Fernando Echevarría*
A solidão é sempre fundamento
da liberdade.
Mas também do espaço
por onde se desenvolve o alargar do tempo
à volta da atenção estrita do acto.
Húmus, e alma, é a solidão.
E vento, quando da imóvel solenidade clama
o mudo susto do grito,
ainda suspenso do nome que
vai ser sua prisão pensada.
A menos que esse nome seja estremecimento
— fruto de solidão compenetrada
que, por dentro da sombra,
nomeia o movimento
de cada corpo entrando por sua luz sagrada.
Fernando Echevarría, in "Sobre os Mortos"
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* Poeta português.
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