domingo, 28 de outubro de 2012

Refrigerante ‘Diet’ pode nos tornar gordo.

Photo: Thinkstock
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Posted: Wed, Jun 29, 2011
Achando que estamos fazendo uma opção saudável quando escolhemos uma bebida ‘diet’ em vez de uma outra açucarada? Vamos pensar de novo. http://shine.yahoo.com/healthy-living/diet-soda-may-be-making-you-fat-2504019.html


Bebidas ‘Diet’ podem ter o mínimo de calorias, mas elas podem conter o maior impacto sobre as gorduras de nossa cintura, de acordo com dois estudos apresentados em encontro da American Diabetes Association, em San Diego (nt.: link oficial do trabalho – http://www.uthscsa.edu/hscnews/singleformat2.asp?newID=3861 ).

Pesquisadores do Centro da Ciência da Saúde do Texas, em San Antonio, rastrearam 474 pessoas, todas entre 65 e 74 anos, por quase uma década, medindo suas alturas, pesos e circunferência de suas cinturas e a ingestão de bebida ‘diet’ a cada 3,6 anos. As cinturas daqueles que ingeriam bebidas ‘diet’ cresceram 70% mais do que aqueles que evitavam esta bebida adoçada artificialmente. As pessoas que bebiam duas ou mais porções por dia tinham a circunferência de suas barrigas aumentadas que eram cinco vezes maiores do aqueles que não consumiam este tipo de bebida.

As descobertas estão na mesma linha daquelas do estudo de 2005 que também concluiu, através dos pesquisadores do mesmo Centro, que a chance de uma pessoa ter sobrepeso ou tornar-se obesa aumentava em cada refrigerante consumido (nt.: abaixo está este texto aqui citado e traduzido).

Mas como alguma coisa sem calorias pode causar ganho de peso? Acontece que mesmo que nossas papilas gustativas não possam reconhecer a diferença entre um açúcar verdadeiro e um falso, nosso cérebro pode. Outro estudo, também apresentado no encontro deste ano de 2011, na American Diabetes Association, detectou que depois de três meses se alimentando com comida contagiada com aspartame (que é encontrado em muitas bebidas ‘diet’), ratos tinham maiores quantidades de açúcar no sangue do que outros roedores que estavam sendo alimentados normalmente. De acordo com a pesquisadora Sharon Fowler, que trabalhou nos três estudos aqui mencionados e que agora está como pesquisadora junto ao UT Health Science Center em San Diego, o aspartame pode estimular o apetite, mas nada o satisfaz. Ele pode interferir com a nossa habilidade do organismo quando se está satisfeito, podendo assim nos levar a que nos alimentemos mais ainda.

Isto acontece com humanos também. Um estudo de 2008, detectou que mulheres que bebiam água açucarada com açúcar e água adoçada com o adoçante artificial Splenda, não conseguiam perceber a diferença, mas a ressonância magnética funcional mostrava que o centro de recompensa de seus cérebros respondiam ao açúcar verdadeiro “mais completamente” do que ao adoçante artificial.

“Nossos sentidos nos informam que há alguma doce que estamos provando, mas nosso cérebro informa-nos, ‘na verdade’, que não está tendo tanta recompensa quanto estamos esperando’”, diz o Dr. Martin P. Paulus, professor de psiquiatria da University of California, em San Diego, ao Huffington Post (nt.:http://www.huffingtonpost.com/), e um dos autores do estudo. Assim passamos a ir deste refrigerante sem calorias associado com algo mais calórico, como um ‘snack’ salgado. O sabor doce também poderia desencadear em nosso organismo a produção de insulina, o que acaba bloqueando nossa habilidade de queimar gorduras.

