Assembleia de bispos sobre a nova evangelização enfrenta desafios lançados por mudança cultural
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Os participantes no
próximo Sínodo dos Bispos, que se vai iniciar este domingo, no
Vaticano, vão abordar a “dinâmica secularizadora” nas sociedades
ocidentais e as suas marcas “substanciais” em países de tradição cristã,
onde Deus surge esquecido.
A posição é assumida no instrumento de trabalho (instrumentum laboris)
da 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo, no qual são analisados
sete “cenários”: cultural, migratório, económico, político, pesquisa
científica e tecnológica, comunicativo e religioso.
“A ‘morte de Deus’ anunciada nos decénios passados por tantos
intelectuais deu lugar a uma estéril mentalidade hedonista e consumista,
que conduz a formas muito superficiais de afrontar a vida e as
responsabilidades”, assinala o documento.
A próxima assembleia sinodal, que vai decorrer entre os dias 7 e 28
deste mês, é dedicada ao tema ‘A nova evangelização para a transmissão
da fé cristã’.
Reunindo contributos de bispos e religiosos de todo o mundo, o texto
de trabalho refere que o “sentimento geral é de preocupação” e que as
respostas recolhidas “dão a impressão de que muitas comunidades cristãs
ainda não perceberam plenamente o alcance do desafio e a natureza da
crise gerada por este ambiente cultural também no interior da Igreja”.
Os responsáveis católicos manifestam preocupações face ao “fenómeno
do distanciamento da fé que progressivamente se manifesta nas sociedades
e nas culturas que há muito apareciam impregnadas pelo Evangelho”.
O texto base fala no risco “real” de se perderem “os elementos
fundamentais da fé”, frisando que a secularização se apresenta “através
da imagem positiva da libertação, da possibilidade de imaginar a vida do
mundo e da humanidade sem referência à transcendência”.
“As respostas à necessidade religiosa assumem formas de
espiritualidade individualista ou formas de neopaganismo, ao ponto de se
impor um ambiente geral de relativismo”, acrescenta o documento,
disponibilizado em oito línguas, incluindo o português, através da
página do Vaticano na internet.
Neste contexto, assinalam-se “transformações sociais e culturais” que
estão a “modificar profundamente a perceção que o homem tem de si e do
mundo”, gerando repercussões também sobre “o seu modo de acreditar em
Deus”.
“Várias Igrejas particulares conhecem o afastamento dos fiéis, por
causa da pouca fé, da vida sacramental e da prática cristã”, indica o
instrumento de trabalho do Sínodo, acrescentando que “algumas até
poderiam ser inseridas na categoria dos não-crentes”.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja. OC |
Documento para download: INSTRUMENTUM_XIIIAGO_POR.pdf
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Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=92736

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