Tecnologia está ocasionando uma revolução industrial
Algo grande está acontecendo com o negócio de fazer coisas. Para
aqueles que querem compreender essa mudança, é improvável encontrar um
guia melhor do que o de Peter Marsh. Um jornalista do Financial Times
passou muitos anos visitando fábricas que fazem coisas úteis de
maneiras inteligentes. Suas observações são precisas e seu livro é um
corretivo útil para aqueles que associam a palavra “fabricação” com
“declínio”.
A produção industrial global era 57 vezes maior em 2010 do que era em
1900. Em outras palavras, a produção tem crescido muito mais rápido do
que a economia em geral. A principal razão para isso é que as fábricas
estão ficando mais inteligente. Agora, diz Marsh, o mundo está à beira
de uma nova revolução industrial, impulsionada por várias novas
tecnologias. Os avanços na eletrônica, biotecnologia e da internet estão
acelerando. Assim, com o ritmo em que ideias inovadoras se espalham,
elas são combinadas umas com os outras. O volume e a variedade de bens
sobem e o preço cai. Marsh estima que as fábricas do mundo criam cerca
de 10 bilhões de produtos diferentes a cada ano. Em outras palavras,
existem mais produtos do que pessoas.
Mesmo esse número enorme parece insignificante se a tendência para a
“personalização em massa” continuar. Avanços em design e impressão
tridimensional permitirá às empresas fabricarem produtos que são
adaptados individualmente a cada cliente, a fim de produzir exatamente a
ferramenta que você quer com o mesmo preço que seria vendido se fosse
produzido em massa.
Outra grande mudança é que a fabricação se tornou global. Isso não
significa, como alguns se preocupam, que a produção se mudou para
fábricas chinesas. Isso significa que qualquer empresa, em qualquer
lugar, pode se ligar a uma cadeia de fornecimento global. Um produto
pode ser projetado em um país e montado em outro, usando componentes de
dezenas de outros. Mesmo um pequeno fabricante local pode usar o que os
melhores fornecedores do mundo tem para oferecer. Cada iPad, máquina de
lavar louça ou pá de jardim que você compra contém a experiência de
milhares de especialistas que você nunca vai encontrar.
Os fabricantes formam um ecossistema gigante. Marsh explora seus
recantos menos conhecidos, como Poole, uma cidade inglesa que é a casa
das duas maiores fabricantes de ar fusos. Estes, caso você não sabia,
são pequenos motores elétricos cujos eixos giram em rolamentos feitos de
moléculas de gás. Eles são essenciais na produção de placas de
circuitos.
A geografia de fabricação é complexa. As cadeias de suprimentos são
globais, mas as empresas que fazem coisas semelhantes se agrupam, como
as fábricas de Poole. Marsh explica o porquê: a proximidade acelera o
intercâmbio de conhecimento. Um gerente de Warsaw (lar de um conjunto
denso de médicos especializados em implantes) descreve como um
especialista pode telefonar para uma empresa subcontratada para discutir
uma ideia e “cinco minutos depois ele pode mostrar como o produto deve
ser feito. É muito mais fácil fazer esse tipo de coisa com as empresas
perto do que se elas estiverem a milhares de quilômetros de distância.
As percepções de Marsh são apresentadas como uma reflexão tardia, mas
não importa. Seu livro combina bem como as motosserras que derrubaram as
árvores em que ele está impresso.
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http://opiniaoenoticia.com.br/economia/producao-industrial-o-ultimo-capitulo/
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