sábado, 1 de setembro de 2012

A internet e a juventude

 ANTÔNIO MESQUITA GALVÃO*

 

Há cerca de 20 anos, era moderno dizer que se tinha “endereço eletrônico” ou trocar essa informação com amigos, namoradas etc. Isto hoje, em face do progresso, é coisa superada, em face das inovações tecnológicas que a cada dia nos surpreendem com avanços antes impensáveis.

No Brasil, temos um ponderável número das chamadas “redes sociais”, onde podemos destacar Orkut, Facebook, Twitter, Linkedin e outras. Em oposição aos problemas que essa exacerbação provoca, salienta-se a velocidade da circulação das notícias. O que vamos ler no jornal de amanhã ou assistir no telejornal da noite é possível tomar conhecimento online, quase na hora que ocorreu o fato. Correm as notícias, mas não raro fofocas, calúnias e informações distorcidas. Essa facilidade de comunicação ajuda, mas serve para disseminar racismo, pornografia, violência e outros crimes.

Antes eram os celulares. Quando surgiram, eram um xodó! Hoje, o que menos se usa é o telefone, pois a gama de ofertas tecnológicas (inclusive como máquina de fotografia digital) faz com que as pessoas, a partir de crianças de pouca idade, passem o dia inteiro com ele nas mãos, descobrindo coisas. Tive uma empregada que tinha dois aparelhos, com quatro chips, e atendia em média umas 10 ligações por dia. Ela fazia faxina com uma mão e segurava o celular com a outra. O fato é que o celular e a internet se tornaram hoje um apêndice das pessoas, especialmente dos jovens. É raro quem não os tenha. É indiscutível que os celulares modernos, de última geração, são objetos de utilidade, mas em muitos casos se tornaram motivo de ostentação e estão virando uma paranoia.

Vi, em um consultório médico, enquanto a senhora fazia a ficha com a atendente, as duas filhas digitavam seus aparelhinhos, buscando aquela “comunicação com o mundo” que o fabricante apregoa. Quatro rapazes estavam na praia, sentados em suas cadeirinhas, com os celulares da mão, fones ao ouvido: davam mais atenção ao que passava na tela do que à paisagem e às meninas que desfilavam pela orla.

É comum ver, em lugares públicos, pes-soas conectadas, através de celulares, laptops e tablets. Há dificuldades na comunicação com amigos e parentes, mas ela ocorre com os parceiros da web. Os professores têm dificuldade em fazer com que os jovens troquem seus celulares pelo conteúdo das matérias. Há pais que se queixam de que a garotada não abre mão dessa tecnologia nem na hora das refeições. No Brasil há 2,5 celulares por pessoa. Isso proporciona uma comunicação incrível com o mundo virtual.
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*Filósofo e doutor em Teologia Moral
Fonte: ZH on line, 01/09/2012
Imagem da Internet

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