Josué Gomes da Silva*
Semana passada, ratifiquei a opinião de Dani Rodrik, professor na
Universidade Harvard (EUA) e respeitado economista, quanto às boas
perspectivas de o Brasil continuar crescendo, do nosso mercado interno,
do equilíbrio das contas públicas e da democracia consolidada.
Acrescentei à análise o nosso diferencial competitivo referente à imensa
reserva hídrica.
Mas, há outros fatores significativos favoráveis ao país, entre eles, a
disponibilidade superior a 300 milhões de hectares de terras
agriculturáveis.
São mais de 100 milhões de pastagens, dando sustentabilidade à criação
de gado de corte e, parte das quais, se necessário, pode ser adequada à
cultura de outros alimentos.
São poucas as nações com áreas disponíveis à agropecuária que não
impliquem desmatamento. Somos, de longe, os campeões no quesito, em
plenas condições de conciliar produção/segurança alimentar com a
preservação ambiental.
Temos clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e
mais de 12% de toda a água doce do planeta: tudo o que a natureza
precisa para fertilizar a terra e prover abundância.
O melhor é que sabemos aproveitar esse potencial, agregando tecnologia
de ponta ao agronegócio, onde a Embrapa e outros institutos de pesquisas
têm sido fundamentais. Nossa produção de alimentos cresceu 120% nos
últimos 15 anos.
Tais números e dados brasileiros são a melhor resposta às inquietações
da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação)
quanto à necessidade de se aumentar em 70% a produção mundial de comida
até o ano 2050, quando a população da Terra superará nove bilhões de
pessoas.
Os técnicos do organismo multilateral acreditam que 80% dos alimentos
necessários ao atendimento dessa grande demanda virão do aumento da
produtividade (temos tecnologia para isso!) e 20%, de novas áreas
agricultáveis (temos disponibilidade para isso!).
O Brasil é uma ilha de fertilidade, pois há países nos quais já falta
espaço para plantar e criar rebanhos e onde a água, elemento essencial à
vida, é extremamente escassa e a pouca que se tem disponível está
poluída, portanto imprestável.
E somos potência agrícola, ainda que nos falte logística eficiente e
competitiva, o que reduz muito a renda do produtor. Mas há obras de
infraestrutura em andamento e, quando prontas, irão contribuir muito.
O Brasil tem, portanto, a faca e o queijo (...o leite, a carne, a soja, o
café, os grãos, as frutas...) para se tornar a grande referência e
protagonista da segurança alimentar.
Não há dúvida de que esse potencial pode ser cada vez mais convertido em
vantagem competitiva, crescimento econômico e desenvolvimento.
-------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário