Israel Souza
Prometeu, Pandora e o Desenvolvimentismo1
Israel Souza2
Prometeu3
rouba fogo do Olimpo e entrega ao homem. Um ato heróico de trágico fim.
Através dessa narrativa mítica, os gregos explicavam o surgimento da
tecnologia e da civilização – simbolizadas pelo fogo -, aquilo que
permitiria ao homem poder e liberdade frente às forças divino-naturais4.
Irado
com Prometeu, Zeus, o “tirano do Olimpo”, o condenou a ficar
acorrentado a um rochedo, “pelos tempos a fora”. Ali, todo dia, uma ave
de rapina lhe vinha devorar o fígado.
Prometeu: aristocrático ou revolucionário?
À
sua maneira, genial e reacionária, Nietzsche via na sorte de Prometeu a
“justificação do mal humano”. Para ele, “o abutre que devora o fígado
do fautor prometéico da cultura” revela uma inarredável contradição. O
que possibilitaria ao homem gozar da liberdade também impunha a ele uma
realidade de privação e escravidão. Em suas palavras: “a escravidão
entra na essência da civilização”.
Mas, como lembra Domenico Losurdo em Nietzsche: o rebelde aristocrata: biografia intelectual e balanço crítico,
essa maldição pesaria de modo diferenciado sobre os sujeitos: “a
desventura dos homens que vivem de trabalho e de privação deve ser ainda
aumentada, para tornar possível que um restrito número de homens
olímpicos produzam o mundo da arte” (NIETZSCHE citado em LOSURDO: 2009,
60).
Mesmo
sabendo do caráter inexorável da tragédia como entendida pelos gregos,
não resta dúvida de que a leitura algo fatalista que o pensador alemão
empreende do Mito de Prometeu é motivada pelo combate que ele move
contra as classes subalternas.
A
exemplo de outros autores contemporâneos seus, também o filósofo do
“eterno retorno” entendia que o que motivava a insurreição “dos de
baixo” era o otimismo e a esperança na construção de um mundo justo. Por
isso, ao otimismo e à esperança dos “escravos” ele contrapunha a “visão
trágica do mundo” e o “pessimismo alemão”.
É
sobejamente sabido que a tragédia representa a impotência das vontades
(quer dos homens, quer dos deuses) ante a onipotência do destino. Este
segue inexoravelmente. Lembremos de Édipo, clássica obra de
Sófocles. Pode-se argumentar que isso era já o suficiente para sustentar
a leitura fatalista de Nietzsche, filólogo-filósofo profundo conhecedor
da Antiguidade e da tragédia grega (ver seu livro primeiro: O nascimento da tragédia). Mas importa destacar a tensão entre opressão e liberdade, resignação e esperança latente e patente na tragédia esquiliana.
De
um lado, quando o Coro pergunta a Prometeu se “Virá, um dia, o termo de
teus males?”, este responde: “Nenhum fim, senão o que ele quiser”. De
outro, quando perguntando por Io se Zeus “perderia seu império”, ele
afirma, de maneira enfática, “Ele perdê-lo-á, fica certa”, e sua queda
“será a mais rápida e mais vergonhosa”.
Dentre
outras coisas, isso quer dizer que submetimento a um “destino
inexorável” não significa submetimento ao despotismo e à tirania.
Ignorar ou tentar subverter isso apenas mostra a fidelidade de Nietzsche
a seu aristocratismo. Todavia, não faz jus ao caráter “aberto” que o
espírito de Ésquilo imprimiu a Prometeu acorrentado.
Previdente, não foi sem razão que o “benfeitor da humanidade” predisse o
fim do império de Zeus e deu aos homens “uma esperança infinita no
futuro”.
Vê-se,
dessa forma, que não era sem causa a interpretação de Nietzsche, coisa
de pura erudição filológica apenas. Afinal, como ressalta Jonh Bellamy
Foster, Prometeu era o “maior herói cultural de todo o período
romântico”. Na cultura ocidental, o semideus “representa não só a
tecnologia, mas, ainda mais, a criatividade, a revolução e a revolta
contra os deuses (contra a religião)” (FOSTER: 1999, 163).
Dado
o caráter subversivo e plebeu do mito prometéico, o “rebelde
aristocrata” – para usar a feliz expressão de Losurdo – entendeu que era
preciso esvaziá-lo de seu conteúdo revolucionário, transformando-o em
seu contrário. Não a expressão da liberdade, mas da escravidão. Não a
esperança, mas a resignação.
O prometeísmo de Marx
Mais
recentemente, mostrando-se insofismável e ameaçador o poder destrutivo
das forças produtivas no capitalismo, o mito de Prometeu ganhou outra
interpretação. Para muitos que defendem a causa ambiental, a figura do
semideus – porque vinculada à tecnologia – expressa uma apologia ao
produtivismo, isto é, a persecução da “produção pela produção”,
independentemente dos custos ambiental e social.
Alguns
defensores da causa ambiental (“os verdes”), vendo em Marx e no
marxismo a defesa de tal prometeísmo, distanciam-se das forças que lutam
pelo socialismo (“os vermelhos”) ou declaram-lhes guerra sem trégua.
Outros permanecem vinculados a essa tradição. São os chamados
ecossocialistas (“verdes-vermelhos” ou “vermelhos-verdes”). Formam um
movimento bastante diverso, plástico o suficiente para abarcar desde os
“moderados” e “reformistas” à esquerda mais radical. Grosso modo,
procuram conjugar a luta pelo socialismo com a defesa da causa
ambiental.
Há,
em meio a eles, quem faça uma leitura deveras cuidadosa da obra de
Marx, a fim de julgar e aproveitar o que ela pode dar de sustentação ao
pensamento e à luta ecológicos. Destacam-se, entre estes, Michael Löwy (Ecologia e socialismo), Jonh Bellamy Foster (A ecologia de Marx: materialismo e natureza), Elmar Altvater (Existe uma marxismo ecológico? e O fim do capitalismo como nós o conhecemos: uma crítica radical do capitalismo),
apenas para citar alguns. Há outros, entretanto, que entendem os
fundadores do materialismo histórico como “adoradores da máquina”,
apologetas do produtivismo e do domínio do homem sobre a natureza.
Em
perspectiva assim, Marx e muitos de seus seguidores bem teriam
compreendido as nefastas implicações que o capitalismo teria para a
questão social. Porém, o mesmo não ocorrera em relação à questão
ambiental, completamente ignorada ou submetida à visão “prometéica” que
subjaz ao materialismo histórico. Prometeu – e Marx com ele – é, sob
esse prisma, convertido em uma ameaça à liberdade, à natureza e à vida
em geral.
Todavia,
Foster advoga que, na obra de Marx, “Prometeu é invocado com mais
freqüência como símbolo de revolução que de tecnologia” (FOSTER: 1999,
163). Em verdade, o pai do materialismo histórico sempre entendeu o mito
de Prometeu numa perspectiva libertária, como eternizada na pungente e
refinada poesia de Ésquilo (Prometeu acorrentado).
Citando
Ellen M. Wood, Foster lembra que, para Ésquilo, o semideus “é a
personificação da oposição ateniense à servidão e às leis arbitrárias,
ao resistir à tirania de Zeus e escarnecer do servilismo de Hermes, o
mensageiro dos deuses” (FOSTER: 1999, 163).
Fique certo de que não trocaria
A minha triste sina pela tua servidão.
Antes ser servo desta rocha
Do que fiel servidor de Zeus.
Isto
disse Prometeu a Hermes na tragédia de Ésquilo. O que é louvado na
versão que o referido trágico dá ao mito, prossegue outra vez Foster nos
passos de Ellen M. Wood, não é a tecnologia (…), mas a dádiva ao homem
do trabalho, do artesanato e da criatividade – as artes práticas que
sustentavam a democracia. Tão fundamental era o mito de Prometeu para a
Atenas antiga que a oposição de classe entre cidadãos trabalhadores e
seus adversários aristocráticos pode ser vista nos tratamentos
radicalmente diferentes dados ao mito, conforme apresentados
respectivamente pelo Prometeu acorrentado e o uso do mesmo mito por Platão na República.
Compreendendo o caráter de classe revolucionário desse conflito na
antiguidade, Marx identificou-se claramente com o Prometeu de Ésquilo, e
não com o de Platão (WOOD citada em FOSTER: 1999, 163).
Na
perspectiva marxiana, não há naquela narrativa nenhuma idolatrização do
fogo. O fogo não é um fim em si mesmo. Ele é, apenas, um meio, um
instrumento através do qual o homem alcançaria liberdade ante as forças
divino-naturais. Não caberia, por conseguinte, extrair dali uma
interpretação do tipo “produção pela produção”, do “acúmulo infinito”
como sugere o “desenvolvimentismo” atualmente em voga.
Desenvolvimentismo, nova caixa pandoriana
Herdeiro
e versão atualizada do “mito do progresso”, do “processo civilizatório”
e da “modernização”, o “desenvolvimentismo” é hoje colado à figura de
Prometeu. Em parte, porque promete domínio sobre a natureza, a superação
das privações, a liberdade. E em parte, porque a maneira com que ele se
concretiza – supostamente na busca de tais fins – tem em verdade
resultado em algo bastante diverso do que se anuncia, colocando sob
ameaça a vida no planeta.
