ENTREVISTA
Shannon K.O’Neil, Pesquisadora do Council on Foreign Relations
Especialista
nas relações dos EUA com a América Latina do instituto Council on
Foreign Relations, Shannon O’Neil avalia a discussão da Cúpula das
Américas sobre a descriminalização das drogas como alternativa para
vencer o narcotráfico. Confira a entrevista a ZH:
Zero Hora – Que força tem uma proposta para a legalização das drogas?
Shannon K. O’Neil – O continente está dividido. Nicarágua, Canadá, El Salvador, Honduras e Panamá são contra. Os EUA disseram que irão ouvir, mas são contra. Já Colômbia, México, Guatemala, Paraguai e Brasil disseram estar abertos ao debate. Uma minoria apoia.
ZH – O combate fracassou?
Shannon – Em 40 anos, foram gastos apenas nos EUA mais de US$ 1 trilhão, mas drogas continuam um problema. Como lidar com isso é a grande questão. Esse debate entrará de alguma forma na cúpula. Para os EUA, em plena campanha eleitoral, é muito difícil mudar qualquer posição.
ZH – O aumento da violência no México reforça os argumentos pela descriminalização?
Shannon – Muito da violência no México não está relacionada às drogas, mas ao crime organizado, aos sequestros, à debilidade do sistema judiciário e das instituições. Mesmo que se livre das drogas, seguirá com altos índices de violência. A Venezuela tem altos índices de homicídios, mas não é um centro produtor ou consumidor de drogas.
ZH – Quais as maiores diferenças desta para as cúpulas do passado?
Shannon – Os anos 1990 foram de instabilidade econômica e política em muitos países. Agora, há nações que estão entre as que mais crescem no mundo. Hoje, os Estados Unidos pedem conselho ao Brasil! O continente está muito diferente. Brasil e México são vozes importantes no G-20. A Colômbia assumiu um papel de relevância. Do ponto de vista da integração, que é algo que ocorre há décadas, ela está se dando mais pelas empresas privadas do que pelos governos.
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Fonte: ZH on line, 14/04/2012
Zero Hora – Que força tem uma proposta para a legalização das drogas?
Shannon K. O’Neil – O continente está dividido. Nicarágua, Canadá, El Salvador, Honduras e Panamá são contra. Os EUA disseram que irão ouvir, mas são contra. Já Colômbia, México, Guatemala, Paraguai e Brasil disseram estar abertos ao debate. Uma minoria apoia.
ZH – O combate fracassou?
Shannon – Em 40 anos, foram gastos apenas nos EUA mais de US$ 1 trilhão, mas drogas continuam um problema. Como lidar com isso é a grande questão. Esse debate entrará de alguma forma na cúpula. Para os EUA, em plena campanha eleitoral, é muito difícil mudar qualquer posição.
ZH – O aumento da violência no México reforça os argumentos pela descriminalização?
Shannon – Muito da violência no México não está relacionada às drogas, mas ao crime organizado, aos sequestros, à debilidade do sistema judiciário e das instituições. Mesmo que se livre das drogas, seguirá com altos índices de violência. A Venezuela tem altos índices de homicídios, mas não é um centro produtor ou consumidor de drogas.
ZH – Quais as maiores diferenças desta para as cúpulas do passado?
Shannon – Os anos 1990 foram de instabilidade econômica e política em muitos países. Agora, há nações que estão entre as que mais crescem no mundo. Hoje, os Estados Unidos pedem conselho ao Brasil! O continente está muito diferente. Brasil e México são vozes importantes no G-20. A Colômbia assumiu um papel de relevância. Do ponto de vista da integração, que é algo que ocorre há décadas, ela está se dando mais pelas empresas privadas do que pelos governos.
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Fonte: ZH on line, 14/04/2012
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