Christian Kieling, professor da pós-graduação em Psiquiatria da UFRGS
Bilhões
de humanos vivenciam um novo tipo de experiência: relacionar-se com o
mundo e as pessoas pela internet. O impacto no cérebro ainda não está
claro, mas o professor da UFRGS Christian Kieling não tem dúvida de que
ele existe. Kieling respondeu a ZH sobre o assunto, que abordará hoje na
palestra Mente, Cérebro e Redes Sociais: Novas Fronteiras.
Zero Hora – A onipresença da internet e das redes sociais no dia a dia tem impacto sobre o cérebro?
Christian Kieling – Partindo do pressuposto de que pensamento, emoções e comportamento são pelo menos correlatos, se não consequência, de padrões de atividade cerebral, não há dúvidas de que o uso de redes sociais online impacta o cérebro humano. Como mensurar esse efeito é um desafio. Temos evidências apenas para dizer que há áreas cerebrais envolvidas na capacidade de estabelecer relações sociais. Estudos sugerem que essas áreas podem estar relacionadas ao tamanho da rede social online, como o número de amigos no Facebook. Esses estudos são preliminares, e não fica claro se o uso excessivo das redes sociais causa modificações nessas áreas do cérebro ou se diferenças nessas áreas é que são responsáveis pela variação no número de amigos.
ZH – Esse impacto traz quais vantagens e desvantagens?
Kieling – Não há uma resposta científica no momento. O que podemos dizer é que, assim como em qualquer outra atividade, há um potencial de vantagem, como aproximar amigos que não se encontram há muito tempo, mas o uso excessivo pode ser prejudicial. A substituição de redes sociais reais por redes virtuais pode ser especialmente danosa.
ZH – Quais seriam as repercussões em nosso comportamento?
Kieling – Ainda precisamos de mais estudos para entender o impacto do uso, principalmente do uso excessivo das novas tecnologias. Dados iniciais sugerem que pessoas que usam muito o smartphone, quando solicitadas a se afastar por 24 horas, relatam ter sentido o telefone vibrando no bolso, além de sintomas de desconforto, o que poderia sugerir que o cérebro dessas pessoas já teria se habituado a esses aparelhos.
Zero Hora – A onipresença da internet e das redes sociais no dia a dia tem impacto sobre o cérebro?
Christian Kieling – Partindo do pressuposto de que pensamento, emoções e comportamento são pelo menos correlatos, se não consequência, de padrões de atividade cerebral, não há dúvidas de que o uso de redes sociais online impacta o cérebro humano. Como mensurar esse efeito é um desafio. Temos evidências apenas para dizer que há áreas cerebrais envolvidas na capacidade de estabelecer relações sociais. Estudos sugerem que essas áreas podem estar relacionadas ao tamanho da rede social online, como o número de amigos no Facebook. Esses estudos são preliminares, e não fica claro se o uso excessivo das redes sociais causa modificações nessas áreas do cérebro ou se diferenças nessas áreas é que são responsáveis pela variação no número de amigos.
ZH – Esse impacto traz quais vantagens e desvantagens?
Kieling – Não há uma resposta científica no momento. O que podemos dizer é que, assim como em qualquer outra atividade, há um potencial de vantagem, como aproximar amigos que não se encontram há muito tempo, mas o uso excessivo pode ser prejudicial. A substituição de redes sociais reais por redes virtuais pode ser especialmente danosa.
ZH – Quais seriam as repercussões em nosso comportamento?
Kieling – Ainda precisamos de mais estudos para entender o impacto do uso, principalmente do uso excessivo das novas tecnologias. Dados iniciais sugerem que pessoas que usam muito o smartphone, quando solicitadas a se afastar por 24 horas, relatam ter sentido o telefone vibrando no bolso, além de sintomas de desconforto, o que poderia sugerir que o cérebro dessas pessoas já teria se habituado a esses aparelhos.
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Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3874103.xml&template=3898.dwt&edition=20334§ion=1003
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