sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Philip Roth: Why Write? O que é ser americano e outros pensamentos

<i>Philip Roth: Why Write?</i>: o definitivo volume de ensaios
 Philip Roth: Why Write?: o definitivo volume de ensaios REUTERS/Eric Thayer
 
Philip Roth: Why Write? Apresenta-se como o definitivo volume de ensaios do escritor de 84 anos. Acaba de sair nos Estados Unidos e fala de patriotismo a maneira de Roth.

É a primeira colecção de ensaios de Philip Roth desde Shop Talk (2001) e junta textos de não ficção publicados pelo escritor entre 1960 e 2013, ano em que Roth anunciou que não escreveria mais. Com edição da Library of America, este Philip Roth: Why Write? apresenta-se como o definitivo volume de ensaios literários, pensamento sobre escrita, a identidade, a condição americana e o ofício de escritor do criador de O Complexo de PortnoyPastoral Americana ou o recentemente recuperado como distopia sobre o presente A Conspiração Contra a América.
Dividido em três partes, tem como grande novidade a produção ensaística mais recente de Roth. Já não tanto o judaísmo ou as contradições e obsessões criativas do escritor, mas o que entende por patriotismo quando fala da América. Nessa derradeira parte, Explanations, Roth conta como é que alguns escritores do Sul e de pequenas cidades do Midwest foram os que mais contribuíram para a construção do que considera o seu sentido do que é a América e do que significa ser americano. Entre eles, Erskine Caldwell, Sinclair Lewis ou Theodore Dreiser. Uma ideia que tem menos a ver com a grandiosidade do país, do que com valores como o individualismo e as ameaças à liberdade que ajudam a integração da diversidade. É nesse desafio que reside a grande aventura americana que terá ganho nova dimensão no pós-guerra, quando ele, Roth, crescia e teve consciência do que significava ou não a inclusão enquanto um judeu dos subúrbios de New Jersey.  

Dos 14 textos de Explanations, seis são inéditos e surgem como contributo para a discussão actual sobre a identidade americana e a vida na America onde o sonho volta em múltiplas formas e onde entram termos que Roth explora neste volume. Como a descriminação, os direitos civis ou o seu entendimento acerca da tolerância, termo para o qual despertou muito cedo. E a tudo isto acrescenta muito que já se sabe mas continua a ser sempre bom de reler: o acto de escrever, a génese de muitos dos seus romances, a crítica, as relações com outros escritores. E – brinde – há duas entrevistas dadas por Philip Roth depois de se ter retirado.
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Fonte:  https://www.publico.pt/2017/11/23/culturaipsilon/noticia/o-que-e-ser-americano-e-outros-pensamentos-1793323?page=/culturaipsilon&pos=5&b=stories_d

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