Não
sem uma peculiar mistura de alarmismo e superficialidade,
ambientalistas, cientistas e, sobretudo, a mídia têm continuamente
alertado sobre isso5.
No entanto, diversamente do que sugerem as interpretações hegemônicas, o
“desenvolvimentismo” – de suas versões “industriosa” e “modernizadora” à
do “desenvolvimento sustentável” – é mais próximo do Mito da caixa de
Pandora6 que do de Prometeu.
Como
se sabe, no universo da mitologia grega, o Mito de Pandora é colocado
em linha de continuidade (e de descontinuidade) com o de Prometeu. Os
deuses deram uma caixa a Pandora, caixa cheia de males. Abrindo-a,
Pandora permitiu que os males fugissem, restando ali guardada apenas a
esperança. Isso resultou em castigo e re-submetimento do homem.
Sem
dar azo a certo entendimento machista a que se pode prestar o mito, não
é arbitrário interpretar Pandora como um anti-Prometeu. A caixa
pandoriana é a antítese do fogo prometéico. Enquanto este, numa
perspectiva plebéia e libertária, visava à emancipação, aquela visava à
desemancipação.
Outrossim,
não é arbitrário dizer que o “desenvolvimentismo” representa a mais
completa negação dos elementos libertários do mito prometéico. Em certo
sentido, o “desenvolvimentismo” é verdadeiramente um “presente de
grego”, com o qual os países centrais presentearam os periféricos. Como
da caixa do mito, muitos são os males dele saídos. Como a caixa no
relato mítico exerce poder de encanto, assim também o
“desenvolvimentismo” na história mundial recente, apesar de décadas de
fracassos e frustrações sem conta.
Contudo,
não se trata do encanto (admiração, espanto) de que, segundo
Aristóteles, nascia o pensar filosófico. Trata-se de um encanto
fetichista que põe em prejuízo a reflexão crítica. O que faz do
“desenvolvimento” um “mito” ou uma “ilusão” (WALLERSTEIN, 2006). Em
virtude disso, o “desenvolvimento” transformou-se, ao lado da
democracia, numa ideia-força a que a quase totalidade dos governos e das
forças políticas – convictamente ou não – dizem perseguir.
Da “destruição produtiva” à “produção destrutiva”
O
perigo que disso deriva é enorme.Isto porque a “sociedade burguesa”
assemelha-se ao “feiticeiro que já não pode controlar as potências
infernais que pôs em movimento” (MARX e ENGELS: 2006, 90). Hoje, mais
que ao tempo em que foi formulada (1848), essa assertiva de Marx e
Engels se mostra verdadeira, atual e apocalipticamente ameaçadora.
A
burguesia “criou forças produtivas mais numerosas e mais colossais que
todas as gerações passadas em conjunto” (MARX e ENGELS: 2006, 89). Ainda
que não para todos, em seu período de ascendência histórica, o poder de
produção do capital pôde ser traduzido “em potencialidade emancipadora”
(MÉSZÁROS: 2006, 254). “No entanto”, faz notar Mészáros, como esse
progresso teria de ocorrer de forma alienada, sob o domínio de uma
objetividade reificada – o capital – (…), o intercâmbio reprodutivo
entre a humanidade e a natureza teve de se transformar no oposto
(MÉSZÁROS: 2006, 254).
Desse
modo, estimulada e apropriada para o acúmulo de capital, a contínua
revolução a que estão submetidas as forças produtivas na sociedade
burguesa trouxe-nos, por assim escrever, a uma espécie de “ponto de
mutação”. Ou, para dizer com Mészáros (2006: 267), “passamos da prática
de ‘destruição produtiva’ da reprodução do capital para uma fase em que o
aspecto predominante é o da produção destrutiva cada vez maior e mais irremediável” (destaques do autor).
Com
efeito, alerta ainda o autor supracitado, as circunstâncias de nosso
tempo têm como marca a “absolutização do relativo” (o capital e seu
imperativo de acúmulo) e a “relativização do absoluto” (a base natural
da própria vida). Tais circunstâncias “são muito piores do que jogar
roleta russa”. Elas encerram a certeza absoluta (destaque do
autor) da autodestruição humana no caso de o corrente processo de
reprodução sociometabólico do capital não ser levado a um fim definitivo
no futuro próximo, enquanto ainda houver tempo para tal (MÉSZÁROS:
2007, 28).