À parte dos problemas de saúde que estão junto com a expansão da cintura, as bebidas ‘diet’ foram conectadas a uma aumento de diabetes, ataques do coração e derrames cerebral. Um estudo com mais de 2.500 pessoas, detectou que aqueles “que bebiam bebidas ‘diet’ diariamente tinham 61% de aumento de riscos de acidentes cardiovasculares comparados àqueles que não ingeriam refrigerantes, mesmo quando se contabilizava para tabagismo, atividades físicas e consumo de álcool, por dia”, relatou a rede ABC dos EUA no início deste ano em curso (nt.: http://abcnews.go.com/Health/HeartHealth/diet-soda-linked-heart-attack-stroke-risk/story?id=12868269#.UIgwcoaCth4 ).  E num estudo de 2008, da Universidade de Minnesota, perto de 10 mil pessoas com idade entre 45 e 64 anos, detectou que bebendo uma simples lata de refrigerante ‘diet’ por dia, levava o risco 34% mais alto de desenvolver uma síndrome metabólica, ou seja, uma coleção de problemas de saúde que inclui de alta concentração de açúcar no sangue, alto colesterol a altos níveis de gordura abdominal (nt.: em inglês conhecida como ‘belly fat’ ou a ‘pança’ em português).

“Bebendo uma quantidade plausível de refrigerante ‘diet’ por dia, como uma ou duas latas, isso possivelmente não te agredirá”, escreve Katherine Zeratsky, uma nutricionista da Clínica Mayo (nt.: ver qual a posição desta nutricionista quanto às bebidas ‘diet’ – http://www.mayoclinic.com/health/diet-soda/AN01732). “Os adoçantes artificiais e outras substâncias químicas usadas correntemente em bebidas ‘diet’ são seguras para a maioria das pessoas e não há evidências críveis que estes ingredientes causem câncer”.

“É difícil dar uma determinação coletiva sobre se devemos ou não beber refrigerantes ‘diet’ “, diz Brierley Wright, M.S., R.D., editor em nutrição do periódico EatingWell Magazine (nt.: http://www.eatingwell.com/). “No final do dia sempre me vem à mente se aquele que está preferindo uma bebida ‘diet’ está fazendo isso para substituir de uma outra mais calórica ou é como desculpa para continuar comendo batatas fritas, hambúrguer ou algum docinho de sobremesa? Se for o primeiro caso, tudo bem. Mas se for o segundo, é bom pensar duas vezes”.

Mas não importa como o refrigerante foi adoçado, é nulo em calorias, aponta Wright. “Ele não libera qualquer valor nutricional e assim deve ser consumido com moderação”.
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Novas análises sugerem um ‘paradoxo com os refrigerantes diet’ – menos açúcar, mais peso.

                                           Posted: Tuesday, June 14, 2005


FOWLER
                                                                     
  Pesquisadora Sharon Fowler

As bebidas ‘diet’ são certamente tão populares como as versões com açúcar em nossos dias, mas estão as pessoas que as bebem ficando mais magras? Bo entanto, pode estar acontecendo exatamente o contrário.

Estatísticas do Estudo do Coração de San Antonio, de um estudo epidemiológico com a comunidade feito por um quarto de século e conduzido pelo Health Science Center da Universidade do Texas,  na cidade de San Antonio, paradoxicamente sugere que, quando mais bebidas ‘diet’ uma pessoa ingere, maior a chance de que ela ou ele venham se tornar pessoas com sobrepeso ou mesmo obesas. Peso extra é um forte fator de risco para o desenvolvimento da diabetes tipo 2.

“Em média, para cada bebida ‘diet’ que os participantes ingeriam por dia, ficavam com 65% mais possibilidades de adquirem sobrepeso durante os próximos sete a oito dias e 41% mais de se tornarem obesos”, disse Sharon Fowler, M.P.H., colaboradora associada na Divisão de Clínica Epidemiológica junto ao Departamento de Medicina do Health Science Center da Universidade. Ela apresentou esta descoberta em 12 de junho, nas Sessões Científicas Anuais da Associação Norte Americana de Diabetes, em San Diego.

Can diet soft drinks increase your risk of becoming overweight?
Podem bebidas ‘diet’ aumentar os riscos de sobrepeso?


