segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Produção industrial: o último capítulo?

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Tecnologia está ocasionando uma revolução industrial


Algo grande está acontecendo com o negócio de fazer coisas. Para aqueles que querem compreender essa mudança, é improvável encontrar um guia melhor do que o de Peter Marsh. Um jornalista do Financial Times passou muitos anos visitando fábricas que fazem coisas úteis de maneiras inteligentes. Suas observações são precisas e seu livro é um corretivo útil para aqueles que associam a palavra “fabricação” com “declínio”.

A produção industrial global era 57 vezes maior em 2010 do que era em 1900. Em outras palavras, a produção tem crescido muito mais rápido do que a economia em geral. A principal razão para isso é que as fábricas estão ficando mais inteligente. Agora, diz Marsh, o mundo está à beira de uma nova revolução industrial, impulsionada por várias novas tecnologias. Os avanços na eletrônica, biotecnologia e da internet estão acelerando. Assim, com o ritmo em que ideias inovadoras se espalham, elas são combinadas umas com os outras. O volume e a variedade de bens sobem e o preço cai. Marsh estima que as fábricas do mundo criam cerca de 10 bilhões de produtos diferentes a cada ano. Em outras palavras, existem mais produtos do que pessoas.

Mesmo esse número enorme parece insignificante se a tendência para a “personalização em massa” continuar. Avanços em design e impressão tridimensional permitirá às empresas fabricarem produtos que são adaptados individualmente a cada cliente, a fim de produzir exatamente a ferramenta que você quer com o mesmo preço que seria vendido se fosse produzido em massa.
 
Outra grande mudança é que a fabricação se tornou global. Isso não significa, como alguns se preocupam, que a produção se mudou para fábricas chinesas. Isso significa que qualquer empresa, em qualquer lugar, pode se ligar a uma cadeia de fornecimento global. Um produto pode ser projetado em um país e montado em outro, usando componentes de dezenas de outros. Mesmo um pequeno fabricante local pode usar o que os melhores fornecedores do mundo tem para oferecer. Cada iPad, máquina de lavar louça ou pá de jardim que você compra contém a experiência de milhares de especialistas que você nunca vai encontrar.

Os fabricantes formam um ecossistema gigante. Marsh explora seus recantos menos conhecidos, como Poole, uma cidade inglesa que é a casa das duas maiores fabricantes de ar fusos. Estes, caso você não sabia, são pequenos motores elétricos cujos eixos giram em rolamentos feitos de moléculas de gás. Eles são essenciais na produção de placas de circuitos.

A geografia de fabricação é complexa. As cadeias de suprimentos são globais, mas as empresas que fazem coisas semelhantes se agrupam, como as fábricas de Poole. Marsh explica o porquê: a proximidade acelera o intercâmbio de conhecimento. Um gerente de Warsaw (lar de um conjunto denso de médicos especializados em implantes) descreve como um especialista pode telefonar para uma empresa subcontratada para discutir uma ideia e “cinco minutos depois ele pode mostrar como o produto deve ser feito. É muito mais fácil fazer esse tipo de coisa com as empresas perto do que se elas estiverem a milhares de quilômetros de distância. As percepções de Marsh são apresentadas como uma reflexão tardia, mas não importa. Seu livro combina bem como as motosserras que derrubaram as árvores em que ele está impresso.
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 http://opiniaoenoticia.com.br/economia/producao-industrial-o-ultimo-capitulo/

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