Olhar distanciado em Vik Muniz e Nietzsche
Ocasionalmente,
precisamos descansar de nós mesmos, olhando-nos de cima e de longe e,
de uma artística distância, rindo de nós ou chorando por nós; precisamos
descobrir o herói e também o tolo que há em nossa paixão do
conhecimento, precisamos nos alegrar com a nossa estupidez de vez em
quando, para poder continuar com a nossa sabedoria! (NIETZSCHE, 1882, p. 132)
Esse monte faz encantadora e significativa a paisagem que domina:
após haver dito isso muitas vezes para nós mesmos, somos de tal forma
insensatos e agradecidos para com ele, que acreditamos que,
proporcionando esse encanto, ele deve ser a coisa mais encantadora da
paisagem – e assim o escalamos e nos decepcionamos. De repente ele
próprio, e toda a região em torno e abaixo de nós, é como que
desencantado; esquecêramos que algumas grandezas, como algumas bondades,
pedem para ser vistas a uma certa distância, e de baixo não de cima –
apenas assim têm efeito. Talvez você saiba de pessoas, à sua volta, que
devem olhar para si mesmas apenas de alguma distância, a fim de se achar
suportáveis, ou atraentes e animadoras. O autoconhecimento não lhes é
aconselhável. (NIETZSCHE, 1882, p. 67)
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