Octávio Carmo*
A longa discussão com os mais de 260 participantes, durante quase duas semanas, pareceu algo errática, saltando entre as várias dimensões da ação eclesial e as diversas realidades em que as comunidades católicas, de implantação reconhecidamente mundial, se encontram. A realidade quotidiana e a sensibilidade de cada bispo levaram, muitas vezes, a que se apresentasse aos outros uma visão particular dos problemas, sem a preocupação do conjunto.
50 anos depois do início do Concílio Vaticano II, o encontro de tantos representantes dos episcopados católicos – um número recorde - para debater um tema tão vasto e aberto a tantas abordagens era visto com grande esperança e é de desejar, apesar das tensões e das preocupações que dominaram parte dos trabalhos, que o resultado desta assembleia sinodal esteja à altura das expectativas.
A grande fratura que surge nesta matéria é a da ‘novidade’: a Igreja Católica tem de enfrentar desafios novos, com a sua mensagem de séculos, particularmente numa Europa envelhecida e cada vez mais cética, desconfiada de si, do futuro e, naturalmente, de Deus.
Percebe-se, compreensivelmente, alguma tendência para responder a problemas novos com as fórmulas de sempre. Além disso, dificuldades e fracassos são atribuídos, em muitos casos, à falta de capacidade ou boa vontade dos recetores da mensagem e não tanto de quem a proclama.
Há sinais positivos surgidos na reflexão que não se vão esgotar na mensagem final e nas propostas que o Sínodo vai apresentar ao Papa, mas é com natural atenção que estes documentos finais vão ser seguidos para se saber, afinal, se existe ou não uma ‘nova’ evangelização ou se aquilo que se diz desta se aplica à tarefa evangelizadora de toda a Igreja, em todos os tempos.
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* Chefe de redação da Agência Eclesia de Portugal.
Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=92961
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