"Sarte foi de fato, um escritor de grande dimensões mas foi também um carrasco filosófico. Ele guilhotinou o existencialismo, juntamente quando nós mais precisávamos ouvir o uivo do existencialismo, seu berro que afirma que existe alguma coisa em comum entre Deus e todos nós. Todos nós, tal como Deus, somos artistas imperfeitos fazendo o melhor possível. Podermos ter sucesso ou fracassar - tanto Deus como nós. É isso que está implícito, ainda que de maneira subdesenvolvida, no existencialismo. Faríamos bem se voltássemos a viver como os antigos gregos - viver com a expectativa de que o final continua em aberto, mas a tragédia humana pode muito bem ser o nosso fim. A grande esperança não tem nenhuma fundamentação real, a menos que estejamos dispostos a olhar bem de frente a fatalidade, que talvez também já esteja a caminho. Esses são os pólos da nossa existência - como sempre foram, desde o primeiro instante do big bang". MAILER, Norman - O Grande vazio - Diálogo sobre política, sexo, Deus, boxe, moral, mito, pôquer e má consciência na América - SP, Cia de Letras, 2008, pg.173.
Nenhum comentário:
Postar um comentário