O livro ?O Poder do Tempo Livre? provoca você a repensar o quanto pode mudar sua vida nas horas de folga
Depois de um dia de
trabalho, tudo o que a gente quer é se jogar no sofá e assistir à série
preferida. Ou ouvir música. Ou ir pedalar no parque. Ou simplesmente
fazer nada. Mas é justamente aí, nessas horas a preencher, que pode
estar a resposta para você fazer grandes realizações. Essa é a proposta
de O Poder do Tempo Livre, título recém-lançado por Luciano Braga
(foto). Diretor de um estúdio criativo focado em projetos de impacto
social, palestrante, autor de duas webcomics e, agora, de dois livros,
ele deixou o mercado da publicidade tradicional em nome de projetos que
fossem realmente significativos para a sua vida. Mas a saída não é
apenas trocar de carreira. Os dizeres da capa resumem o espírito da
coisa: Descubra seu potencial, crie projetos paralelos e torne sua vida
mais incrível.
Por que uma pessoa deveria ler O Poder do Tempo Livre no tempo livre dela?
Acredito que as pessoas devam ler meu livro, e não só ele, como
muitos outros, como forma de transformar seu tempo livre em um momento
útil do seu dia. Não que parar pra ver TV ou ficar navegando no Facebook
não seja útil, mas são atividades que agregam muito pouco no longo
prazo. Depois de olhar por meia hora o Facebook ou ver uma série, pare
para pensar: o que você aprendeu? O que isso te ensinou? Geralmente a
resposta é nada. Ficar rolando a timeline ou ver uma série nos diverte,
mas não faz a gente evoluir. O que proponho com meu livro é um
equilíbrio, que as pessoas percebam que elas podem usar seu tempo livre
para evolução pessoal. Seja lendo meu livro, seja estudando algum outro
assunto, seja começando um projeto pessoal. Ficamos muito presos à
lógica de trabalhar oito horas, dormir oito horas e descansar oito
horas, mas, se durante o sono, a gente não consegue evoluir, e no
trabalho evoluímos muito pouco porque estamos sempre na correria e
atarefados, só nos resta o tempo livre pra irmos atrás daqueles assuntos
que nos interessam.
Qualquer um tem potencial para tocar um projeto paralelo ao trabalho convencional?
Todo mundo tem potencial, mas talvez nem todo mundo precise. Tem
gente que, com seu emprego normal, já supre sua capacidade de
criatividade, paixão, diversão. Eu precisava de algo por fora, por isso
segui esse caminho.
De todos os conselhos do livro, quais são os mais difíceis de seguir?
Deletar os aplicativos do celular e se demitir. Deletar os
aplicativos porque todo mundo está tão imerso neles, que desapegar é um
ato de muita coragem. Desapegar de saber o que os outros estão fazendo
dá uma sensação de se desconectar do mundo. As pessoas têm medo de serem
esquecidas, ficam ansiosas. Coloco essa dica ali porque acho
importante, talvez por algum período, que a pessoa foque somente nela
para empreender algum projeto pessoal, mas sei que é bem difícil fazer
isso. Demitir-se, então, para ter tempo de focar em alguma coisa, é
muito mais difícil. Largar a segurança de um emprego pela insegurança de
criar algo novo assusta. Eu fiz isso, mas tinha onde me segurar caso
desse algo errado. Para quem tem economias ou uma família para apoiar,
talvez seja uma solução interessante.
Em relação às mulheres, o que você destaca?
O público de todas as palestras e cursos que dou é composto em sua
maioria por mulheres. Mas, antes, via mais homens colocando projetos
pessoais na rua. Hoje, acho que a coisa virou, vejo muitas mulheres
empreendendo. Não sei o motivo. Acho que uma sociedade machista como a
nossa oprimia e assustava muito as mulheres (ainda oprime e assusta), e
ultimamente isso não tem sido impeditivo para elas. Outra coisa que
ajuda é as mulheres gostarem de se encontrar com outras pessoas que
estão passando pelos mesmos desafios, enquanto os homens são mais
fechados (por isso vejo menos eles em eventos). Quando elas se
encontram, aprendem junto, trocam informações, o que é bom para todo
mundo.
E como lidar com a frustração caso um projeto não dê certo? Ao menos de início?
As frustrações vão acontecer, isso é um fato. Cabe a cada pessoa
entender esses momentos como checkpoints e como degraus para uma vitória
maior: "O que aprendi com isso?", "O que posso fazer diferente na
próxima vez?", "Por que considero isso um fracasso?". Desistir quando
uma frustração acontece é enxergar esse fato como uma barreira que te
impede de prosseguir. Muros te barram, degraus te alavancam pra cima.
Você acredita naquela máxima "Trabalhe no que gosta e nunca terás que trabalhar um dia na vida"? Isso é factível?
Acho que não é factível para ninguém. Todo trabalho, por mais
divertido e apaixonante que seja, tem sua parte chata, tem aquela tarefa
que você não gostaria de fazer, mas tem que fazer para que o trabalho
continue existindo. Infelizmente existe muita desigualdade no mundo e
muitos empregos são chatíssimos e sem sentido, mas eles vão continuar
existindo. Fazer algo no tempo livre pode ser uma forma de fazer a
pessoa ter mais alegria na sua vida ainda tendo um emprego que não
gosta.
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Fonte: http://flipzh.clicrbs.com.br/jornal-digital/pub/gruporbs/acessivel/materia.jsp?cd=2bea5e5b33433b178530244c7a0ed8b0 - Revista Donna, 25 e 26 de novembro de 2017, p.12.
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