Philip Roth: Why Write?: o definitivo volume de ensaios
REUTERS/Eric Thayer
Philip Roth: Why Write? Apresenta-se como o
definitivo volume de ensaios do escritor de 84 anos. Acaba de sair nos
Estados Unidos e fala de patriotismo a maneira de Roth.
É a primeira colecção de ensaios de Philip Roth desde Shop Talk (2001)
e junta textos de não ficção publicados pelo escritor entre 1960 e
2013, ano em que Roth anunciou que não escreveria mais. Com edição da
Library of America, este Philip Roth: Why Write? apresenta-se
como o definitivo volume de ensaios literários, pensamento sobre
escrita, a identidade, a condição americana e o ofício de escritor do
criador de O Complexo de Portnoy, Pastoral Americana ou o recentemente recuperado como distopia sobre o presente A Conspiração Contra a América.
Dividido em três partes, tem como grande novidade a produção
ensaística mais recente de Roth. Já não tanto o judaísmo ou as
contradições e obsessões criativas do escritor, mas o que entende por
patriotismo quando fala da América. Nessa derradeira parte, Explanations,
Roth conta como é que alguns escritores do Sul e de pequenas cidades do
Midwest foram os que mais contribuíram para a construção do que
considera o seu sentido do que é a América e do que significa ser
americano. Entre eles, Erskine Caldwell, Sinclair Lewis ou Theodore
Dreiser. Uma ideia que tem menos a ver com a grandiosidade do país, do
que com valores como o individualismo e as ameaças à liberdade que
ajudam a integração da diversidade. É nesse desafio que reside a grande
aventura americana que terá ganho nova dimensão no pós-guerra, quando
ele, Roth, crescia e teve consciência do que significava ou não a
inclusão enquanto um judeu dos subúrbios de New Jersey.
Dos 14 textos de Explanations,
seis são inéditos e surgem como contributo para a discussão actual
sobre a identidade americana e a vida na America onde o sonho volta em
múltiplas formas e onde entram termos que Roth explora neste volume.
Como a descriminação, os direitos civis ou o seu entendimento acerca da
tolerância, termo para o qual despertou muito cedo. E a tudo isto
acrescenta muito que já se sabe mas continua a ser sempre bom de reler: o
acto de escrever, a génese de muitos dos seus romances, a crítica, as
relações com outros escritores. E – brinde – há duas entrevistas dadas
por Philip Roth depois de se ter retirado.
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Fonte: https://www.publico.pt/2017/11/23/culturaipsilon/noticia/o-que-e-ser-americano-e-outros-pensamentos-1793323?page=/culturaipsilon&pos=5&b=stories_d
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