sábado, 19 de setembro de 2009

Cloud Computing: o futuro é nublado

O que é realmente tão interessante em
computação na nuvem?

Você tem ouvido bastante o termo “cloud computing” ou “computação na nuvem” nos últimos tempos. Mas o que há de tão interessante nisso? É realmente uma novidade tão importante que afeta nosso dia-a-dia?

A resposta curta é sim. A computação na nuvem reúne várias tecnologias que você vem utilizando de diversas formas há um bom tempo e não tem do que se preocupar.

Existem várias definições, das simples até as mais complexas, passando, como sempre, pelas fantasiosas e as inverossímeis. Algumas delas dão a ideia prática e simples: armazenar informação em datacenters e poder usar programas remotos para manipulá-la (Google, Amazon, Microsoft etc.).

Isso é verdadeiro, mas também deixa de fora a parte mais interessante. Para isso, vamos tentar explicar “o que tem na nuvem”.

Computadores pessoais ganharam mais potência, ao mesmo tempo em que caíram de preço. De fato os processadores são mais potentes, as memórias mais baratas. Mas, dentro do conceito de cloud computing, já não importa ter ou não um dispositivo tão potente. A “nuvem” fará isso por você.

Cloud Computing e Grid Computing (Grade de Computadores) são tecnicamente difíceis ou impossíveis de diferenciar. Porém, Grid Computing chega mais perto da realidade técnica. Uma grade de computadores trabalhando em conjunto. Inteligência (ou capacidade de processamento) e Memória (ou capacidade de armazenamento) distribuída (grid) num sistema interconectado.

Isso inclui o processador do seu modem ADSL, seu computador pessoal, seu celular, o gateway de sua empresa, o switch do datacenter, os milhares de servidores da Google e todos os aparelhos que de alguma forma se interconectam na Internet e assim de fato formam a “nuvem”.


Assim como o sistema operacional de muitos usuários é o Windows, muitos roteadores residenciais usam Linux, muitos celulares suportam Java etc. Isso lhes permite comunicar, processar e armazenar informação.

O interessante do conceito cloud computing é que cada vez é menos importante “onde” você faz algo. Vamos analisar um exemplo hipotético, mas muito simples de implementar.

Seu modem residencial conecta-se a Internet, sua TV a cabo se conecta ao seu novo aparelho HDTV com “memória para gravar filmes” e seu computador acessa via rede wireless todos eles.

Você precisa escrever um texto, tal qual escrevo agora. Para isso você pode acessar o processador de textos online (google docs, por exemplo), começar a digitar no teclado de seu notebook e armazenar na memória da TV.

Digamos que você não terminou o texto até a noite e no dia seguinte você deseja continuar ele, mas estando no seu escritório. A “nuvem” permitirá a você usar o mesmo processador de texto online e continuar o texto que ficou armazenado no disco rígido da sua TV em casa.

Uma vez terminado, você mesmo disponibiliza seu texto ao público, que não vai acessar diretamente a memória de sua TV, mas sim a partir de um blog em algum datacenter de baixo custo.

O interessante do exemplo é que praticamente todas as peças são intercambiáveis. O processador de texto pode rodar tanto no seu PC, no servidor do datacenter ou no seu roteador (de fato o sistema operacional do roteador suporta vários processadores de texto, inclusive para “configurar o próprio roteador”).

Se isso não lhe deixa à vontade, procuremos outro exemplo, a TV Digital. Sua TV costumava se conectar a um “decodificador”, agora utiliza algo mais avançado um “set top box”. Inclusive algumas TVs já tem o set top box incluído no seu hardware. Você pode selecionar um filme, programar o que deseja ver e, algo quase milagroso, avançar um filme.

O que tem a ver isto com computação na nuvem? Sua TV tem capacidade de processamento e memória conectada aos servidores do provedor de TV a cabo. Os métodos de transmissão de vídeo utilizam um buffer (uma pequena porção do vídeo é armazenada no dispositivo receptor antes de ser apresentada na tela). Se o buffer é grande ou pequeno dependerá do desenho e da aplicação específica.


Você usa o controle remoto, mas tecnicamente é possível usar um PC ou o celular 3G. Escolher a programação, digitar seu endereço ou usar um processador de texto para fazer o exemplo anterior é exatamente o mesmo. Depende do que seu provedor de TV ofereça como serviço. De praxe ele deixa de ser um provedor de TV para ser um provedor de serviços, seja isso um vídeo, uma aplicação online, um armazenamento de fotos etc.

Como vai afetar as nossas vidas no futuro imediato? De uma forma prática você pode esperar mais liberdade, deixando de se preocupar tanto pela capacidade dos dispositivos que você possui e se importando mais pelo que você pode utilizar da nuvem.

Ver, ler, escrever, compartilhar informação, se tornam processos mais naturais, já que os dispositivos se integrarão automaticamente à nuvem, seja para procurar uma palavra num dicionário como para modificar a sua seleção de filmes.

Você já é parte da nuvem. E não tem mais como descer dela!

Por Eduardo (diretor-técnico da Visiônica)
HSM Online18/09/2009

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