Ricardo Orlandini*

Durante um longo período de nossa história, a humanidade viveu sob constante ameaça de aniquilação total.
Eram os tempos da tão temida Guerra Fria
(Cold Wrar), em que vivemos sob o domínio do medo de uma nova Guerra
Mundial onde armas nucleares poderiam aniquilar com a vida em nosso
planeta.
Foi neste clima que foi lançado o filme “O Dia em que a Terra Parou”, com o título original em inglês “The Day the Earth Stood Still”. É uma obra de ficção científica que narra a visita de um alienígena à Terra e seu apelo para a paz entre os povos do planeta.
O filme original é de 1951, e foi dirigido por Robert Wise. Sua refilmagem de 2008 foi realizada por Scott Derrickson e estrelada por Keanu Reeves.
A trama de 1951 foi um apelo pacifista pelo fim da Guerra Fria que
estava ainda em sua fase inicial e aterrorizava o planeta diante de um
eminente Apocalipse Nuclear. A versão de 2008 leva mais para o lado da
questão de salvar o planeta de seu pior inimigo, o ser humano, que há
séculos destrói seu próprio lar.
Num determinado dia, uma nave espacial pousa em Washington, a capital
dos Estados Unidos, trazendo a bordo dois tripulantes; o alienígena
Klaatu e seu robô Gort.
Com os filmes, fico por aqui, pois vale a pena conferir as duas
versões e comparar o que não mudou no nosso comportamento em quase
sessenta anos.
Eu nasci entre a Guerra da Coréia e o início da Guerra do Vietnã.
Minha juventude assistiu a construção do Muro de Berlim, a era dos
Beatles e os Rolling Stones, e por aí vai.
Lembro ainda que vagamente, da Legalidade e do Golpe ou Revolução de
1964, como queiram. Presenciei os movimentos estudantis de 1968 e o
Festival de Woodstock.
Tanta coisa se passou e aconteceu neste pouco mais de meio século de
existência, mas nunca pude assistir ao sonho de todos nós, um dia de paz
em nosso planeta.
A intolerância, a violência, as guerras, são a triste realidade do dia-a-dia de todos nós.
Em nome de “Deus” temos nos destruído através dos séculos, guerra após guerra, “cruzada” após “cruzada”.
A espécie humana não consegue conviver neste minúsculo planeta para o universo, mas gigantesco para todos nós.
11 de setembro de 2001, um dia que poderia ter sido como qualquer outro acabou entrando para nossa história como “O Dia em que a Terra Parou” e o ser humano mostrou mais uma vez suas presas e a besta que se aloja em seu interior.
Este ato da barbárie humana desencadeou uma série de ações de
intolerância não só no campo militar, mas principalmente nas relações
entre os povos e culturas.
O dia 11 de setembro de 2011 não foi um “simples” ataque aos Estados
Unidos ou ao seu modo de vida. Este ato de terror atingiu toda a
humanidade gerando insegurança a todos nós.
Até quando viveremos neste mundo de radicalismo e intolerância sem fim?
Em pleno “Terceiro Milênio”, já passados quase doze anos no século
XXI, a humanidade ainda não conseguiu uma maneira, uma fórmula para
viver em PAZ.
Como comento frequentemente, “PAZ, esta pequena palavra de três letras, assusta muita gente que prefere a guerra e o ódio para permanecer no poder”.
Estas três letrinhas fáceis de soletrar, mas difíceis de entender, precisam ajuda para ficarem juntas e em “PAZ”.
Será, que em algum momento, sem ou com “Klaatu”, vamos poder vivenciar o que é realmente a PAZ.
Queria, em nome de meus filhos e netos, poder vivenciar pelo menos um
dia de Paz, sem nunca perder a esperança de que nós somos seres humanos
e não bestas assassinas.
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Fonte: http://www.ricardoorlandini.net/10/09/2012
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