quinta-feira, 16 de junho de 2011

Basta o HOJE

«Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
/ Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
/ A ave passa e esquece, e assim deve ser.
 / O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
/ Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
// A recordação é uma traição à Natureza,
 / Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
/ O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
// Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!»
(Alberto Caeiro).

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