Esses novos tempos o deixam com alguma apreensão?
Diabo – Sim, vocês a cada dia precisam menos de mim para serem infelizes. Talvez eu, por desnecessário e superado, possa ficar desempregado. Por exemplo, os odiadores que babam fel na internet são o meu orgulho, por outro lado é uma concorrência.
MC – Algum conselho para os humanos?
Diabo – Claro que não, vão para o raio que os parta! Quer dizer... se quiserem me fazer um obséquio: aproveitem o Carnaval para dirigirem bêbados, me poupa trabalho.
-------------
*Psicanalista.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a4971095.xml&template=3916.dwt&edition=28371§ion=70
Imagem da Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário