Delacroix
Tolentino Mendonça*, numa sessão dedicada ao tema “Por vezes luto com Deus, por vezes danço”.
«Muitas vezes, para explicar o que é a Fé, vou buscar a
imagem de Delacroix sobre o encontro noturno de Jacob e o Anjo. Volto a
ela repetidamente porque, na espécie de teologia visual que ali se
constrói, encontro o realismo, a lucidez e a consolação que a maior
parte dos discursos teóricos não nos dá. No fundo, o que é que nos
diz?», pergunta Tolentino Mendonça no texto de apresentação.
«Diz-nos que a Fé é uma experiência inseparável
da história de cada um. No jogo da Fé expomos o nosso corpo como Deus
expõe o Seu; tocamos e somos tocados, num encontro sem armaduras nem
artifícios. A presença é sempre reclamada por inteiro. E as presenças
que mutuamente se entregam (a de Deus e a nossa) inauguram um
presente», sublinha o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da
Cultura.
«Depois, diz-nos que a Fé, mesmo quando se
desenha com percurso ao sol, não deixa de ter uma condição noturna. A
Fé integra necessariamente um estado de pergunta, de incerteza, de
maturação e de caminho. Não se trata de uma marcha por evidências, mas
de uma sucessão de começos ancorados na confiança.»
«E por fim, mostra-nos que a tensão da Fé se
resolve numa promessa, num abraço, numa dança. E não apenas como
realidade projetada num além, mas já no aqui e agora saboreada»,
conclui.
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* Presbítero. Poeta. Escritor português.
Fonte: http://www.snpcultura.org 21/08/2012
“Por vezes luto com Deus, por vezes danço” Que verdade essas palavras carregam! Estou incrivelmente chocada por nunca ter atentado para isso. Exatamente, isso! Lutar e dançar... Ora a vontade de Deus, ora é a nossa, ora o mérito é de Deus, ora é só nosso...só Ele mesmo para nos compreender, hehehehe!
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