Livro oferece uma história completa sobre o nascimento do neoliberalismo
(Reprodução/Internet)
Como três economistas vienenses mudaram o mundo
Como três economistas vienenses convenceram a filha de um
comerciante, uma ex-estrela do cinema e o maior avicultor da Europa a
desmontar 40 anos de expansão estatal? Como um grupo de homens tidos
como excêntricos e chamados de neoliberais mudaram a política mundial de
uma vez por todas? Daniel Stedman Jones escreve a abordagem mais
recente e sua resposta é melhor do que a maior parte delas.
O neoliberalismo se originou na Áustria. À medida que os governos da
Grã-Bretanha e nos EUA engordavam na década de 40, três homens
iniciaram uma batalha solitária contra a nova política do coletivo. Karl
Popper, filósofo e ex-comunista, criticava pensadores de Platão a Marx
que valorizavam o coletivo em detrimento do individual. Ludwig von
Mises, um economista que costumava ser de esquerda, afirmou que nenhuma
burocracia tinha os meios para se autolimitar. Friedrich Hayek afirmou
que o planejamento central era impossível, porque ninguém, independente
de sua inteligência, sabia o que as pessoas queriam.
Stedman Jones espreme as informações das batalhas profissionais. Hayek e
Mises queriam que sua mensagem fosse radical. Popper procurou atrair a
maior quantidade possível de pessoas, até mesmo liberais e socialistas.
Longe da linha dura, Popper percebeu posteriormente falhas na ideologia
do mercado, comparando-a a uma religião. Hayek, movido por uma ideia de
utopia, foi mais longe. Ele fundou a Sociedade Mont Pelerin para
desenvolver suas ideias e assim foi fundado o neoliberalismo. Uma
dificuldade do assunto é que a palavra costuma ser usada equivocadamente hoje em dia. Os esquerdistas usam o termo
“neoliberal” para simplesmente descrever aqueles de quem não gostam.
Stedman Jones acredita que a palavra não deve ser descartada; os
lutadores originais contra o controle estatal adotavam esse nome de bom
grado.
Milton Friedman, economista de Chicago que liderou a segunda onda de
críticos do estado, escolheu a palavra “neoliberal” em um ensaio de 1951
intitulado “Neoliberalismo e seus Prospectos”. Ele defendia um “ponto
intermediário” entre o inimigo do coletivismo e os excessos do
liberalismo do século XIX. Friedman considerava que os
liberaisvitorianos ignoraram o fato de que o laissez-faire poderia criar indivíduos excessivamente poderosos. A meta não deveria ser o laissez-faire, mas a competição de mercado, que, segundo ele, protegeria os homens uns dos outros.
Como essas ideias se tornaram comuns? Stedman Jones, um advogado
londrino, apresenta a questão como uma partida de rugby. Os centros de
estudo tocam para os jornalistas, que por sua vez tocam para os
políticos, que com a ajuda dos centros de estudo disparam e marcam o
ponto.
O novo livro de Jones, “Masters of the Universe”, não conta com
muitas descrições de personagem e teoria econômica, ainda que seja uma
obra forte. Stedman Jones oferece uma história do neoliberalismo nova e
completa.
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Fontes:
The Economist-New brooms
http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/o-nascimento-do-neoliberalismo/
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