As
“personificações do capital” certamente preferem seguir ganhando algum,
ignorando ou subestimando a situação. Todavia, é um fato incontornável:
perseguir (encantadamente) ou submeter-se (resignadamente) ao
“desenvolvimentismo” é atentar contra a própria vida. Ou pode essa caixa
de Pandora encerrar ainda alguma esperança? Os problemas ambientais e
as guerras imperialistas, marcantes neste alvorecer de terceiro milênio,
parecem não deixar margem a dúvida.
Mais que ciência e tecnologia
Culpa
da “razão instrumental” e da tecnologia antiecológicas e inumanas,
dirão alguns. E outra vez a culpa recai sobre os ombros do “benfeitor da
humanidade”, como se fosse possível uma “razão pura”, sem
“condicionamentos sociais”, um saber fruto de geração espontânea e
auto-referido.
Os
críticos da tecnologia e da “razão instrumental” que assim procedem não
são menos fetichistas em relação a elas do que seus adoradores. A estes
é preciso retrucar, como Marx e Engels em a Ideologia alemã (2002: 24): “pesa uma maldição sobre o ‘espírito’, a de ser ‘maculado’ pela matéria” (destaques dos autores).
A
bem da verdade, a ciência e a tecnologia existentes estão profundamente
incrustadas nas determinações que hoje prevalecem na produção, por meio
das quais o capital impõe à sociedade as condições necessárias de sua
existência instável (…). Em seu modo real de articulação e
funcionamento, estão inteiramente implicadas num tipo de progresso simultaneamente produtivo e destrutivo (destaque do autor) (MÉSZÁROS, 2006, 265).
Malgrado
nosso, “Esta condição não pode ser consertada separando-se o lado
produtivo do lado destrutivo e seguir apenas o primeiro” (MÉSZÁROS,
2006, 265). Desse modo, é temerário atribuir à ciência e à tecnologia,
isolando-as do contexto social em que são produzidas e apropriadas, a
culpa pelo problema e a responsabilidade pela solução esperada e
necessária. Nem Adão nem Cristo. Sozinhas, elas não geraram a queda
(problema) e, da mesma maneira, sozinhas elas não serão capazes de
trazer a redenção (solução).
Centrar
toda a reflexão em questões como estas e na alegada “falta de
consciência ambiental” é, no mínimo, ocioso. Dentre outras coisas,
importa levar em conta o sistema, sua lógica destrutiva que a tudo
submete ao imperativo da reprodução ampliada orientada para o lucro,
deixando pouca margem a que se possa dar ao conhecimento em geral usos
nobres. Convém considerar também as desigualdades entre as classes,
nações e regiões, às quais ele (o sistema) alimenta e pelas quais ele é
alimentado.
Em
suma, os problemas que enfrentamos envolvem as forças produtivas, sim,
mas também as relações de produção, relações de subordinação e
exploração. Por enquanto, Pandora vence Prometeu. E usurpando o fogo que
nos poderia elevar ao Olimpo, o capital – um deus ainda mais déspota
que Zeus – mergulhou-nos no Hades. Acorrentou-nos, como fizeram ao herói
símbolo da democracia ateniense. E, tal qual ave de rapina de indômita
fome, é ele próprio que se alimenta de nossas vísceras.
Iconoclastia
Os
sonhos de libertação são demasiado antigos. Tão antigos quanto a
própria falta de liberdade. Bem vimos isso no mito prometéico, que
remete ao início dos tempos. Ocorre que grande e perigoso é nosso
inimigo, e o tempo urge. Como disse acertadamente o compositor
brasileiro:
Nossos sonhos são os mesmos
Há muito tempo
Mas não há mais muito tempo
Pra sonhar (Humberto Gessinger)
Nesses
dias em que o capital – o ídolo da morte – é idolatrado em sua versão
“desenvolvimentista” e “sustentabilista”, a iconoclastia é irmã da vida.
Por isso, a esperança que nos move é aquela que nasce e se alimenta dos
sonhos e das lutas daqueles que são sacrificados em seu altar.
Iconoclastia, sonhos de libertação, sonhos sonhados em cordão e de
“olhos abertos” (Ernst Bloch).
Referências bibliográficas
ALTVATER,
Elmar. Existe um marxismo ecológico? In BORON, Atílio A., AMADEO,
Javier e GONZÁLEZ, Sabrina (orgs). A teoria marxista hoje: problemas e
perspectivas. Buenos Aires: CLACSO; São Paulo: Expressão Popular, 2007.
ALTVATER,
Elmar. O fim do capitalismo como nós o conhecemos: uma crítica radical
do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
BULFINCH, Thomas. O livro da mitologia: história de deuses e heróis. Martin Claret, 2006.
