Mons. Dennis Clark*
Um jovem passeava pela praia quando tropeçou numa
lâmpada mágica. Esfregou-a e logo um génio saltou do seu interior com
uma saudação calorosa: “Tenho grandes notícias para ti! Nesta mesma
tarde vais receber três presentes: uma cura para todas as doenças, uma
grande herança e um jantar com uma famosa estrela da televisão”.
O rapaz, claro, ficou radiante, pelo que correu para
casa, onde, à chegada, a mãe lhe contou o que havia sucedido durante a
ausência do jovem.
“Aconteceram algumas coisas estranhas esta tarde”,
disse ela. “Ao meio-dia alguém deixou à porta um panelão de canja de
galinha. Meia hora depois chegou um telegrama a dizer que um parente
afastado, dono de uma loja de ferragens, te deixou em herança um
contentor cheio de pregos. E há pouquinho telefonaram da SIC
convidando-te para jantares esta noite com o Inspetor Rex!”
***
Grandes notícias! À imagem do que acontece muitas vezes
na vida, o rapaz ficou exuberante durante alguns instantes mas
depressa perdeu o entusiasmo. Todos sabemos como ele se sentiu: um
querer permanente de algo mais; a esperança momentânea de que aquilo
que ansiamos está ao alcance da mão; e, por fim, o desapontamento e o
regresso ao desejo inicial, nunca satisfeito.
É a todos nós que experimentamos este desejo
persistente que Jesus estende o convite: “Vem comigo! Segue o meu
caminho”. Muitos de nós estão prontos a dizer-lhe “sim”, mas subsistem
algumas perguntas: Como é que eu O sigo? Qual é o seu caminho?
Conhecemos a resposta genérica: “Ama a Deus de todo o teu coração e o
próximo como a ti mesmo”. Mas como é que este preceito se torna
concreto? Como é que podemos construir uma vida orientada em torno
deste mandamento?
Começaremos por lembrar que o amor nunca é abstrato –
os bons sentimentos são simpáticos mas não são amor. O amor é sempre
concreto. Damos o nosso amor e cuidado a uma pessoa específica, num
determinado momento. Mais: amamos e cuidamos com o que temos e com o
que somos, e não com o que outra pessoa tem ou é.
A concretização do amor a que somos individualmente
chamados é definida pelos dons que Deus nos confiou. Por um lado, isto
quer dizer que, provavelmente, os meus leitores não vão ser chamados a
ser a Madre Teresa de Calcutá, e eu, definitivamente, não sou chamado a
ser o organista da paróquia. Mas também significa que temos de nos
esforçar arduamente para ver, nomear e desenvolver os nossos dons, a
fim de os podermos partilhar com quem precisa do que temos para
oferecer.
A intensa e ansiosa procura pela alegria, que todos nós
tão bem conhecemos, nunca será plenamente satisfeita nesta vida. Mas
se olharmos, identificarmos e desenvolvermos os nossos melhores dons e
os dividirmos de coração aberto com todos os que deles necessitam,
principiaremos a experimentar a alegria que sempre desejámos.
Começaremos então a conhecer a paz para a qual fomos criados.
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* In Catholic Exchange
Trad. / adapt: Rui Martins
© SNPC (trad.) | 26.02.11
Trad. / adapt: Rui Martins
© SNPC (trad.) | 26.02.11
Fonte: http://www.snpcultura.org/07/08/2012
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