Luiz Felipe Pondé*
Esse papo furado contemporâneo vende mentiras como verdades e serve a agendas ideológicas
1. Ser gay está na moda.
2. Ter filha solteira é legal. Mulher não precisa de homem.
3. Não dou valor a dinheiro.
4. Não tenho preconceito.
5. Os homens hoje lidam bem com mulheres que ganham mais do que eles.
6. Minha tia é muito bem resolvida.
7. Vivemos uma crise de valores. Meus valores não são materiais.
8. Existem pessoas que não se vendem.
9. Meu pai me ensinou a ser digno.
10. Não tenho religião, tenho espiritualidade.
2. Ter filha solteira é legal. Mulher não precisa de homem.
3. Não dou valor a dinheiro.
4. Não tenho preconceito.
5. Os homens hoje lidam bem com mulheres que ganham mais do que eles.
6. Minha tia é muito bem resolvida.
7. Vivemos uma crise de valores. Meus valores não são materiais.
8. Existem pessoas que não se vendem.
9. Meu pai me ensinou a ser digno.
10. Não tenho religião, tenho espiritualidade.
Eis alguns exemplos de papo-furado contemporâneo. Trata-se de marketing
social. Filho do politicamente correto, grande exercício de lixo
cultural.
O marketing social vende mentiras como verdades porque serve a agendas
ideológicas de quem as produz. As outras pessoas apenas as repetem para
aliviar seus fracassos pessoais ou para vender uma boa imagem social de
si mesmas.
Como sempre, a mentira rege o mundo. Não somos mais pecadores, mas
continuamos mentirosos. Eliminou-se da agenda moral a consciência do mal
como parte de nós mesmos, ficou apenas o hábito contumaz da mentira.
Eis dez teses contra o marketing social:
1. Ser gay não está na moda. A maioria esmagadora do mundo é indiferente
ao tema. Isso não significa nada "contra". Se não fosse o fato de
grande parte das pessoas que trabalha com cultura (mídia, arte,
universidade) ser gay, ninguém daria bola para o assunto. A própria
"teoria de gênero" que afirma que você pode ser sexualmente o que quiser
é uma invenção de militantes gays e feministas.
Além, é claro, da grana que grande parte da população gay tem por ser
constituída de profissionais altamente qualificados que não têm filhos,
até "ontem". Agora, ficarão pobres como os héteros.
2. Mãe solteira é péssimo. E, sim, mulher precisa de homem. Sem homem, a
maioria revira no vazio da cama. E vice-versa. Mãe solteira é opção
para quem não tem mais opção afetiva ou é coisa de gente altamente
narcisista. E para a criança é péssimo. Gente que abraça o marketing
social, além de mentirosa, é muito egoísta. O mundo inteligentinho está
cheio de gente ressentida que prega essa bobagem.
3. Todo mundo dá valor a dinheiro, principalmente quando não tem. Quem
mais diz que não dá valor a dinheiro, é justamente quem mais dá. Dizer
"não dou valor a dinheiro" prepara o terreno para se pedir dinheiro
emprestado ou justificar dívidas não pagas.
4. Todo mundo tem preconceito. Quem diz que não tem, normalmente acha
meninas virgens doentes, mulheres que cuidam dos filhos umas idiotas,
religiosos burros, os EUA uma nação do mal e Obama um santo. A maioria
continua tendo preconceito contra gay, mulher que transa muito e homem
chorão. Eu, por exemplo, tenho preconceito contra gente bem resolvida e
que diz que não tem preconceito.
5. Nenhum homem lida bem com mulheres que ganham mais do que ele. A
menos que ele tenha problema de caráter. É sempre um sofrimento que se
enfrenta dia a dia, sonhando com seu fim. Nem as mulheres bem-sucedidas
lidam bem com homens fracassados. Muitas "rezam" para que seus maridos
falidos ganhem mais ou, pelo menos, o mesmo que elas.
6. Ninguém é bem resolvido, somente os mentirosos, principalmente tias solitárias que fingem ser donas de seus afetos.
7. Valores são sempre materiais, ligados a poder, patrimônio, sucesso,
reconhecimento. Não existe "crise de valores" porque nunca existiram
valores sólidos, a moral pública sempre foi fundada na hipocrisia e na
superficialidade de julgamento do comportamento alheio.
8. Todo mundo tem um preço, sempre menor do que se imagina. Às vezes as
pessoas se vendem por muito menos do que dinheiro, se vendem por afetos
baratos, promessas falsas e deuses vagabundos.
9. Aprende-se muito pouco com os pais, na maior parte do tempo, o que
nos define é o temperamento e as circunstâncias da vida. Aristóteles
mesmo dizia que ética é uma ciência imprecisa dominada pela
contingência. Quem elogia demais os pais, está ocultando suas vergonhas.
10. Esse negócio de "espiritualidade" é religião sem compromisso.
Produto de butique. Pessoas "espiritualizadas" são normalmente as piores
e mais indiferentes.
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* Filósofo. Prof. Universitário.
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