ÉSQUILO. Prometeu acorrentado. Martin Claret, 2010.
FOSTER,
Jonh Bellamy. Marx e o meio ambiente. In WOOD, Ellen M., e FOSTER, Jonh
Bellamy (orgs.). Em defesa da história: marxismo e pós-modernismo. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
FOSTER, John Bellamy. A ecologia de Marx: materialismo e natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
GALEANO, Eduardo. Úselo y tírelo: El mundo visto desde una ecología latinoamericana. Buenos Aires: Booket, 2006.
HESÍODO. Teogonia; Trabalhos e dias. Martin Claret, 2010.
LOSURDO, Domenico. Nietzsche, o aristocrata rebelde: biografia intelectual e balanço crítico. Rio de Janeiro, Revan: 2009.
LÖWY, Michael. Ecologia e socialismo. São Paulo: Cortez, 2005.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global Editora, 2006.
MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006.
MÉSZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2007.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. São Paulo: Editora Rideel, 2005.
WALLERSTEIN, Immanuel. Impensar a ciência social: os limites dos paradigmas do século XIX. São Paulo: Ideias &letras, 2006.
1
Os mitos aqui tratados têm muitas versões, e são, como os outros, passíveis de interpretações várias. Dentre as versões, escolhemos uma e acrescentamos a ela um colorido particular. Ao leitor interessado em mais sobre o assunto, recomendamos Hesíodo (Teogonia; Trabalho e dias), Ésquilo (Prometeu acorrentado) e Thomas Bulfinch (O livro da mitologia: histórias de deuses e heróis). Para compreender o pensamento mítico grego, ainda são indispensáveis os clássicos atribuídos a Homero: Ilíada e Odisseia.
Os mitos aqui tratados têm muitas versões, e são, como os outros, passíveis de interpretações várias. Dentre as versões, escolhemos uma e acrescentamos a ela um colorido particular. Ao leitor interessado em mais sobre o assunto, recomendamos Hesíodo (Teogonia; Trabalho e dias), Ésquilo (Prometeu acorrentado) e Thomas Bulfinch (O livro da mitologia: histórias de deuses e heróis). Para compreender o pensamento mítico grego, ainda são indispensáveis os clássicos atribuídos a Homero: Ilíada e Odisseia.
2
Cientista Social e Membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (NUPESDAO). Email: israelpolitica@gmail.com
Cientista Social e Membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (NUPESDAO). Email: israelpolitica@gmail.com
4
Segundo Ésquilo, o fogo seria a “fonte de todas as artes”, de todo conhecimento, ciência, medicina, matemática, agricultura, indústria, etc.
Segundo Ésquilo, o fogo seria a “fonte de todas as artes”, de todo conhecimento, ciência, medicina, matemática, agricultura, indústria, etc.
5
Entre as muitas frases que expressam este misto peculiar, destaca-se a que diz “Somos todos culpados pela ruína do planeta”. Com seu humor e refinamento de sempre, Eduardo Galeano (2006: 5-6) trata-a como uma das frases “que hacen crecer la nariz de Pinocho”. Todas as classes, grupos e nações agridem ao meio ambiente? Sim. Da mesma forma e na mesma magnitude? Não. Os níveis de consumo e exploração dos dominantes não encontram paralelo entre os subalternos. Ignorar ou encobrir esta responsabilidade “comum, porém, diferenciada” (ONU) é injustiça para com estes e favor servil para com aqueles. Partilha da mesma natureza mistificadora afirmações do tipo “o homem destrói a natureza”.
Entre as muitas frases que expressam este misto peculiar, destaca-se a que diz “Somos todos culpados pela ruína do planeta”. Com seu humor e refinamento de sempre, Eduardo Galeano (2006: 5-6) trata-a como uma das frases “que hacen crecer la nariz de Pinocho”. Todas as classes, grupos e nações agridem ao meio ambiente? Sim. Da mesma forma e na mesma magnitude? Não. Os níveis de consumo e exploração dos dominantes não encontram paralelo entre os subalternos. Ignorar ou encobrir esta responsabilidade “comum, porém, diferenciada” (ONU) é injustiça para com estes e favor servil para com aqueles. Partilha da mesma natureza mistificadora afirmações do tipo “o homem destrói a natureza”.
Pan = todos + Dora: dons/presentes = “a que tem todos os dons”, “o presente de todos”.
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FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2012/08/22/prometeu-pandora-e-o-desenvolvimentismo-artigo-de-israel-souza/#sdfootnote2sym
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