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Na semana passada, falou-se muito do aplicativo de celular Talk-o-Meter. Funciona assim: você
deixa o aparelho por perto durante uma conversa, e ele faz um gráfico medindo quanto tempo cada pessoa fala. É ótimo para descobrir quem é o "topper", termo inglês para quem gosta de dominar o papo.É um exemplo de como misturar o real com o virtual é tendência. Assim como o Kinect da Microsoft: em vez de controle na mão, o próprio corpo vira a interface. As aplicações disso chegam até à sala de aula (kinecteducation.com).
Mas nem sempre a mistura funciona. A revista "Wired" deste mês lembra como a primeira geração de programas para o reconhecimento de voz foi um fiasco. Eu mesmo passei raiva tentando "ensinar" um software a reconhecer minhas palavras, o que não deu muito certo ""talvez o sotaque mineiro atrapalhe.
No entanto, a nova de geração de programas (um exemplo é o Dragon, também para celulares) é capaz de transformar fala em texto em tempo real.
Só tem um problema: o reconhecimento de voz funciona bem em inglês, mas não em português. Esse tipo de software depende de muita gente usando para ser aperfeiçoado. Só assim é possível mapear diferentes sotaques e jeitos de falar. E não há muitas empresas trabalhando isso na nossa língua.
É uma pena, porque falar é mais fácil do que escrever. Ficar bloqueado em frente a uma página em branco é normal. Já soltar a voz pode ser a solução.
Há escritores que ditaram as obras, como Dostoiévski e Machado de Assis ""que ditou parte de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" para sua esposa. Quem diria que a tecnologia poderia trazer de volta a oralidade? Mal posso esperar para ditar os textos do Folhateen.
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Reportagem por Ronaldo Lemos ronaldolemos09@gmail.com
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm1306201107.htm
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