Igreja evoca S. Bernardo
A Igreja Católica evoca esta segunda-feira, 20 de
agosto, a memória de S. Bernardo. Nasceu no ano 1090 perto de Dijon
(França) e cerca de 1112 foi admitido entre os Monges Cistercienses.
Pouco tempo depois foi eleito abade do mosteiro de Claraval.
Com a sua atividade e exemplo exerceu notável
influência na formação espiritual da congregação. Percorreu a Europa
para restabelecer a paz e a unidade, ameaçada por cismas no interior da
Igreja. Escreveu várias obras de teologia e ascética, incluindo o De Consideratione, que contém ensinamentos para poder ser um bom papa. Morreu em 1153.
«O amor a si mesmo plenamente se basta; quando entra em
nós, envolve nele todos os outros sentimentos. A alma que ama, ama e
nada sabe de outras coisas.
Muitas vezes li que Deus é caridade, nunca li que fosse
honra ou dignidade. Não que Deus desdenhe a honra ou respeito; quer
ser temido como soberano, honrado como pai, amado como esposo. Mas qual
destes sentimentos domina os outros? O amor. O temor e a honra são
despidos de graça e rejeitados por Deus se não forem adoçados pelo mel
do amor. Pelo contrário, o amor basta-se, por si mesmo e em si mesmo é
agradável, é para si mesmo o próprio mérito, é para si mesmo a própria
recompensa.
O amor não procura fora de si a sua razão de ser e o
seu fim. O fruto do amor é o amor; amo porque amo, amo para amar. Muito
grande coisa é o amor! De todos os movimentos de alma, é o único pelo
qual a criatura pode, por assim dizer, agir a par do Criador. Se Deus
se irrita contra mim, acaso posso eu responder-lhe por ira semelhante?
Se Ele me julga, acaso posso eu julgá-lo? Quando ordena, é preciso que
eu obedeça e não tenho, por meu lado, nenhum direito de exigir dEle
obediência.
Vede como tudo doutro modo se passa quando se trata do
amor. Quando Deus ama, mais não quer que uma só coisa: ser amado; só
ama para que O amem, sabendo que o amor tornará felizes todos os que O
amarem.» (São Bernardo)
Em outubro de 2009 o papa Bento XVI dedicou-lhe uma
catequese, alertando para o facto de se pretender «resolver as questões
fundamentais sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo unicamente com
as forças da razão».
«São Bernardo, ao contrário, solidamente fundado na
Bíblia e nos Padres da Igreja, recorda-nos que sem uma fé profunda em
Deus, alimentada pela oração e pela contemplação, por uma relação
íntima com o Senhor, as nossas reflexões sobre os mistérios divinos
correm o risco de se tornarem uma vã prática intelectual, e perdem a
sua credibilidade. A teologia remete para a "ciência dos santos", para a
sua intuição dos mistérios do Deus vivo, para a sua sabedoria, dom do
Espírito Santo, que se tornam ponto de referência do pensamento
teológico.
Juntamente com Bernardo de Claraval, também nós
devemos reconhecer que o homem procura melhor e encontra mais
facilmente Deus "com a oração do que com o debate". No final, a figura
mais verdadeira do teólogo e de cada evangelizador permanece a do
Apóstolo João, que apoiou a sua cabeça no coração do Mestre», disse.
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Fonte: © SNPC |
19.08.12
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