O colega de Fowler, Ken Williams, M.S., professor assistente de clínica epidemiológica, analisou questionários e resultados de saúde dos dados de participantes neste estudo em San Antonio. Ele iniciou, em 1979, para chegar às conclusões apresentadas neste encontro científico. Michael P. Stern, M.D., professor e chefe clínico epidemiológico junto ao Health Science Center, é o principal investigador do estudo e seu coautor, juntamente com Kelly Hunt, Ph.D, Helen Hazuda, Ph.D. e Roy Resendez, M.A.

Três anos antes, Fowler e Williams começaram analisando os dados de um grupo de 1.177 participantes que apresentavam tanto peso normal como sobrepeso (mas não obeso) no ponto de partida. Ao começarem, a cada um dos indivíduos era perguntado quantas latas ou garrafas de refrigerantes ele usualmente bebia durante a semana e se ele normalmente escolhia bebidas isentas de açúcar, refrigerantes normais ou meio a meio de cada um. Os resultados preliminares destes dados foram surpreendentes.

“Esperava ver que os que ingeriam bebidas convencionais teriam aumentados os riscos de se tornarem pessoas com sobrepeso ou obesas – e que parecia ser o caso, no início”, disse Fowler. “Mas não importa se as pessoas estão bebendo refrigerantes convencionais ou ‘diet’: beber refrigerantes de qualquer tipo parece aumentar o risco de ganho de peso. Na verdade, beber refrigerantes ‘diet’ mostrou estar muito mais próximo de tornar as pessoas com sobrepeso ou obesas. Isso não fazia sentido para mim, naquele momento, e deixei os resultados de lado”.

Mas esta descoberta inesperada foi intrigante e os investigadores revisaram suas análises neste ano. Desta vez, Williams detectou um efeito “dose-resposta”: aqueles que ingerem bebidas ‘diet’ apresentavam alta incidência de ganho de peso. Esta foi uma descoberta particularmente interessante. Depois de ajustar a questão da idade, sexo e etnia, Williams descobre que as bebidas convencionais não foram conectadas significativamente, por muito tempo, à incidência das pessoas terem sobrepeso ou tornarem-se obesas. No entanto, com as bebidas ‘diet’ acontecia isso.

O trabalho da pesquisadora Fowler é tentar interpretar estes resultados.

“Poderia ser que as pessoas, em nosso estudo, cujo peso tenha sido aumentado, tenham migrado para bebidas ‘diet’ numa tentativa de pararem de ganhar peso”, disse ela. “Isto era uma possibilidade bem real. Outra é que beber refrigerantes, fossem convencionais ou ‘diet’, faz parte de um padrão nutricional muito antigo que diz: ‘Obedece tua sede’ e que leva uma pessoa a, mais tarde na vida, ter ganho de peso. Não importa o caso, nossos resultados definitivamente levantaram mais perguntas do que respostas”.

Mas Fowler apontou de que seja qual for a razão, no momento em que alguém está tomando uma bebida ‘diet’ está fazendo isso com o único propósito de ser uma alternativa saudável como é com o leite, a água ou um suco. “Pode-se imaginar que uma coisa boa que vem de uma bebida ‘diet’ possa estar trazendo para o corpo? Estamos fornecendo a nós mesmos um alimento com um sabor determinado, mas sem existir na verdade. Assim podemos então ir em busca de outros alimentos para compensarmos este desvio como sobremesas com alto valor calórico”, disse ela. “Mesmo que estejamos tentando enganar nossas papilas gustativas, não conseguimos enganar nosso cérebro. Ele não está satisfeito. Vi pessoas se refestelando com um doce bem açucarado e um refrigerante ‘diet’, no balcão de uma loja de conveniência. O que as nossos análises indicam com certeza é que ingerir bebidas ‘diet’ não protege uma pessoa dos efeitos sobre a saúde para o resto de sua vida”.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2012.
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Fonte:  http://www.nossofuturoroubado.com.br/27/10/2012

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